sábado, 22 de fevereiro de 2025

Sobre a insciência do homem — Observadores Perversos do Externo

 








Rebeldes sem causa; sua causa é se manter sem causa... e disso, orgulham-se.













Assistimos cotidianamente uma das faces mais estarrecedoras das redes sociais, o que chamamos de haters, ou stalkers, por exemplo.















Recentemente assisti uma matéria sobre uma menina negra, colhedora de café e cega de um olho que está fazendo sucesso na Mídia ao despretensiosamente mostrar sua rotina diária de trabalhadora rural. Em determinada altura da reportagem ela desabafa sobre os comentários racistas, de ódio e contra a sua atitude de, tão somente e ingenuamente mostrar, seu lindo trabalho.

















Na maioria das vezes somos vazios e é isso que nos torna Observadores Perversos do Externo. O externo precisa ser olhado, é nele que conseguimos muitas respostas às nossas aflições, porém essa observação deve ser, sempre, acrítica, ou no mínimo ponderada, em relação a sua origem.

















Por quê esse ódio gratuito? O que leva uma pessoa a criticar o trabalho de uma moça simples e de tantos outros que se expõem nas redes de forma ingênua, pura, verdadeira, linda e abençoada?
















Por quê a tudo temos, à primeira vista, uma crítica nada saudável. Ao ver uma ação, qualquer que seja, invariavelmente nossa primeira opinião após escarafuncharmos na mente é sobre o que entendemos contrário ou motivo torpe, quando por outro lado, é, inicialmente, raro e difícil entabular pensamentos ou palavras de empatia?
















A vida nos fez duros, é certo. Como já foi dito: esse mundo definitivamente não é para amadores. Porém, cotidianamente todos nós temos lampejos de lucidez, se não ao dia, ao menos a noite, e por quê não nos agarramos a eles? Era preciso que meditássemos sobre isso; inicialmente, como uma mecânica, uma decisão bruta, repetitiva, quase sem sentido se observada sob o comportamento ordinário dos anos passados, porém insistente, brava, com a vontade, o ânimo e a vergonha daquelas que se descobrem e vencem a vergonha inicial; é preciso entender que se ainda sentimos vergonha, não está tudo perdido. É realmente motivo de vergonha, e devemos senti-la ao recordar que até então julgamos um autista, uma pessoa negra, um pedinte, um vulnerável qualquer apenas porque nossa condição de superioridade, ou por estarmos escondidos atrás de uma tela, não permitiu que sofrêssemos punição alguma — sentir vergonha é o primeiro passo em direção à LUZ. Sintamos vergonha, soframos por dentro, sejamos forte, vamos procurar ajuda se tivermos coragem, porém é possível lutar sozinho. É possível acordar sozinho. É possível calar-se e resignar-se sem fazer alarde; e como é belo, como há beleza em deixar-se sofrer, em cobrar-se com responsabilidade. Faça isso só, dê-se esse presente, volta-te à Luz e não busque a aprovação alheia; nem sempre seus amigos estarão dispostos a fazer o mesmo e, em contrapartida, tentarão desestimula-lo de sua vontade nova, sua vontade recuperada. Pense além dos seus amigos; pense que podem haver entidades superiores torcendo para que você vença essa fase obscura de sua vida. Há Luz, Há Mais, acredite nisso. O mundo foi criado para o bem, lembre-se, melhor, jamais se esqueça disso. Pense de forma simples, pura, desconectada da realidade atual: por que o mundo seria criado para eleger o mal como a resposta final?













Na citação abaixo é fácil entender que nossa Sombra Interior existe, no entanto, o mais importante é reconhecer que em tudo há equilíbrio e se ela esconde o que nos envergonha, é fato que também ali encontramos as ferramentas para aflorar os dons que permanecerão adormecidos até que enfrentemos o que ainda nos envergonha.






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No livro, Os astros guiam o seu destino, André Mantovani instrui que Plutão é o “Guardião da Sombra Interior — um domínio terrível que esconde nossos piores medos e dores, mas onde também guardam todos os dons que ansiamos conquistar e manifestar no mundo”.

Revista Sophia; 113

Matéria; A entrada de Plutão em Aquário

Marcos Queiroz

 







A crítica e a perseguição insana a um terceiro, qualquer que seja, é a mais clara revelação de que ainda muito ignora e desconhece, principalmente, isso.







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