domingo, 5 de maio de 2019

Da serie; “Simplicidade é a Chave”



O materialista sempre tentará – inclusive sob o golpe baixo da responsabilidade - convencer o simpatizante ao epicurismo; lembrando-o da máxima desgastada de que somos todos responsáveis por retroalimentar a economia, no entanto aquele se esquece, não conjectura e acaba por desconsiderar que o fator economia tomou a dimensão de mito, e que, ao incentivar essa narrativa, a fábula adquiriu porções graves de especulação justamente por conta da comercialização desenfreada que amarrou o processo, convencendo a todos inicialmente a considerar a ideia de que a saída inequívoca seria elenca-la aos níveis atuais onde a maioria destas soluções é estranha ao mundo comum. No entanto, é justamente porque a princípio nada foi realmente planejado que a sanha ao lucro atingiu o patamar de soberania quando sabemos que a classe econômica se iguala ao claudicado regime monárquico onde, em detrimento da maioria, mantém apenas uma minoria imune, se beneficiando ou mesmo a gozar de privilégios observados somente sob o ponto de vista calculista.


A questão que precisamos responder é; para um que outro, ainda é possível voltar a viver sem o mito pernicioso da economia? Obviamente que sim; afinal contam somente alguns poucos a se desgarrar desta, agora, duvidosa crença: que o feito nem pode ser considerado contingente – um cômputo desprezível nas estatísticas -; entendendo que a elogiada atitude em nada afetará a vontade megalômana já constituída e adequadamente instigada para a alegoria das posses.


Será possível retornarmos ao simples? - Quando foi que deixamos de entender que somos todos iguais? A partir da escravidão, onde púnhamos iguais nossos sob a chibata a fazer, a cuidar do muito, do excesso que a comunidade escravocrata possuía? Não, deve ter sido muito antes, antes mesmo da aristocracia. Isto vem dos reis que se diziam empossados pelo próprio divino. No entanto não nascemos assim. Para chegarmos a esse absurdo de disparidade passamos por centenas de anos caçando e somando esforços para termos o suficiente para a tribo, o assentamento rudimentar, depois à comunidade, e então a coisa toda degringolou com a governança, a política, os sindicatos. Marx ao contrário de outros pensadores chegou tarde – ou deveria ter guardado para si suas vontades. A bem da verdade ele só causou polêmica; e proporcionou matéria prima para uma série de velhacos livrarem o seu – ocorrência comum à história. Marx não é só o pai da algazarra política; ele é o pai da polarização. Porém ele não tem culpa, quando ele colocou suas ideias ao vento já não havia mais o que ser feito.











“Tudo o que é natural
é fácil de conseguir,
difícil é tudo o que é inútil.”

Epicuro












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Da série; vamos prorrogar a existência dos sentimentos