sábado, 30 de junho de 2018

O que te move?




O que te move, o que te faz agir? Em que são baseadas suas ações?

Tomamos centenas de milhares de decisões por dia, e todas, indistintamente levam em consideração um sem número de correlações físico-psicológicas perceptíveis ou não, arrazoadas ou apaixonadas intrínsecas à personalidade, formação, cultura, ao imbróglio social, vontades particulares, conhecimento e interesses coletivos, no entanto, todas dependem ou estão ligadas diretamente em maior ou menor grau a um feixe que amarra tudo isso; o querer individual.

E o que eu quero? O que sabemos sobre o que queremos? O meu querer é individual ou coletivo? E o mais importante; o que sei realmente sobre as minhas vontades?



O quanto sabemos sobre quais tomadas de ação são relevantes e antecipadamente levam em consideração a necessidade de ser pensadas em caráter individual e ao mesmo tempo, em que grau precisam que os resultados acolham o coletivo? E qual o nosso nível de planejamento ao decidir? Dias, anos, eras? No entanto onde se dá o culminar das minhas ações? Onde todo o emaranhado do meu existir, o seu ápice se encontra: ele é altruísta ou egoísta?


Qual é o meu nível de consciência granjeado ou ao menos vislumbrado, sobre a profundidade do meu existir como uma célula humana de importância tanto individual quanto universal?

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Esta semana um texto de Adam Smith despertou as questões aqui expostas e outras tantas. Até onde minhas colocações dissertativas remetem sempre ao interesse puro e simples, visceral, primeiro? O objetivo estritamente focado de todo aquele que busca sobreviver melhor que o semelhante nesse cotidiano disputadíssimo! Isto é, qual é o meu grau de individualismo? Quanto o mantenho intacto e a quantas anda minha percepção sobre em que nível esse comportamento – macro ou individual - egoíco afeta o meu entorno e consequentemente o universo? 

Mesmo o indivíduo que parece repousar em águas calmas está atento a qualquer ondulação anormal em um leito que se mostra estagnado.



Ainda que não pareça, somos uma aranha alerta ao movimento mais sutil. Estranho a nossa rede de interesses; porém, o que realmente queremos com tudo isso? Qual é o objetivo final, afinal?

Vencer o que? Para que? Ou para quem? Somos individuais ou coletivos?

Quem anda ganhando com nossos esforços?

Durante a leitura trabalho meu pensamento sobre as colocações do autor e finalizo com uma ideia constrangedoramente díspar à inicial.

E o mais incrível é que não foram as palavras lidas que me convenceram, descubro agora que a ideia é minha; aliás, concluo: ninguém nos convence.

Somos nós que pensamos nossos direcionamentos, os eventos em nosso entorno tão somente desperta para o que já sabemos. Por isso o orgulho em não mudar de opinião é o mais absurdo equívoco. Na verdade, quando nos mantemos turrões – sem trabalhar o que realmente está em jogo - não estamos indo contra uma tese alheia, e sim, contra nós mesmos.



O alheio; venho tentando assimilar, todo ele, é tão somente um espelho, um andaime, um instrumento, uma referência para a construção do que é mais importante a cada um; sua individualidade. Sim, é também um muro, mas somos nós quem define sua dureza.

No entanto, a partir de uma busca demorada e diligente, acordei em meu estado dormente a certeza de que o foco não deve ser o interesse particular, jamais. O foco, sempre; o que nos move, sempre; deve levar em consideração o coletivo; o Todo, aqui mais uma vez apreendido, que tudo é uma troca. Há a individualidade; há a particularidade; há a personalidade; e quanto mais esse singular é construído; forjado; maior sua contribuição para o Uno Heterogêneo. 

A resenha altruísta do: “somos todos um” é, definitivamente, uma realidade e nossas atitudes precisam ser observadas se inicialmente a tomada de ação é, sem sombra de dúvidas baseada no aqui agora momentâneo, isto é, se aquele movimento parece ser individual, embora, não mesquinho a ponto de ser imaginado unicamente em causa própria. Se a ação específica é consciente a ponto de o benefício ser apenas instantaneamente uma necessidade particular, no entanto, o foco a longo prazo, o planejamento maior esta diretamente linkado, focado na Onisciência, ou seja, voltado à adquirir uma Consciência Coletiva Única!

A princípio o individual é necessário, mas em nenhum momento este pensamento “pensado momentaneamente” com um viés bastante particular está desvinculado, enquanto é arquitetado, do Coletivo Universal. Assim, se eu faço – minha ação pessoal, na minha (nada) insignificante particularidade - o faço em prol de todos, e através de mecanismos que nem mesmo conseguimos ainda imaginar, de alguma forma o universo recebe, e, se ele recebe, eu também, especialmente, sou beneficiado.



Apossados desta ciência substituímos o frio interesse por uma expressão igual, no entanto mais abrangente; a relevância que leva a utilidade e a importância, eliminando de uma vez por todas a mesquinhes individualista, substituindo-a agora, por um propósito focado no benefício comum ao Ilimitado Todo.

Partindo desse princípio, se como sabemos a palavra é transformada em matéria, o que é possível fazer a partir da vontade, do querer?


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