sábado, 26 de outubro de 2019
Uma vez aqui...
Não há como
arquitetarmos uma evolução objetiva no Plano Terra enquanto não for trabalhada
a consciência de que, por ora, a única evolução factual – primeira/possível - por
estes vales é a evolução individual, a evolução como ser indivíduo; atingida
essa, a outra acontecerá efetivamente... ainda que daí, se possa finalmente
entender que isto não é importante, ou melhor, que durante todo o estado
anterior à evolução pessoal; este sempre foi o mote não acordado.
068.r cqe
Seletividade
Uma boa
mecânica para a autodisciplina se baseia no, aprender a parecer, - a simular
inicialmente - não dar atenção, até não se importar realmente com o
descartável. Isto tão somente às coisas e fatos; jamais às pessoas. Porém este expediente
não é possível ao indivíduo que nem mesmo presta atenção a quantas anda seu
nível de importância às banalidades que o circundam.
*
Alguém acertadamente apontou que não
dedicaria um segundo sequer à filosofia em troca de um instante prazeroso do
cotidiano.
*
Sempre, em algum momento especialmente aguardado, o faro da
percepção se apresenta a todo àquele que se debruça incondicionalmente sobre
uma vontade.
067.r cqe
sábado, 19 de outubro de 2019
O obrigado não se profissionaliza
Como
conquistamos este grau sôfrego desvalido de laicismo a que nos encontramos?
Onde nos acomodamos no acastelar de um individualismo malsão e faccioso no
sentido de que nos limitamos, a cada dia mais, em nichos de conhecimento,
apoiados em aprendizado de domínio comum de grupelhos que se bastam que, na
incompetência em si se baseiam no despreparo para finalmente se acovardar no
passadiço dessa aglomeração polarizada, que mais parece - se de alguma sorte
pudessem se assistir ou tivéssemos a coragem de nos enxergar; de um gargalo
ordinário; um espetáculo deplorável!
Em que
altura está posicionada a régua que nivela nossa atenção ao todo que
inegociavelmente é salvo conduto a nos resguardar na nossa individualidade,
objeto único que se mostrará nosso quando nada mais nos resta por conta das más
apostas pautadas no discernimento deficiente a que nos atiramos por vontade
própria – ainda que influenciados - sem os cuidados necessários por conta do
comodismo generalizado a que viemos cultivando com mais afinco que nossos
antigos planos e vontades esquecidas?
Isso posto,
está correto afirmar que observado a olho pequeno é o amadorismo generalizado
que impera e que é graças a ele que uma gama ou melhor que a população temporal,
desapropriada – leia-se; todos? -, acabam bem ou mal parcamente sobrevivendo e
que, caso o profissionalismo fosse de alguma sorte, de uma hora para outra
despertado e se abatesse sobre alguma espécie de necessidade real de medidas
executadas com excelência para que a sociedade sobrevivesse sobre uma pauta
séria, reta; em que medida o humano, como um todo, dado seu despojamento atual
e generalizado à consciência com a crise institucional eminente a que alguns
poucos assistem e concordam; qual o volume, o contingente a ser então apreciado
para a missão!?!
066.r cqe
O Buscador
Todo o grande tem dimensões enquanto
você busca dentro do próprio desconhecimento. Daí, nenhuma dimensão é
inexplorável ou deveria preocupar.
Ao conhecer, tem-se a certeza de que não há dimensões, o superlativo transcende tudo o que
imaginamos. Daí, portanto; nenhuma perspectiva é inexplorável ou
realmente preocupa.
Tangibilidade quimérica
Os melhores
responsáveis possíveis são aqueles que não querem assumir responsabilidades.
Identificados, obviamente, que não o fazem por indolência, irresponsabilidade
ou soberba. Por serem os únicos capazes de cumpri-las em virtude de seus
princípios e honra; por sua palavra.
No entanto
estes possuem singularidades inadequáveis ao processo vigente; precisam de
carta branca para agir, e este expediente é cada vez mais difícil em um sistema
notadamente empalidecido e manifestamente contaminado.
Como se é possível assumir
responsabilidades autênticas em um sistema que, notadamente se acovarda frente
ao comprometimento por conta, justamente, de sua concepção insciente?
