Que contrassenso gastar tempo pensando no que escrever sobre
alguém que nada mais significa para nós. Se a temos como uma pessoa
insignificante; por que perder tempo com isso? Teria um valor menor que chutar
uma lata abandonada na beira da estrada apenas pelo fato de que ela está ao
alcance de fazê-lo.
Termos nos enveredados para a análise com o privilégio do
tempo para registrar nos permite a estes luxos, e vale também como exercício.
Ao final o despertar de interesses e analisares posteriores poderão corroborar
esta perda de tempo como uma sessão de avaliação a tomar um tempo precioso de
quem quer que seja que venha ter algum instinto despertado com nosso
desprendimento.
O que é uma pessoa insignificante? Um desgraçado, um pobre
diabo, um zé ninguém que, antes de tudo, é um egoísta.
Ao longo da nossa vida nosso senso de justiça deve sofrer
ajustes, vamos ficando mais ponderados e entendendo melhor as necessidades dos
outros; se isso não está acontecendo, preocupe-se.
Aos poucos vamos deixando pra lá uma série de ações
terceiras que nos incomodavam. E é por isso que o desprezo é um dos maiores
castigos a que podemos impingir a um algoz.
Não vou negar que este ataque tem um endereço. E
dificilmente alguém descobrirá a quem ele é destinado; até porque é a velha
síndrome do mártir de conveniência, onde o acusado sempre se comportou como um
pária, mas se torna mártir por conta dos alinhamentos que o colocaram no centro
das convulsões. E mesmo que ele pudesse entender que não deve às atitudes
nobres, próprias, colher algum louro, por não as possuir, estes tipos conseguem
se iludir também aí, nos estertores, portanto nem mesmo isso; se fosse o caso
de se enxergar: não gostaria de enterrá-lo ainda mais fundo na sua
personalidade ufana afetando ainda mais seu decrépito estado.
Antes deste pequeno apontamento anotei. “Ele é tão
desgraçado que não imagino como vê-lo em um estado de maior miserabilidade”, afinal
erra neste mundo largado por sua conta e risco, e enquanto come sardinha e arrota
caviar, desconhece o mínimo circundar de esferas superior ao seu estado
ilusório.
O miserável é miserável por si só. Por si só ele existe em
uma vala comum cavada com suas esperanças vãs e certezas precárias. Assoberbado
em uma estultice que, medida por seu passado que entendia vergonhoso, não
imagina que naquele outrora a pureza de sua ignorância o fazia dono de um
espírito ainda maleável. Agora não mais.
Não há mal que se deseje a um tipo assim - um ordinário
maléfico patológico ainda daremos o direito de se defender, afinal pode que desvios
psicológicos atenuem suas atrocidades. Não nosso personagem. Uma vez dono de
algum conhecimento, é certo que nós perderemos um pouco do nosso tempo precioso
maquinando frivolidades contra um pobre diabo que por si só encontrará uma
resposta significativa que o levará, em algum tempo, a entender porque ele foi
um ator onde espíritos abnegados são os únicos que circulam ao seu lado... mais,
o protegendo dele próprio.
Li por aí; “Prefiro ser
acusado de omisso por não prometer do que ouvir que sou um escroto por não ter
cumprido o prometido”.
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