Deveria
estar contente em finalmente perceber que se mostrastes; que uma ponta solta de
sua arrogância virou-se contra nós e deixou a mostra quão tolo você realmente
é. Mas estou triste; logo você que amo tanto.
Sua
sensibilidade ainda que aguçada esconde uma camada torpe. Vou me recolher novamente
e espera-lo. E ao que parece não será por agora e será muito mais longa do que
você possa imaginar.
Se passares
por mim, observa minha melancolia e reflete sobre o quão triste é a decepção.
Normalmente não pensamos nela devido nossa arrogância. Também o sou, e já o fiz
com mais frequência; é por isso que hoje amo a todos, ainda que distante - também
por conta do mal que cometi.
Você sabe que não é possível que seja diferente, quem ama não
consegue disfarçar, nem o amor, nem a verdade...
...a
hipocrisia só é válida aos que se decepcionam mutuamente.
“Viver acaba nos fazendo morrer”
Paulo José
No entanto, há algo
de útil na decepção sempre reprovável - que é o que aqui, afinal, interessa -
ela nos mantém mais atento; faz-nos mais humanos, separando-nos
da nossa essência, da nossa pureza. Então nos armamos e
nossa felicidade mescla-se a tristeza que é aqui mais entendida, mais aceita,
menos atacada e motiva o enroscar-se interesseiro.
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