064.r cqe
domingo, 13 de outubro de 2019
Transcendental
Quando
perdemos alguém ou uma oportunidade muito especial, o ato em si pode
desencadear instabilidades até incontroláveis, capaz de atingir mesmo as
vítimas simpáticas a transitoriedade, a atemporalidade. Basta um instante e
tudo perde o sentido. O tempo não é mais como o entendíamos; as coisas, as
perspectivas, e ainda assim é preciso seguir em frente... nem sempre dá.
Algo
parecido também se dá quando nos deparamos com os imensos portões da transcendentalidade
e vislumbramos uma fenda diminuta por um lapso de instante – um insight. Nada
mais faz sentido realmente. O tempo não é mais como o entendíamos; as coisas,
as perspectivas, e ainda assim é preciso seguir em frente... nem sempre dá.
063.r cqe
Do retorno a um pensar contextualizante
Como é
possível, existirá algum mecanismo, será idealizado algum instrumento capaz de esboçar uma perspectiva a indivíduos equivocados que pregam sua segurança em
velhos arquétipos a finalmente retomar
um pensar contextualizante; a quebrar paradigmas!?!
Caberia aí a reflexão niilista de que; o futuro que pode ser pensado é um futuro
perigoso no sentido de que é um horizonte baseado no que existe, em um
amanhã posto; estagnado. Um futuro onde as possibilidades jamais poderão
retomar algum viés puro de liberdade ou coisa que o valha!?!
062.r cqe
Hierarquia respeitosa
Um carinha
muito safo – um conselheiro - ao qual tenho contato certa vez respondeu-me uma
questão sobre jamais exercer ou evidenciar sua autoridade com uma sentença;
“quem verdadeiramente adquire poder não usa o poder que tem”. O contexto do
assunto à época – entre outros enredos que não vem ao caso aqui - dizia
respeito à ponderação; da responsabilidade com que o indivíduo que alcançou
certo destaque precisa assegurar concomitante ao poder adquirido e observar na
mesma proporção a forma centrada, comedida, antes de lançar mão dessa
autoridade. E ficou claro que sua observação dizia respeito ao modo ordinário,
vulgar, do uso volúvel de prerrogativas, não raro, supostas, apenas porque se detém tal poder. E complementou que, invariavelmente é um desperdício de
energia e mais se está expondo a situações improdutivas, quando apenas lançando
mão do conhecimento e/ou discernimento se tem aí material suficiente para
resolver a maioria das questões.
Exige-se
muita consciência para adquirir responsabilidade; ensina. Afinal, cabe ao
pequeno respeitar o superior hierarquicamente, no entanto é ainda maior o compromisso
deste em relação às gentilezas sempre indispensáveis para com o primeiro.
Em se buscando a decência, quanto
mais alta a posição maior é a responsabilidade em ser educado.
061.r cqe
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"cavalo",
"Gafanhoto",
Ainda buscando,
In The Work,
Lançar a lança,
O Entusiasta,
Técnicas de um prático,
Überphylos
sábado, 5 de outubro de 2019
Doutrina, não; disciplina
Espírito disciplinador - Após
assistir o filme “Kardec”, reafirmo minha opinião de que o espiritismo é um
processo natural, portanto não pode ser observado de maneira alguma como uma
doutrina no que se refere a religiosidade como a entendo. Uma doutrina sim, no
entanto, apenas, ao levar em consideração a valorização do rito através do
recolhimento, do respeito, do comportamento comedido, reto, íntegro, moral e
aglutinador de valores pautado no entendimento consciente de um depois; de que
há mais e, portanto, no mínimo, o ser humano precisa acautelar-se em suas
decisões por conta da incerteza, do ignorar frente à ciência - a nós - inexata
do existir humano em comparação ao universo sutil.
Não
enxergamos as bactérias e micro elementos sem o auxílio de aparelhos
sofisticados. Acreditamos nas benesses das energias dos alimentos, por exemplo,
propaladas por uma gama infindável de teses. Somos levados a acreditar na
expansão ininterrupta dos cosmos por conta de pouquíssimos estudiosos do
assunto. No entanto, no que se refere ao mundo espiritual as evidências
apontadas vão contra – por ora - uma cultura estabelecida entre bactérias e
expansão estelar a qual tanto avançou no entanto preteriu oportunizar o
processo natural preferindo acovardar-se na espetacularização desnecessária e
contraproducente negligenciando que o ser desprovido de corpo continua seu
processo natural na existência.
