Somente aquele, dono de um papo reto, descobre que as
regras servem apenas à dois tipos de homens; aos inconsequentes, e àqueles que
ainda não perceberam isso.
Porém não é somente isso; uma vez cônscio de que a necessidade inegociável das normas e procedimentos são regulamentos que, com o passar do tempo, em algum grau se tornarão desnecessárias caso os indivíduos atinjam um tal nível de entendimento equânime ao que se vale, ainda assim o membro conscientemente lúcido desta verdade não pode se antecipar em quebrar um único princípio, por mais obsoleto que seja; ele, obrigatoriamente — ao menos aos olhos dos outros —, precisa continuar seguindo as regras, justamente por conta da disparidade de entendimento afirmada anteriormente, afinal, é longa a caminhada até que boa parte dos envolvidos nos inúmeros sistemas regrados entendam que existem indivíduos que podem alcançar um estado consciente de tal monta à adquirir salvo conduto para não necessariamente seguir algumas regras ultrapassadas que não fazem sentido serem mantidas para pessoas de entendimento avançado.
“Não nasci para andar na faixa, mas não consigo me livrar
das linhas do titereiro” — Amal
Homenagem a Simone de Beauvoir
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