É bastante natural a cobrança entre duas pessoas em comum, – não deveria - mesmo ou principalmente quando estas chegaram a um ponto que carregam a opinião errada de que o fato de serem cúmplices entre si as torna donas umas das outras, na tentativa de dirimir a sensação incômoda, porém já agregada, onde não passa também de refém da situação – este, definitivamente, não é um caminho de mão única.
Neste clima de ambigüidade corrente, dia destes presenciei um colega comentando com outro sobre o afastamento de um terceiro, amigo daquele que estava a ser inquirido; se foi para provocar, normal naqueles que não tem amigos, não sei, fato é que questionou comentando a indiferença com que o ausente o tratava. Questões típicas de pessoas que apenas convivem conosco para levantar polêmica, afinal, este tipo de assunto, sempre dirá respeito apenas aos envolvidos.
Com uma desculpa qualquer se saiu este, da armada, que me pareceu ficou perturbado com a lembrança e a observação inoportuna, porém bem apontada do colega. Na sua perturbação não conseguiu esconder, notei; que o descaso do seu amigo já havia despertado a atenção dos demais.
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É realmente uma situação difícil a tal da convivência a dois; se um, afinal, cobra, uma determinada postura do outro, saberá ele que o fato de não mais acontecer àquela ação; se dá apenas devido a cobrança ou foi o amigo solícito que resolveu ceder e não mais praticar atos que, muitas vezes sem importância, incomodavam o colega? Se for o contrário, e o amigo (a), namorado (a), esposo (a), resolver a contra gosto mudar a forma de agir, não estará o companheiro (a) tolhido a liberdade de companheirismo – quando é algo que pode ser relevado? Até onde a medida entra em ética, ou entendimento ou é o caso de ceder sem esforço, ou todos estes tópicos contraditórios que lotam as salas de espera de especialistas da psicologia humana?
Como definir a cobrança na convivência?
Dirão alguns; a ética, o companheirismo, a compreensão e até mesmo o amor incondicional, quando não a submissão pura e simples, fará sempre – com exceção do amor obviamente - com que o mais fraco acabe por um motivo ou outro aceitando que algumas de suas atitudes fiquem exiladas no escaninho do: “Para o continuar da relação”. Porém não é faltar com o respeito, não deixar que o outro se manifeste, ou simplesmente, não se chatear quando este resolver fazer uma visita surpresa por conta apenas do sentimento; porque gosta do amigo, por exemplo?
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