Se não
posso provar que é (ou como, ou porque) e
algo indica que aquela ação não me é favorável frente à dúvida, o bom senso
aconselha que o melhor a fazer é não agir... e vice versa. Concomitante a esta
máxima, transformar o desconhecido em espetacular por razões instintivas que
facultam estados, valoradas e oportunizadas a assim permanecer é mais um
permanecer no pensar erudito que avançar para a metafísica do desprendimento.
Posto que, “o trabalho dignifica o
homem”, “fora da caridade não há salvação”; seja quais outras ações que façamos
imbuídos de sensatez fatalmente irão se provar, para todos que são sensíveis à
prática destas máximas que, naturalmente empossados de boa índole;
manifestamente se “religaram” a Deus independentemente de chancelas
autoritárias.
060.r cqe
(Pré)visões
A
idealização de um pensamento benfazejo, utópico ou complexo, dificilmente se
tornará ação na concepção fértil do seu autor sem o maturar devido; este, mesmo
impossível em séculos. Em situações outras, nem mesmo se dá em eons. No
entanto é uma semente que em alguma pulsação alheia ao nosso querer pode vingar independentemente do tempo/espaço que afirmamos ter ciência.
059.r cqe
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“Portal BCDEFGHIK”,
"Visitas",
#HaMais,
Eu Megalômano,
meta-pura,
Passageiro,
PATH,
Respirando Inspiração,
Semainei
Carreiras e correrias
A nota na
primeira página de determinado semanário revela que uma palestrante recebe das empresas até 20
mil por seção para ensinar funcionários a ser feliz.
*
Se a intenção é valor econômico ao decidir-se por uma carreira é dinheiro que você terá, jamais, felicidade.
No livro A
Arte da Felicidade de
Sua
Santidade, o Dalai Lama e Howard C. Cutler:
Acabei tendo a oportunidade de
examinar suas opiniões em maior profundidade em encontros diários
com ele durante sua estada no Arizona e, dando continuidade a essas
conversas, em outras mais longas na sua casa na Índia. Enquanto trocávamos ideias,
logo descobri que havia alguns obstáculos a superar no esforço para
harmonizar nossas perspectivas diferentes: a dele a de um monge
budista, a minha a de um psiquiatra ocidental. Comecei uma das nossas
primeiras sessões, por exemplo, propondo-lhe certos problemas
humanos comuns, que ilustrei com alguns relatos cansativos sobre casos
reais. Depois de descrever Itma mulher que persistia em comportamentos
autodestrutivos apesar do tremendo impacto negativo sobre sua vida,
perguntei-lhe se ele teria uma explicação para esse comportamento e que conselho poderia
oferecer. Fiquei pasmo quando, depois de uma longa pausa para reflexão,
ele simplesmente disse que não sabia e, dando de ombros, soltou uma
risada afável.
Ao perceber meu ar de surpresa e
decepção por não receber uma resposta mais concreta, o Dalai-Lama
explicou:
— Às vezes é muito difícil explicar
por que as pessoas fazem o que fazem... Com frequência, a conclusão
é que não há explicações simples. Se entrássemos nos detalhes da vida de
cada indivíduo, tendo em vista como a mente do ser humano é tão complexa,
seria muito difícil compreender o que está acontecendo, o que ocorre
exatamente.
Achei que ele estava usando
evasivas.
— Mas, na qualidade de
psicoterapeuta, minha função é descobrir os motivos pelos quais as pessoas fazem
o que fazem...
Mais uma vez, ele caiu naquela
risada que muitas pessoas consideram extraordinária — um riso impregnado
de humor e boa vontade, sem afetação, sem constrangimento, que
começa com uma ressonância grave e, sem esforço, sobe algumas oitavas
para terminar num tom agudo de prazer.
— Seria uma tarefa impossível! Do ponto de vista
do budismo, são muitos os fatores que contribuem para um dado
acontecimento ou situação... Na realidade, pode haver tantos fatores em jogo que às
vezes é possível que nunca se tenha uma explicação completa para o que
está acontecendo, pelo menos não em termos convencionais.
Ao perceber uma certa perturbação de
minha parte, ele prosseguiu com suas observações.
