sábado, 25 de julho de 2015

Palavras empanadas



Ao longo da história, viemos aplicando significados e pesos diversos às palavras, fazendo com que elas também sofressem uma espécie de “incrustar imaterial” com o tempo, que embora imperceptível, diferentemente da fuligem da matéria que provoca modificações nas estruturas, aqui ele progride do aculturamento de povos inteiros, do vício de linguagem, do mau uso da língua, da miscelânea de dialetos, gírias, interesses e desinteresses e desimportâncias sobre os diferentes modos de expressão, e acaba criando uma crosta em um sem número delas que não é mais possível, para gerações inteiras, entender o seu real significado. Escondendo, que os termos empregados em determinadas situações não dizem, não significam somente o aprendido e corriqueiramente utilizado ou mesmo nascido da conveniência em comum ou habitual. Fazendo com que o texto seja negado, quando não se entende o contexto do processo desenvolvido no pensar dos autores, por exemplo; classificando todos; despejando-os no escaninho daquilo que é desinteressante; do pontual que não agrega. Não entendendo a riqueza intencional; relegando-o a mais um, e quando nada é despertado no leitor, continua ele com suas interpretações de praxe sem se voltar a outro pensar que não o velho compreender que aquilo não lhe diz respeito, ou coisa que o valha.

E podemos ter atingido esse negligenciar expressivo, esse apagar, essa invisibilidade de significados em determinado grau excludente que, ao citá-las, primeiramente, precisamos explicar o que representam naquele instante, - não seria exagerado apontar para os sinais de referências de notas - de tal forma, que não somente o contexto ou o histórico do autor é suficiente para desvesti-las das camadas agregadas, - não raro perversas - ao leitor mais desatento.

Ao se lançar mão, por exemplo, de palavras que sinalizam força por si só; lidas a revelia como: “Material”, “Revolução”; “Religião”; “Crítica”; “Política”; na tentativa de trazer o leitor ao significado raiz ou original dessas expressões, o autor, se de alguma sorte se fizesse entender sem a necessidade de explicações academicista, ou se perdesse em digressões desnecessárias, muitos artigos seriam apreendidos próximos da essência de seus significados; respeitando-se tanto esse quanto a ideia defendida no seu conjunto. 
 
É certo que tudo o que aqui nasce, morre, e, quanto ao material fadado a extinção é possível que organizações somem esforços e prolongue ou até mesmo salve um que outro espécime, porém, no que diz respeito ao arquivado em bibliotecas ou pior, apenas na mente de velhos escolásticos eruditos, parece não haver instituição capaz de fazê-lo. 


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Qual é o propósito da sabedoria?



A vida imita a vida. O menor é cópia do maior e assim por diante, mas o homem absurdamente insiste em contrariar isso.

Originalidade alguma nestas duas colocações. Porém a ciência conta que o sapo acaba vitimizado devido ao seu acomodar-se na água da panela ao fogo; e nós humanos o usamos como um exemplo de não proceder quando, favoravelmente, agindo como tolos ajuizados; negamos a natureza. E, observando ou não ao expor, trair ou negligenciar exemplos como esses, ao final, e aqui, ou e agora, menos convincente: somos também obrigados a calar ao descobrirmos quando finalmente arrazoados, que menosprezamos sempre ou oportunamente que o pequeno, via de regra, se transforma no complexo originado posteriormente, nascido justamente de determinadas ações que, não raro, da conveniência mais conivente que oportuna moldou para o bem ou para o mal o capítulo último.

Portanto, concordo com a opinião que defende que a busca pela sabedoria é contraproducente em se tratando de sustentabilidade do sistema social como um todo. Procurar ser um ser sábio demanda toda uma vida, já a sociedade exige respostas rápidas, ou a gosto do estado de governo da vez, de posse que o segundo não pode nem ouvir o primeiro nem mesmo perder tempo com o que este tem a oferecer dado ao estado de soluções imediatistas em que o sistema enleou-se e segue atolando ainda mais, em se tratando do humano em si; e menos no aparelhamento do estado, alimentando um complexo autofágico causado, justamente, por não prestar atenção nessa dinâmica.


