Todo
o didatismo dos últimos cinco séculos voltado ao material humano resultou
inócuo - o pensar que transformaria o homem. Afora algumas receitas que puderam
ser ministradas em consultórios médicos – visando apenas e unicamente à melhora
ou ao acerto pontual do paciente - a
pretensão de todo daquele que pensou o valor humano ficou estagnada em seus
livros que mais serviram para torná-lo uma celebridade. Menos em universidades
e mais no mundo laico por conta das oportunidades de negócio geradas através de
seus esforços que, a bem da verdade jamais saberemos onde seccionar as
pesquisas prudentes dos estudos devotados tão somente ao bem comum, daqueles
desviados prematuramente ao que lhe daria a tão sonhada notoriedade
verdadeiramente histórica.
Desdenho
de seus esforços reconhecidamente universitários em detrimento ao estouro do
resultado de suas energias nas imprensas do mundo, por um único motivo: são
muito mais fáceis olhos de rapina voltados ao comercial enxergarem um filão do
que renomados catedráticos que se dizem colegas de cadeiras elevarem um dos
seus ao panteão de herói a menos que seus avanços aconteçam a olhos vistos. E
isso por que; por conta do maldito imediatismo. O primeiro busca o sucesso
imediato junto as suas ideias e o segundo as reconhecerá minimamente fazendo
com que apenas a posteridade lance luz aos merecidos esforços. Essa conta
creditada a vaidade de um e a inveja do outro, cobra o ônus do reconhecimento
indevido deixando grande parte do trabalho a vingar, enterrado.
O
homem vem, há décadas, não tendo mais tempo para cuidar de si mesmo. Não é
estimulada mais à vontade que o desperta. A despeito de tudo, o meio científico
precisa admitir que ainda, a religião, mesmo em sua claudicância, conseguiu
mais que seus pensadores.
Definitivamente,
assumimos que somos terráqueos, ou seja, materialistas. E para estes – aceito
isso - é mais importante sobreviver e prosperar, - voltar-se a cultura dos
holofotes - a tentar teses que se ajustem na construção efetiva: que tragam à
luz elementos essenciais a deixar nosso desenvolvimento próximo de uma
sociedade voltada tão somente à evolução positiva e harmônica; que venha a
acenar com algum direcionar determinantemente eficaz ao desenvolvimento humano.
Em
suma, volta-se o antes dedicado estudioso ao que agora remunera. E o que bem remunera,
o que proporciona status... é estar sob o foco dos acontecimentos. Principalmente
se se está fazendo acontecer, ainda que seu trabalho tenha sido prejudicado na
essência do caráter puro; são. Da escolha feita já há bons anos; pois agora,
descoberto os meandros que fazem o homem prosperar. Entende que descobrimos que
adequando a política, convertendo-a para a sobrevivência ladina, ardilosa, nada
mais interessa que abandonar definitivamente o pensar que transformaria o homem
em uma disciplina gratificante, um exercício ou até mesmo em um passa tempo,
porque não... pragmático; enquanto a sobrevivência, uma vez mais, fica relegada
aos perrengues de cada um, afinal, é certo que a implantação de qualquer
cultura nova passa pela política do estado, e esta acaba no círculo vicioso do
que ela própria reza.
*
Existe
sempre a discussão por parte dos pensadores sobre a constituição do caráter
humano, como ele pode crescer individualmente, ou estas coisas, mas não entendo
o porquê dessa dúvida gerar tanta discussão se é certo que vivemos em sociedade,
e até que aprendamos o significado disso, sempre dependeremos uns dos outros.
E, de posse desse entrave, vamos criando uma mescla de vontades, leis, princípios
forjados ou entendidos como mais acertados àquele grupo e as tradições, por
exemplo. Mas tudo, ao final, estará disposto às leis que terminantemente irão
moldar-se mediante o movimento para lados opostos ou não da mesma comunidade,
ou seja, ao final é mesmo a política - reduzida à gestão - com suas
representações mais ou menos interesseiras, independentemente da justiça ou
concomitante a justiça negociada; conchavos e acertos que moldarão vontades do
seu presente que receberão o ônus ou o bônus do partido escolhido. Não há o que
ser discutido aqui. O caráter fraco será o resultado desse barril de conservas
e ira somar no indigesto resultado seguinte, já o caráter forte, conviverá com
isso, sofrendo a seu modo.
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