sábado, 23 de setembro de 2017

Decepção




Deveria estar contente em finalmente perceber que se mostrastes; que uma ponta solta de sua arrogância virou-se contra nós e deixou a mostra quão tolo você realmente é. Mas estou triste; logo você que amo tanto.

Sua sensibilidade ainda que aguçada esconde uma camada torpe. Vou me recolher novamente e espera-lo. E ao que parece não será por agora e será muito mais longa do que você possa imaginar.

Se passares por mim, observa minha melancolia e reflete sobre o quão triste é a decepção. Normalmente não pensamos nela devido nossa arrogância. Também o sou, e já o fiz com mais frequência; é por isso que hoje amo a todos, ainda que distante - também por conta do mal que cometi.













Mas, ainda que seja um castigo; que faça parte de uma punição merecida: estou triste e irei deixar-te.


Você sabe que não é possível que seja diferente, quem ama não consegue disfarçar, nem o amor, nem a verdade...




...a hipocrisia só é válida aos que se decepcionam mutuamente.




“Viver acaba nos fazendo morrer”
Paulo José







No entanto, há algo de útil na decepção sempre reprovável - que é o que aqui, afinal, interessa - ela nos mantém mais atento; faz-nos mais humanos, separando-nos da nossa essência, da nossa pureza. Então nos armamos e nossa felicidade mescla-se a tristeza que é aqui mais entendida, mais aceita, menos atacada e motiva o enroscar-se interesseiro.


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