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Sobre o Úmido










A água destrói 

o fogo lava




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sábado, 18 de julho de 2015

Minha Filosofia



Minha filosofia!?! É extremamente simples.

Consiste em assimilar que: caso você entenda que está tudo bem, ok... não há nada que possa ser feito, então, continue. Porém, se algo contrário a isso incomoda; qualquer coisa... assumida essa condição, não deve haver paz em sua mente enquanto o desassossego persistir – e a partir daí, a sua mente precisa ser usada como ferramenta revolucionária em proporção ao seu espírito inquieto.

Você não pode se contentar, ou acomodar-se com a primeira resposta, - é lógico que isso não é possível, que isso é só desculpa - pois o descontentamento, cedo ou tarde retornará. Portanto, mova céus e terra até que consigas uma solução inteligente para voltar ao seu eixo. É isso.


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Orgulho às enzimas

Quando engolido o orgulho, é preciso que ele ultrapasse a garganta e se aloje no estomago; confundindo-se ali com os outros alimentos. E sofra o processo, sendo então deteriorado, consumido e excretado após ser aniquilado pela ação das enzimas que fazem; que executam com primazia seu trabalho indistinto. Essas enzimas denominam-se, vontade, querer, entendimento, aplicação e, continuado o processo interno, será revelado no nosso caráter, aqui fora, o equilíbrio nascido dessa fome de romper com o feijão com arroz ordinário temperado com raiva e revolta que produzem uma química tão diversa; impossível de ser quebrada mesmo envolta no mais corrosivo dos sucos, quando não são observados, externamente, os efeitos da má digestão.


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A morte já está garantida



Conscientizados de que somos um lapso, um hífen e não uma reticência em si, seria mais fácil seguir adiante.

Não porque houve um início, mas porque não temos acesso a este pretenso início - porque somos o eterno errar.

Precisaríamos nos convencer, definitivamente, de que não passamos de um traço na existência. E a lógica aponta que, cedo ou tarde sairemos daqui devido ao colapso de nossos corpos. Nada mais correto então, que aproveitar essa certeza e viver a vida da melhor forma. E isso consiste em invocar a inteligência para então fazê-lo. Afinal, se a morte é certa e a vida não, é a vida que precisa ser valorizada e não a morte. Hoje vivemos em função da morte, precisamos inverte isso. Vida – como insistimos em entendê-la - é que não temos; a morte sim... é direito adquirido.


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Instrumentos receptivos





Não somos gênios póstumos, disse com naturalidade. Somos instrumentos receptivos. Que apenas não se permitem inocular por qualquer célula que deixe prenhe da superficialidade ilusória... assim, se ainda dispomos na cavidade a semente, é por não sermos estranho ao que estranha.


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sábado, 11 de julho de 2015

Dependência química


Ou o lapso que acorda; ou o laço na corda


Aproveite o momento de lucidez para fazer o que deve ser feito. Ultimamente, não há atitude eficaz já na razão; o que teremos então fora dela?


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Ideologia; apenas política

Todo o didatismo dos últimos cinco séculos voltado ao material humano resultou inócuo - o pensar que transformaria o homem. Afora algumas receitas que puderam ser ministradas em consultórios médicos – visando apenas e unicamente à melhora ou ao acerto pontual do paciente - a pretensão de todo daquele que pensou o valor humano ficou estagnada em seus livros que mais serviram para torná-lo uma celebridade. Menos em universidades e mais no mundo laico por conta das oportunidades de negócio geradas através de seus esforços que, a bem da verdade jamais saberemos onde seccionar as pesquisas prudentes dos estudos devotados tão somente ao bem comum, daqueles desviados prematuramente ao que lhe daria a tão sonhada notoriedade verdadeiramente histórica.

Desdenho de seus esforços reconhecidamente universitários em detrimento ao estouro do resultado de suas energias nas imprensas do mundo, por um único motivo: são muito mais fáceis olhos de rapina voltados ao comercial enxergarem um filão do que renomados catedráticos que se dizem colegas de cadeiras elevarem um dos seus ao panteão de herói a menos que seus avanços aconteçam a olhos vistos. E isso por que; por conta do maldito imediatismo. O primeiro busca o sucesso imediato junto as suas ideias e o segundo as reconhecerá minimamente fazendo com que apenas a posteridade lance luz aos merecidos esforços. Essa conta creditada a vaidade de um e a inveja do outro, cobra o ônus do reconhecimento indevido deixando grande parte do trabalho a vingar, enterrado. 

