sábado, 24 de março de 2018

Muros transponíveis



Disse-me em tom aconselhador e sempre compassivo com o radical.


“Quando aqui; todas as grandes escrituras podem ser tomadas como trincheiras, valas ou muros – cercam, mas não impedem -, contanto, nenhuma delas é intransponível. Aliás, ao homem nada é impossível. O filósofo já explicou sobre estarmos todos condenados à liberdade de escolha ou coisa que o valha; é preciso interpretar tudo, Ou melhor; tudo é interpretável!





Portanto, ao se chegar a um obstáculo; ou vai ficando por ali mesmo, e acaba por se acomodar, ou busca ultrapassá-lo – é o que se procura que determinará a escolha. Antes de tudo é preciso não esquecer; nada é estanque. Se o Imensurável Universo é regido em expansão e retração por que devemos estancar, empacar, nos fechar diante de ensinamentos que quando bem interpretados incentivam exatamente o contrário; o avançar?”



E concluiu



“Nem sempre o obstáculo é visto como tal; é mais ou menos como a Síndrome de Estocolmo – passa-se a admirar o sequestrador”.




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