...o desespero próximo a vias de fato.
A paz é complexa, mas possível por
obrigatoriamente seguir a ordem natural
*
A inteligência não é pré requisito
para a obtenção da paz interior, e por sua complexidade, assistimos pessoas,
famílias e países dando sinais desse desentendimento ou de total desequilíbrio.
Esta semana – e por esse motivo
relato – o diretor Woody Allen em Paris, deixou claro em poucas palavras que
algum tipo de sabedoria, ainda que superior ao que comumente assistimos ou
conhecimento na mesma proporção somado ao sucesso não são o suficiente para que
obtenhamos algum tipo de paz, mesmo beirando os oitenta.
Aqui, nas palavras a seguir, é
possível formar uma opinião estarrecedora de como um personagem real pode ser
assustadoramente verdadeiro quando, próximo de um final não querido, com suas
palavras, parece estar tentando que sua âncora finalmente vá de encontro a um
banco de rochas que o salve de seu próprio desespero, ainda que o desconheça ou
que compreenda que este é apenas seu.
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Promovendo seu filme mais recente, Woody
Allen declarou que, “por ser ateu e não
acreditar em outras encarnações ou numa razão para estarmos aqui, tive uma vida
muito triste, sem esperança, assustadora” e “você nasce sem motivo claro, sente um comichão sexual inexplicável
para ter filhos, os tem, e então eles têm seus filhos, e você tampouco entende
a razão. Mais um pouco, e o mundo desaparece, e depois o universo”. Ou ainda,
com sua versão sobre manter-se ocupado; observa que o fazer filme serve como uma
espécie de fuga da vida real: “se você
acordar um dia às três horas e não houver filme, trânsito, barulho, nada, vai
refletir sobre a condição humana e sentirá medo.” E finaliza no que parece
ser uma entrega de pontos “simplesmente
não sei o que está acontecendo nesse mundo”.
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Tenho certo cuidado em minhas
postagens, principalmente no que se refere a imagens, para que ela não remeta
ao derrotismo ainda que minhas mensagens quando mal interpretadas possam
denotar isso, mas a intenção única é vencer a inércia e entender que apesar das
palavras em tom niilista dos meus textos que possa levar a um estado ainda mais
melancólico, entendo que não há avanço antes do retrocesso e que esse se dará
de qualquer maneira, porém neste instante inevitável é importante que estejamos
conscientes para o avanço, do contrário ele não acontece; na melhor das
hipóteses ficaremos atolados – nem mesmo voltamos ao que era. Portanto, com
estas declarações do diretor, fujo um pouco, pois, suas palavras soam mais,
como uma imagem atroz e violenta para quem as entende, no entanto,
providenciais à busca incessante em chamar a atenção para a nossa causa; existe
um preço e até um desvio de rota em postá-las, porém, nada mais correto que
essa demonstração; ela ilustra a crueza real de algumas de nossas anotações.
As citações do diretor foram retiradas da Folha.
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