O mundo corporativo atual — e não só ele — é interesseiro e voltado a bajulação inautêntica e desembaraçada, acessível a todos cujas necessidades se obriguem ou naturalmente tendam a ele se integrar. Aceitáveis, enquanto aí trabalharem fielmente sob o comando desta subjetiva cartilha de raciocínio, onde, cada um a seu modo encontre alguma maneira a dar seus pulos, para ali se manter. Não raro se valendo da velha máxima do oportunista, ensinada a todos a boca pequena que: não se incomode, uma vez simpático ao grupo, não precisa saber fazer, mas você precisa conhecer algum chegado que saiba, e então continuar entregando àqueles que estão um degrau acima, nem sempre bons resultados, desde que esses venham munidos suficientemente de alguma ordem apresentável para que os supervisores também ali se mantenham, caso precisem explicar algo inconveniente aos gerentes e diretores.
Talvez o indivíduo é encaixado no sistema através de alguém que está conseguindo se manter usando o expediente acima descrito e, portanto, tem carta branca para se situar em alguma posição privilegiada e então nosso personagem se manterá, caso também arrebanhe um séquito que igualmente segure suas pontas ao vender o que recebeu como seu, ou seja, é preciso dar elementos para o chefe imediato que, obviamente, tem se mantido com o mesmo modus operandi, onde a única diferença é a hierarquia; por sua vez, precisa também ser convincente caso seus chefes necessitem observar nos relatórios que a coisa toda continuará funcionando, mantendo assim o castelinho a gerar lucros.
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Ganhos
e perdas — Quanto, a necessidade de sobreviver, que submete ao trabalho todo o
homem decente, se degrada moralmente sob o jugo de um jogo nem sempre leal e
que, não raro, transforma seu envolvimento em achaques que invariavelmente
atuam contaminando o caráter, antes, dignamente defendido?
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