— No esforço de determinar a origem
dos problemas de cada um, parece que a abordagem ocidental
difere sob muitos aspectos do enfoque budista. Subjacente a todas as
variedades de análise ocidental, há suma tendência racionalista muito forte,
um pressuposto de que tudo pode ser explicado. E ainda por cima existem
restrições decorrentes de certas premissas tidas como ilíquidas e
certas. Por exemplo, eu recentemente me reuni com alguns médicos numa
faculdade de medicina. Estavam falando sobre o cérebro e afirmaram que os
pensamentos e os sentimentos resultam de diferentes reações e alterações
químicas no cérebro. Por isso, propus uma pergunta. É possível conceber a sequência
inversa, na qual o pensamento dê ensejo à sequência de
ocorrências químicas no cérebro?
Mas a parte que considerei mais
interessante foi a resposta dada pelo cientista. “Partimos da premissa de
que todos os pensamentos são produtos ou funções de reações químicas no
cérebro.” Quer dizer que se trata simplesmente de uma espécie de
rigidez, uma decisão de não questionar o próprio modo de pensar.
Ficou calado por um instante e
depois prosseguiu.
— Creio que na sociedade ocidental
moderna parece haver um forte condicionamento cultural baseado na
ciência. No entanto, em alguns casos, as premissas e os parâmetros básicos
apresentados pela ciência ocidental podem limitar sua capacidade para
lidar com certas realidades. Por exemplo, vocês sofrem as limitações
da ideia de que tudo pode ser explicado dentro da estrutura de uma
única vida; e ainda associam a isso a noção de que tudo pode e deve ser
explicado e justificado. Porém, quando deparam com fenômenos que não
conseguem explicar, cria-se uma espécie de tensão. É quase uma sensação de
agonia.
Muito embora eu percebesse que havia
alguma verdade no que ele dizia, de início considerei difícil
aceitar suas palavras.
— Bem, na psicologia ocidental,
quando deparamos com comportamentos humanos que na
superfície são difíceis de explicar, temos algumas abordagens que podemos
utilizar para entender o que está ocorrendo. Por exemplo, a ideia do
aspecto inconsciente ou subconsciente da mente tem um papel de destaque.
Para nós, às vezes, o comportamento pode resultar de processos
psicológicos dos quais não estamos conscientes. Por exemplo, poderíamos agir de uma
determinada forma a fim de evitar um medo oculto. Sem que percebamos,
certos comportamentos podem ser motivados pelo desejo de impedir que
esses temores venham à tona no consciente, para que não tenhamos de
sentir o mal-estar associado a eles.
O Dalai-Lama refletiu por um
instante antes de responder.
— No budismo, existe a ideia de
disposições e registros deixados por certos tipos de experiência, o que é
meio parecido com a noção do inconsciente na psicologia
ocidental. Por exemplo, um determinado tipo de acontecimento pode ter ocorrido num
período anterior na sua vida e ter deixado um registro muito forte na
sua mente, registro este que pode permanecer oculto e mais tarde
afetar seu comportamento. Portanto, há essa ideia de algo que pode ser
inconsciente: registros dos quais a pessoa pode nem ter consciência. Seja como
for, creio que o budismo tem como aceitar muitos dos fatores que os
teóricos ocidentais podem apresentar, mas a esses ele somaria outros fatores.
Por exemplo, ele acrescentaria o condicionamento e os registros de
vidas passadas. Já na psicologia ocidental há na minha opinião uma
tendência a superestimar o papel do inconsciente na procura das origens
dos problemas de cada um. A meu ver, isso deriva de alguns pressupostos
básicos a partir dos quais a psicologia ocidental opera. Por exemplo, ela
não aceita a ideia de que registros possam ser herdados de uma vida
passada. E ao mesmo tempo há um pressuposto de que tudo deve ser
explicado dentro do período desta vida. Assim, quando não se consegue
explicar o que está provocando certos
comportamentos ou problemas, a
tendência é sempre atribuir o motivo ao inconsciente. É mais ou menos como
se a pessoa tivesse perdido algum
objeto e decidisse que esse objeto
estaria nesta sala. E, uma vez que se tenha tomado essa decisão, já se
fixaram os parâmetros. Já se excluiu a possibilidade de o objeto estar fora
daqui ou em outro aposento. Com isso, a pessoa não para de procurar, mas
não encontra nada. E, mesmo assim, continua a pressupor que o objeto
ainda esteja escondido em algum lugar neste recinto!"
058.r cqe
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