O homem vem, há décadas, não tendo mais tempo para cuidar de si mesmo. Não é estimulada mais à vontade que o desperta. A despeito de tudo, o meio científico precisa admitir que ainda, a religião, mesmo em sua claudicância, conseguiu mais que seus pensadores.

Definitivamente, assumimos que somos terráqueos, ou seja, materialistas. E para estes – aceito isso - é mais importante sobreviver e prosperar, - voltar-se a cultura dos holofotes - a tentar teses que se ajustem na construção efetiva: que tragam à luz elementos essenciais a deixar nosso desenvolvimento próximo de uma sociedade voltada tão somente à evolução positiva e harmônica; que venha a acenar com algum direcionar determinantemente eficaz ao desenvolvimento humano.

Em suma, volta-se o antes dedicado estudioso ao que agora remunera. E o que bem remunera, o que proporciona status... é estar sob o foco dos acontecimentos. Principalmente se se está fazendo acontecer, ainda que seu trabalho tenha sido prejudicado na essência do caráter puro; são. Da escolha feita já há bons anos; pois agora, descoberto os meandros que fazem o homem prosperar. Entende que descobrimos que adequando a política, convertendo-a para a sobrevivência ladina, ardilosa, nada mais interessa que abandonar definitivamente o pensar que transformaria o homem em uma disciplina gratificante, um exercício ou até mesmo em um passa tempo, porque não... pragmático; enquanto a sobrevivência, uma vez mais, fica relegada aos perrengues de cada um, afinal, é certo que a implantação de qualquer cultura nova passa pela política do estado, e esta acaba no círculo vicioso do que ela própria reza.

*

Existe sempre a discussão por parte dos pensadores sobre a constituição do caráter humano, como ele pode crescer individualmente, ou estas coisas, mas não entendo o porquê dessa dúvida gerar tanta discussão se é certo que vivemos em sociedade, e até que aprendamos o significado disso, sempre dependeremos uns dos outros. E, de posse desse entrave, vamos criando uma mescla de vontades, leis, princípios forjados ou entendidos como mais acertados àquele grupo e as tradições, por exemplo. Mas tudo, ao final, estará disposto às leis que terminantemente irão moldar-se mediante o movimento para lados opostos ou não da mesma comunidade, ou seja, ao final é mesmo a política - reduzida à gestão - com suas representações mais ou menos interesseiras, independentemente da justiça ou concomitante a justiça negociada; conchavos e acertos que moldarão vontades do seu presente que receberão o ônus ou o bônus do partido escolhido. Não há o que ser discutido aqui. O caráter fraco será o resultado desse barril de conservas e ira somar no indigesto resultado seguinte, já o caráter forte, conviverá com isso, sofrendo a seu modo.


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Revolteios perigosos

Há! De todas as mentiras que nos auto impomos... da criação até este espasmo de evolução, - este quadro biológico instalado; um estado sintomático patológico cataléptico... em que sobrevivemos - a mais bela e mais forte parece ser a que esconde de nós o fato de não temos, absolutamente, controle sobre nada.


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A má erva


Há ao menos uma despreocupação que não pode ser esquecida, ou não deve despencar na vala do esquecimento por todo aquele que cultiva conscientemente uma mente sã, focada na senda da correção; quando atacado pela calunia, se este atingiu ou tenta dominar a faculdade da paciência. E a razão do não desassossego prematuro reside exatamente no oposto do ente incorreto que calunia, quando esse acertadamente remete a um pária em descompasso quando descoberto, lembrando que: por mais ilações que possam disseminar contra a boa semente, concordamos que, apesar da conjunção de ações alheias a boa vontade despertarem a má geração, é certo que seu tempo de ação; de maus auspícios, é inerente ao fato de nascer-se com tendências ao negativo, o que limita seu existir a algum tempo mais ou menos longo no coração dos seus iguais estéreis para a boa planta, mas é ainda mais acertado afirmar que isso jamais irá ocorrer entre seus iguais em pureza, onde a semente da erva é pisada ao primeiro broto - por se conhecerem e conhecer-se a gênese desse vingar.


