“Essa ciência moderna que, sendo
propriamente uma filosofia da efetividade, pelo visto acredita somente em si
própria, pelo visto possui a coragem de ser ela mesma, a vontade de ser ela
mesma, e se saiu bastante bem até agora sem Deus e sem além e sem virtudes
negadoras. No entanto, com tal alarido e tagarelice de agitadores não se
consegue nada comigo: esses corneteiros da efetividade são maus musicistas,
suas vozes, bastante audivelmente, não vêm da profundeza, neles não fala o
abismo da consciência científica – pois hoje a consciência científica é um
abismo – a palavra ‘ciência’, nessas bocarras de corneteiros, é simplesmente
uma indisciplina, um abuso, uma senvergonhice. Precisamente o contrário do que
é afirmado aqui é verdade: a ciência não tem hoje simplesmente nenhuma crença
em si, sem falar de um ideal sobre si.”
Nietzsche
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