...eles,
filósofos e pensadores, estão acometidos da hipocrisia em grau ainda superior aqueles
que lhes têm como deuses do conhecimento.
Sábios e
detentores de eminente erudição; arrivistas, abusados e oportunos: isto é o que
são.
Acomodados
em suas dependências cômodas ficam, sob a proteção ou acobertado por seus dons
terrenos momentâneos, a apontar defeitos e a disseminar teses de impossível
aplicação para o estado vigente. Aproveitadores esnobes, descalçados de senso
de humildade em sua maioria, covardes, se aproveitam de uma superioridade efêmera
quando poderiam dividir seu tempo do apontar falhas com um mínimo esforço em
executar ações para antecipar a aplicação daquilo que defendem e quem sabem
então, trazer soluções palpáveis para o seu agora.
E porque
não o fazem?
Antes,
gabam-se - dados a fanfarronice artificiosa, comercial, rentável. Por se
entenderem sumidade quando esta não o serve nem mesmo para um único ato
altruísta em prol da sociedade que não seja apontar erros e sinalizar soluções
de impossível aplicação. Um único ato de um samaritano verdadeiramente engajado
a visitar um moribundo condenado ao catre supera todas as teses que estes
oportunistas têm como um valor inegociável.
Donos de
inegável ciência; enxergam também a impossibilidade do seu agora em praticar o
que têm assinalado. No entanto, sua vaidade também orbita a superlatividade,
superando em muito seu saber. Essa premissa, por si só os impede da reserva,
sendo assim: propalam sua arte, agastam-na, a massagear o próprio ego.
O sábio
verdadeiro ao máximo aponta para si e seus afins, seu pensar. Ele não o faz
para o mundo, o faz para burilar seu espírito. Agora, alheio, o
universo poderá aproveita-se do que foi dito em outras eras, afinal, sabe
também ele que nasceu para o seu trabalho, e se este em algum instante póstumo
for necessário, estará pronto aquele que conseguir decifrá-lo em hora
apropriada.
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