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sábado, 4 de julho de 2015

O Candeeiro



Então aciono minha vã futilidade... meus humores instáveis... tão difíceis de serem extirpados. Para concluir que é justamente fazendo uso desses irmãos que se dão em atropelos, que me vanglorio de seguir no escuro. Sabendo que ao meu lado existe Alguém que carrega um candeeiro capaz de iluminar não apenas o meu caminho, mas o destino de legiões. Por conta disso a melancolia não me atinge, porque, uma vez que avanço no escuro, estes Seres que seguem comigo, somente o fazem porque avanço só, ainda que comigo estejam - e é apenas por isso que os mantenho... é por entender-me só que só não estou.

Todo o ser verdadeiramente magnânimo não deseja que o sigam enquanto houver resquícios de dependência, por entender a unicidade de cada um. Até o faz, a um que outro que necessite do auxilio batismal, mas este espaço é exíguo, por saber ele que todo o ser precisa encontrar a sua forma de caminhar, e não torná-la uma dependência preguiçosa ou mesmo incúria e contraproducente, justamente no minguado espaço onde estas expressões fazem sentido. 

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A certeza em meio às ambiguidades variáveis

O ser é melancólico por natureza... e, em algumas situações, como agora, um querem diferente do aprendido - um desejo de obter respostas mais concretas ou condizentes com o sutil -, vem a mente, porém, por mim mesmo, digo - que seja... logo passa.

E faço passar, por entender a complexidade simples da coisa. Fui domesticado entre os paradoxos que sempre precisaram coexistir em meio ao material e imaterial que termina por dar forma a toda uma ambiguidade, também natural, se começarmos a revoltear por entre estes limites que se misturam justamente devido as proximidades alinhadas das margens/espaços que adelgam suas bordas, mesclando o que é a nossa ilusória natureza bruta com o efêmero, porém palpável aos olhos do Todo diante da inacreditável e ininterrupta construção da criação eterna... constante... perene...


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Desperdício ou policiamento!?!





Em quantas oportunidades diárias nos pegamos corrigindo nosso pensar banal? Preocupado ainda; envolto ainda em comportamentos voltados mais ao externo ufanista. Desperdiçando oportunidades outras de manter-se no – mantendo o - caminho da prática segura e positiva; ou faria isso parte da prática?

Estará isso no caminho da prática, ou praticamente é só isso que praticamos na prática?


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Ode à metafísica; um exercício



Como se darão os ajustes do universo? O universo vem se fazendo em completa perfeição a partir de sua gênese; ou situações fogem também ali, ao controle? Ou sua equipe de planejamento está suficientemente atenta para o possível degringolar; ao inesperado, ou ao caos eminente? E, uma vez necessária a intervenção, como se dá este ajuste! Nada pode ser mais claro aqui do que o entendimento, a observação de que os arquivos (seus planos paralelos) do universo são indizíveis, se agora podemos compreender, tomando por base, fazendo uma alusão a mecânica do efeito dos sistemas de arquivos em nuvem, por exemplo – ainda que a mecânica não se pareça, é aplicável atentar-se para a dinâmica da não matéria, ou melhor, da não necessidade de um compartimento material para a contenção. Se nós humanos já conseguimos captar avanços dessa ordem é certo que não há limite fora da matéria. Fora daqui, não apenas isso, mas os acontecimentos, uma vez ocorridos - e mesmo os não a nós -, tornado organismos, assim continuam, para todo o sempre, porque não se pode negar o óbvio e esquecer a máxima de que onde não há princípio não há fim.

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Entendo e tento contar aqui, sustentando com argumentos próprios – que mais servem como uma disposição, ou seja, disponho-os apenas, pois, com um mínimo de imaginação é possível observar que se auto defendem - um, a princípio pequeno, mas significativo motivo, aventado. Lançando mão da certeza de que o cosmo não é egoísta; razão mais que suficiente, ou, por si só auto sustentável para ele dividir-se  em outros incontáveis planos.

