sábado, 25 de maio de 2019

Naturezas distintas









Para o homem existem duas situações contingenciais e essenciais, complementaridade essas, que jamais lhes serão ensinadas - e não somente por perda de tempo -; suas duas infâncias. A primeira, naturalmente, que se constitui da infância inconsciente.





No entanto temos outra chance de uma infância não natural, trabalhada, consciente; que é a velhice. A natureza da infância é pura, é o que é; a da velhice é a oportunidade de o homem demonstrar que percebeu; que o período ulterior aos primeiros anos forjou um ser inteligente e que, por conta desta astúcia arduamente trabalhada: aproveitará o ocaso para voltar à pureza, abandonando as idiotices do homem social adulto.





O indivíduo enquanto vive a situação/ponte, ainda mais obrigatória nos dias atuais, precisa desenvolver a prática do portar-se como uma cobra, no entanto, somente em relação à fisiologia do réptil, ao aprender finalmente a abandonar a pele, a camuflagem adquirida durante a vida adulta.



Portanto, construa e não desperdice sua serenidade, a velhice é uma conjunção fantástica de eventos que podemos abordar para finalmente sermos nós mesmos. Maduros e desvencilhados o suficiente para repassar o que tivemos, e então, prontos à simplesmente abandonar coisas. Temos aí a última oportunidade de aprender a conjeturar relações que ao longo da vida aguçaram sensibilidades também em associações generosas, como e principalmente aos valores, amor, sinceridade e honestidade às pessoas e para consigo mesmo... descompromisse-se na velhice.

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Deus nos dá a infância para aprendermos como é, mas nós o provocamos com nossa velhice provando que nada aprendemos.


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