“No quarto capítulo; Aprender a viver, Edgar Morin nos apresenta
ao pensamento do filósofo Émile Durkheim; ‘o objetivo da educação não é o de transmitir
conhecimentos sempre mais numerosos ao aluno, mas o de criar nele um estado
interior e profundo, uma espécie de polaridade de espírito que o oriente em um
sentido definido, não apenas durante a infância, mas por toda a vida’ (p.47). É justamente
neste sentido reformador de pensamento, que o autor mostra que o ensinar a
viver necessita não só dos conhecimentos, mas também da transformação, em seu
próprio ser mental, do conhecimento adquirido em sapiência, e da incorporação
dessa sapiência para toda a vida (p.47). O autor considera que na educação,
trata-se de transformar as informações em conhecimento, de transformar o
conhecimento em sapiência (p.47). Neste sentido, a cultura das humanidades,
deverá ser para todos, uma preparação para a vida (p.48). Por fim, valendo-se
da expressão proposta por Rimbaud, Morin defende uma filosofia de vida: o
aprendizado da vida deve dar consciência de que a ‘verdadeira vida’ não está
nas necessidades utilitária-, mas na plenitude de si e na qualidade poética da
existência, posto que, o viver exige de cada um, lucidez e compreensão ao mesmo
tempo, e, mais amplamente, a mobilização de todas as aptidões humanas (p.54).”
Abrangência na qual concordamos, mas...
... e se somasse a toda essa massa observada e aqui declarada em
palavras precisas: também a criação, o despertar; que fosse aguçada no aluno
não apenas a ânsia de conhecer o conhecido do mundo e sim muito mais: de
descobri-lo tanto perene quanto no seu expandir incessante material e imaterialmente
falando, afinal, abordando seriamente(?), afora as “fantasias” religiosas; qual
o verdadeiro contato que nossos petizes têm em relação a transcendência – ao que
É enquanto imaginamos ser?
Quão poucos, quando, e quem será realmente despertado para as
verdadeiras maravilhas da plenitude e assim entenderá que: a “qualidade poética
da existência” somente atinge sua plenitude naqueles que percebem que esse
estado – uma vez verificado - transcende em muito nossa percepção tangível*. Daí,
no entanto, uma vez constatado e domado: que aluno distinto ter-se-ia da
condição trabalhada? Que potência geradora; que usina díspar - da massa
uniforme e abstratamente uniformizada da qual se referiu atacando com veemente
paixão Roger Waters - conseguiriam construir, mestres reais? Menos voltado ao
ensino, mais ao compartilhamento de experiências; menos à cartilha mais aos
mundos; menos sala, mais universos e planos, como tantos outros já o disseram!
Quando não distante dos primeiros anos de escolas, estas, ainda pequeninas
centelhas, estariam despertando em seus preceptores observações realmente novas
ou situações inovadoras que, uma vez recebidas, menos com correção, mais com
abertura às experiências; construiriam que espécie de novos amanhãs!?!
Mas antes de transcendermos os alunos aos universos,
precisaremos transcender os professores da sala.
*e que essa condição não é gratuita, ela se apresenta ao
homem como é: pura, dinâmica, voluptuosa, enérgica e apaixonante, enquanto pode
encontrar um homem despreparado, puro ou carregado de todos os vícios normais a
nós, e então ser desperdiçada na falta de atenção ou por não ter sido para ela
preparado.
Dá série; mio e_mil io
Texto entre aspas encontrado no
site resenhas:
029.L cqe