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Uma visão ampla e nada mesquinha de uma observação ainda que teórica; provável per se em significado se pensarmos metafisicamente não apenas (o crer) a possibilidade da transcendência, mas o absurdo do nada imaterialmente denso.

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Deve haver uma porta, um portal que siga aberto para todo o sempre, possibilitando que em algum tempo/espaço de significativo grau de importância; lançando mão de ferramentas de alinhamento incompreensíveis a nós e comum ao mecanismo matemático universal; passível de ser acessado por todo aquele que venha recordar ou jamais se esqueceu de determinada encruzilhada decisiva – ou por razões nunca esclarecidas ao homem enquanto matéria - em qualquer uma de suas incontáveis existências.

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Entre os vários textos de Voltaire, existe um, onde determinado personagem discute o não casamento de outro com a mulher amada, fazendo-o entender, aludindo-o a observar que toda a diferença do próprio universo ou na história; o nascimento de uma guerra mundial que pode ser alterada ou construída a partir de então, por exemplo, seria modificada desde então. Desde a troca, o direcionamento dado ao “sim” da mulher.

Vamos aqui esquecer por um momento aquela história de que Forças Superiores intervêm em momentos decisivos; por pura ignorância. Ou seja, por ignorarmos completamente como isso acontece; como se dá essa mecânica real e irrefragável. E também esquecer a nossa desvelada natureza especulativa; e não somente para uma abnegada efetivação do texto, pois, sendo esta uma ideia afirmativa positiva, recorremos à análise de que os ramos, as raias, os caminhos são diversamente superiores ou competem em número ao corolário das conexões; todas.

A partir de então, penso, analiso e reflito nossa limitada ciência e, se de um lado pondero, de outro sou todo protestos. Concluindo que não pode ser o que pensamos ou como agora pensamos. Por mais que se constitua eu de um crente nos ajustes universais perfeitos e a nós invisíveis; isso não pode ser apenas isso que descobrimos até então. Que não é possível que o nascer de uma ação nega peremptoriamente, definitivamente; que venha calar e aniquilar para sempre a cadeia da continuidade caso a opção modifique-se naquele exato instante devido a infindáveis motivos que se alinharam para determinado e decisivo flagrante, muitos, advindo de humores de um ou de um grupo de homens acostumados a sempre negá-los!?!

Como um simples ato entre um homem e uma mulher, no exemplo de Voltaire, - ou quando, afinal, outros milhares em gênero; parelhos ou distintos, ocorrem a cada dia em uma única grande cidade - poderia ser o responsável por ações que se perpetuariam por centenas de anos, ou decisões e arranjos com a possibilidade de alterar para sempre toda uma dinastia, quando, tão somente uma não ação deixaria tudo estagnado ou um legado que não prosperaria além de uma mísera geração ainda que se deposite toda uma crença ao destino? 

Egoísmo seria o termo? Como podemos imaginar que todos os outros nasceram apenas para assistir alguns poucos que deixam seu nome na história?

Se acorrermos a um apanhado em toda a cronologia humana, teremos a proporção de menos de um por cento de grandes nomes. Nomes que fizeram a diferença para o total humano que já habitou o planeta; e o que isso significa? Que essa imensa maioria apenas nasceu para observar, ainda que muitos deles somassem trabalhando exemplarmente para a elevação do pequeno volume?

Nada. O universo não é regido sob a batuta do egoísmo; só há uma explicação: todos os universos continuam para além do observado.

A negação de hoje de alguma forma se perpetua em afirmação em outra dimensão; ou você entende que jamais poderá experienciar a sua vontade, o seu desejo à sua justiça? E você outro, entende que para sempre será achacado, injustiçado ou tido como um pária do universo, sabendo não o ser, apenas ao encontrar seus iguais post mortem?

O universo não é egoísta. O nosso mundo pode nos parecer um claustro, mas o mundo, definitivamente, não é limitado na mente do homem. Ao final, e uma vez mais, tudo é apenas; resume-se apenas, a uma questão de perspectiva.


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O tempo que tenho



Meu corpo é uma ampulheta

É nas gingadas que dou que lhe dou corda

E enquanto a lei da atração me ilude

A lei da gravidade faz seus estragos

Só tenho o tempo do meu corpo

E só tenho Você como um princípio

Para manter a areia em movimento


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