Ela
estava com 87 anos e conservava o mesmo estado de crítica da juventude, uma
pessoa amarga, que só vivia pra família e entendia estar certa, então o fim
inevitável, a comoção geral e ela, após alguns anos perambulando no limbo obrigatório
daqueles que nada sabem, teve com alguém que lhe abriu os olhos e então o
choro, a dor, a angústia, muita angústia: alguma realidade muito diferente da
defendida por décadas e o vislumbre dos novos caminhos, então ela, após o
choro copioso se pergunta... Por que não morri antes?
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