“O que somos é o resultado do que
fazemos com o que os outros fazem pra gente.”
“Somos nossas
escolhas.”
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Lamentar-se por estar passando por um
inferno só aumenta a angústia da estadia.
“Pois não se deve ruminá-lo, nem achar que é uma questão de honra sofrer mais do que os outros, tampouco se resignar. O sofrimento é algo totalmente natural e comum, e convém aceitá-lo como se ele te fosse devido, é doentio falar demais dele, mesmo que a sós contigo. Entra em acordo com ele o quanto antes; aconchega-o e aquece-o no vazio de teu coração, como um cão deitado perto da lareira. Nada penses sobre ele, senão que está aí, como a pedra no meio do caminho, como a noite que nos cerca. Então descobrirás esta verdade que o Cristo veio te ensinar e que já conheces: é que não és teu sofrimento. O que quer que faças, como quer que o encares, tu o ultrapassas infinitamente, pois ele é tão somente o que queres que ele seja”
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Aqui, sob um lapso de seu pensamento, somado à “o inferno são os outros”, Sartre pode ser eleito como um inferno ainda maior para muitos de nós, se comparado às miudezas que, com facilidade nos acostumamos a condenar, muito, por conta de comodismos que exigem a ruminante contrariedade social - as rebarbas ou estáticas do estado civilizatório. Não gostamos que nos falem à alma, muito menos quando, de imediato, as palavras não abandonam nossos espíritos.
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