(...)
“A maioria
das pessoas são mais ou menos escravas da hereditariedade, do meio social em
que são formadas, etc, e, portanto, manifestam muito pouca Liberdade. São
influenciadas pelas opiniões, costumes e pensamentos deste ambiente externo, e
também por suas impressões, sentimentos, humores, emoções terceiras daí emanadas.
Não manifestam domínio algum, digno de nome. Elas, indevidamente, repudiam essa
afirmação, dizendo: "por que, eu certamente sou livre para agir e fazer como
me apraz - faço exatamente o que quero fazer", mas não conseguem explicar
de onde surge o "quero" e "como me" apraz. O que os “faz"
querer "faz” querer fazer uma coisa em “detrimento” a outra. O que os dá "prazer"
para fazer isso e não fazer aquilo? Não existem "porquês" em seus
"prazer" e "desejo"? Apenas o Mestre pode mudar;
transformar esses "prazeres" e "desejos" em outros na
extremidade oposta do polo mental. Ele é capaz de despertar o "querer por
querer", em vez de querer porque algum sentimento, humor, emoção ou
sugestão ambiental que provoca, “desperta” uma tendência ou desejo dentro dele de modo a executar uma ação impensada a isto o leva.”
“A maioria
das pessoas são arrastadas como a pedra que cai; obedientes ao meio acima
apontado, às influências exteriores, às condições, humores internos e desejos
etc, não falando dos desejos e das vontades de outros mais fortes que elas, da
hereditariedade, da sugestão, paixões e calor momentâneos, que as levam sem resistência
da sua parte, sem exercício da Vontade. Movidas, como peões no tabuleiro de
xadrez da vida, elas tomam parte neste e então são abandonadas depois que o jogo
termina. Mas os Mestres, conhecendo a regra do jogo, se elevam acima do plano
da vida material, se colocam, harmonizam-se em e com relação as mais elevadas forças
de sua natureza. Dominam seus próprios estado de ânimo, caráter, qualidades e a
polaridade, assim como o meio em que vivem. E deste modo tornam-se Motores em
vez de Peões: Causas em vez de Efeitos. Os Mestres não escapam da Causalidade
dos planos mais elevados, mas concordam, são consonantes com as leis superiores,
e assim dominam devido ao entendimento, as sempre significativas circunstâncias
do plano inferior. Eles formam assim um pacto consciente com a Lei, sem serem
simples joguetes ou meros instrumentos cegos, manuseáveis e sem vontade própria.
Enquanto servem nos Planos Superiores, mantém o governo, mantem-se em controle,
no Plano Material.”
...
“Os Sábios
servem no Superior, mas governam o inferior. Eles obedecem a Leis que estão acima
deles, em seu próprio plano e aqueles abaixo deles; governam e ordenam. E,
ainda que assim ajam, formam uma parte do Princípio, sem se oporem a Ele. O Sábio
concorda com a Lei, e compreendendo seus movimentos; opera somando em vez do
comportar escravo; cego. Assim como o hábil nadador, a sua maneira, doma seu
caminho. Indo e vindo conforme sua vontade, em vez de ser como o barco que é
levado aqui e ali - assim é o homem sábio em comparação com o homem comum – e contudo,
barco e nadador; Sábio e tolo, estão sujeitos à Lei. Aquele que entende isso
está consonante com o caminho do domínio.”
(...)
O CAIBALION
The Kybalíon
Three Initiates
026.M
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