sábado, 11 de maio de 2024

Do inebriante poder de articular

 








 



Dos embriagantes vórtices intelectual e/ou da articulação - Do encantamento das palavras e do encantamento do entendimento de assim se saber. Uma vez despertado para elas; as palavras têm um poder de fascinação tal que, associado a patologia ufana, não permite que o pesquisador abstraído o ultrapasse.





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O conhecimento não define o eu em si.

Podemos ler e ter acesso a uma série de opções que invadem nossas mentes, mesmo com o intuito sereno do saber, e ainda assim não conseguirmos despertar para o eu em si.














Na grande maioria das vezes, refletores é o que são; conhecem, sabem sobre o que leram, analisam e conseguem articular com propriedades de causa, em livros, palestras, escolas e afins, mas estão cerrados para que esse cabedal os acordem para o eu em si.















Tudo se trata de uma grande placenta, e para renascer, é preciso abandoná-la - Para que isto aconteça é preciso conciliar-se com o além das palavras, é preciso sentir. É preciso suplantar o seu significado veicular didático, mesmo após entendê-las como símbolos. É preciso penetrar destilando o néctar inserido em todo este conhecimento, é preciso ir além e então deixar tudo no limbo do ensinamento, do aprendizado; abandonar as sinapses do que conhece, as conexões, as ligações que o tornam um apto explicador, um apto articulador, abandonando a admiração externa causadora de ruídos. Desencantar-se do transmissor, e uma vez apossado da essência, voltar-se para o eu em si.













As palavras, o aprendizado, o apreender, são a última barreira mental antes de acessar o eu em si.

É preciso crer em algo que as palavras não carregam, apenas revelam intimamente àquele que apreender o Poder das Palavras; assumindo-se como um, até então, condutor veicular.










As palavras são nossas, são nossos algoritmos de aprendizado; mesmo um catedrático pode apenas entendê-las palavras de significados limitados ainda que as tenha articulado por décadas. Elas, apesar de todo o seu conhecimento, fazem parte como agregadas de um jogo ilusório pessoal, são peças essenciais de um quebra cabeça onde ele, por tê-las estudado por toda uma vida, adquiriu a arte do domínio, de as articular mecanicamente, no entanto, sem fazer a transcendência para o eu em si, sem conseguir traduzir a energia que elas carregam enquanto dorme sobre os louros do reconhecimento de seus pares, como um extraordinário condutor veicular.







“A primeira virtude da escrita, tanto para o escritor como para o leitor, é a revelação do ser. A consciência das palavras leva a consciência de si...”

Octavio Paz










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