E então o
convite caiu no meu colo
Como são as
melhores coisas da vida
Displicente,
por acaso, inesperadas
Ah! As
conjunções e alinhamentos
Jamais me
imaginaria diante dela
Seria real;
“ela é real!?!”
Aqui, onde
nutro tão pouca esperança na cultura?
Que
surpresa
Não, que
ótima surpresa!
Mas seria
mesmo ela!?!
A Viviane
Mosé do Fantástico; a filósofa?
Vou
conferir; vai que é!
É um nome
diferente, não pode haver duas
E não há
Única
Pura
Visceral
Pulsante
Enérgica...
"A senhora é
uma bruxa?"
Sim
Bruxa
Sábia
Filósofa
Singular
Alguém que
conhece
“Sei do que
estou falando!”
Nada comedida
Potencializa
Poetiza
Põem e tira
Precisa
“Vontade de
poder” em um mundo onde não há o que fazer
Mas não
interessa.
Não a ela
“E daí” que
o mundo não tenha jeito!
“Dê seu
jeito”
Não é isso
que importa
O que
importa é a comunicação, é o dar o recado, é o comunicar o que todos sabem e
ninguém quer mesmo saber, mais do mesmo que não resolverá nada, mas...
“E daí!”
Por isso
vou permanecer na minha zona de conforto?
No meu
mundinho!
Buscando
culpados!
Sim e não,
você pode fazer o que quiser, mas pode optar por dar seu recado
Se envolver
Desopilar
Ajudar
Cooperar
Meditar
agitando e se curar adoecendo
Tudo é
válido só não vale não estar
“Se curar
poetando”
Ela está e
ela é
Puxa a
orelha sem cobrar nada
Cutuca sem
ser percebida
Irretocável
É intocável
Sem frases
de efeito
Sem bordão
Sem
trejeitos
Simples
Ouve e
aceita xingamentos não por merecê-los, mas por entender o mundo ainda mais
doente que ela
E recebe
com simplicidade o pedido de perdão
Manda
abraçar e poetiza sobre o “amor desgastado”
Mas ainda
aí é apenas uma licença poética, um puxão de orelhas
Ela é só
Amor
E é com
tranquilidade que pontua a morte
Alguém que
é sem querer sê-lo
Logo agora;
aqui
Neste
universo onde se não se é medalhão e precisa aprontar uma presepada por dia
para ser curtido, para ser seguido, para ser adorado
Para
receber “uma estela”, um coração, ou um “bom dia”
Uma
filósofa brasileira, pura, do povo
Diz o que
precisa ser dito
Sem querer
chamar a atenção; desperta
Sem dizer
palavrão; prende
Sem fazer
piadas; faz rir
Sem querer
ser; é
A síntese
“Fala
muito”
Mas gostaria de ficar ali por mais algumas horas
Mas gostaria de ficar ali por mais algumas horas
Envolvido
em seu jogo de palavras
Ela prova
ser fácil
Consciente
ela
Consciente
eu
Entendo
sobre como é difícil estar ali
Como é
difícil posicionar-se contra sem ser notada
Ou “má”
interpretada
Diante da
nova realidade humana do saber comum
Como
tornar-se voz audível em um universo barulhento!
Mas ela não
falou de Amor...!
Não ali
Ainda que o
Amor estivesse presente em todos os seus gestos
E eu sei
por que!
Não
Viviane, o Amor não está “desgastado”
É o amor
que está desgastado
O amor
minúsculo, comercial
O Amor
maiúsculo não cabia ali,
Faltou
tempo
Imagine
Para o Amor
Portanto
Ele não entra mais em qualquer lugar
Ele requer
tempo, dizem
Mentira
O amor hoje
é um caractere, um emoji, um coração
Não mais um
sentimento
Não porque
ele deixou de existir
Mas porque
ele age como você ao receber xingamentos
Sabe que é
a patologia “psicótica” do instante que assim requer
E assim
como você estará sempre lá para entender e atender a todos
Assim é o
Amor que também não desiste nunca
Não
consegui fazer minha pergunta
Anoto-a
então agora
Falamos dos
professores, dos pais, da cultura e da educação
Sobre os
pais abraçarem os filhos
Sobre
chorar e perdoar mesmo sem por que
Em nome do
bem maior: o resgatar
Sobre a
criança “querer a presença e não o presente”
Sobre as
diferenças entre a boa escola pública
E a paga,
remediada
Antes que o
professor seja um produto do meio
Detestando
o sistema e se dando a obrigação
Se
conscientize e aprenda qual é sua missão
Determinar
vidas e mudar mentes
Ele é a
direção
O canal
Essa é a
minha questão
E só há uma
forma de aplicar isso
Com a
devida correção
Entregar-se
ao que se presta
Aqui,
agora; esquecendo-se da paga
Mas com
Amor no coração
Então, ali,
Lembrei-me
da Cora Coralina
Do Suassuna
Mas dedico
esta escrita
Ao maior
poeta nordestino
Patativa do
Assaré
Que ensinou
como um menino
Puro como
você Viviane
Ainda que
menos letrado
A não dobrar-se
ao personagem
Dizer tão
somente sim ao tino
É o que se é
poetando
E a quem
estou encantado
Mas e o
Nietzsche onde fica?
Esquecemos
do coitado!
Jamais
Reservei o
final
Para esse
querido amado
Nós dois o
admiramos muito
Acredite
Ele
está do nosso lado
Após assistir a palestra da Viviane Mosé:
“A poética do Repente”.
(as
expressões entre aspas foram retiradas da própria palestra)
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