sábado, 24 de agosto de 2024

Elo forte, porém, descartável

 







A globalização, a massificação corporativa e seus conglomerados miscelânicos reconhecidamente descaracterizados de personalidades, destruiu a antiga formula do negócio familiar que, obrigado a se reinventar; e como opção única, seus proprietários se viram forçados a incorporações com megaempresas, deixando esses, ”donos do negócio”, sujeitados à estranhos a gerir seus empreendimentos em várias partes do planeta.








Quanto a segurança do sistema, não restam dúvidas de que é um fator bastante confiável; programas milionários inteligentes e computadores de última geração dão conta de que a maior parte dos ganhos fique entre os patrões, e é por isso que CEO’s são excessivamente valorizados.








Até aqui estamos falando sobre o rico processo de deixar homens ainda mais ricos.

E sobre os homens que fazem toda essa engrenagem funcionar?








Há uma diversidade sem conta de pessoas e ações que circulam nas esferas mais diversas das companhias, formada por grupos ou agrupamentos compostos por uma massa de indivíduos complexos, porém alinhados às diretrizes e padrões de cada empresa — que pouco difere umas das outras.








Em geral, os grupos tendem a formação de equipes, portanto, jogam junto, ao contrário dos agrupamentos; esses são desorganizados e buscam apenas o cumprimento obrigatório de suas jornadas de trabalho fazendo, geralmente, apenas o que lhe foi incumbido.








Estes ambientes todos são absurdamente hierarquizados, dos manobristas às senhoras do cafezinho até chegar aos diretores; não funcionaria se assim não fosse.

Neste exercício, vamos rapidamente enfatizar um grupo em especial, os articuladores que, geralmente, formar o que denominamos, “panelinha”. 








Nos acostumamos ao exercício comum empresarial, onde uma vez contratado, fazemos parte do que os gerentes e supervisores apropriadamente são instruídos: para que seus liderados se torne um grupo de vencedores ou no mínimo, organizados para baterem metas.








Entre as equipes, é mundialmente conhecido o apelido que nenhum dos membros do grupo quer ser apontado: o “elo mais fraco”; afinal, assim que identificado, após uma ou duas advertências ou um desastre monetário, ele deve ser descartado por não entregar o que a empresa esperava, e, à boca pequena, os comentários são unânimes ao aponta-lo como o dente que emperrava as lucrativas engrenagens; mas este processo pode não ser tão claro quanto verdadeiro, portanto vou colocar duas situações; dois exemplos seculares de difícil resolução.

        





I — Há um processo de corrupção na empresa e determinado elemento, comprometido com a missão pendurada na parede tanto quanto com seus valores próprios, resolve averiguar os desvios. Homem sério e honesto, descobre que apenas alguns dos colaboradores estão se beneficiando de determinado achaque, e resolve confrontá-los, e logo a diretoria recebe com espanto que ele terá que ser demitido, ou se desligou da empresa por problemas pessoais;

        







II — Uma ocorrência séria faz com que as máquinas parem por um tempo maior que o normal, gerando um prejuízo de difícil explicação para a diretoria em polvorosa, a panelinha, envolvida em relatórios virtuais e, portanto, omissa ao funcionamento do processo de produção, se vê em papos de aranha para explicar o prejuízo e, oportunamente, escolhe um ótimo gerente que destoa das opiniões do grupo para “fritá-lo”, incutindo a ele a conta do sinistro, armando argumentos que o coloquem no centro da ocorrência do desastre. Frente aos argumentos apresentados, a empresa dispensa o colaborador sem consideração alguma.

Fica a questão; como seria um negócio gerido sem as malditas panelinhas que buscam recolher os grãos que roubam escondidos sob as garras da corrupção?




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Nas corporações, o elo mais forte deixa de sê-lo, tão somente se esse não alinhar suas ideias com a panelinha.

 

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