O que te
move, o que te faz agir? Em que são baseadas suas ações?
Tomamos
centenas de milhares de decisões por dia, e todas, indistintamente levam em
consideração um sem número de correlações físico-psicológicas perceptíveis ou
não, arrazoadas ou apaixonadas intrínsecas à personalidade, formação, cultura, ao imbróglio social, vontades
particulares, conhecimento e interesses coletivos, no entanto, todas dependem
ou estão ligadas diretamente em maior ou menor grau a um feixe que amarra tudo
isso; o querer individual.
E o que eu
quero? O que sabemos sobre o que queremos? O meu querer é individual ou
coletivo? E o mais importante; o que sei realmente sobre as minhas vontades?
O quanto
sabemos sobre quais tomadas de ação são relevantes e antecipadamente levam em
consideração a necessidade de ser pensadas em caráter individual e ao mesmo
tempo, em que grau precisam que os resultados acolham o coletivo? E qual o
nosso nível de planejamento ao decidir? Dias, anos, eras? No entanto onde se dá
o culminar das minhas ações? Onde todo o emaranhado do meu existir, o seu ápice
se encontra: ele é altruísta ou egoísta?
Qual é o
meu nível de consciência granjeado ou ao menos vislumbrado, sobre a
profundidade do meu existir como uma célula humana de importância tanto
individual quanto universal?
*
Esta semana
um texto de Adam Smith despertou as questões aqui expostas e outras tantas. Até
onde minhas colocações dissertativas remetem sempre ao interesse puro e
simples, visceral, primeiro? O objetivo estritamente focado de todo aquele que
busca sobreviver melhor que o semelhante nesse cotidiano disputadíssimo! Isto
é, qual é o meu grau de individualismo? Quanto o mantenho intacto e a quantas
anda minha percepção sobre em que nível esse comportamento – macro ou
individual - egoíco afeta o meu entorno e consequentemente o universo?
Mesmo o
indivíduo que parece repousar em águas calmas está atento a qualquer ondulação
anormal em um leito que se mostra estagnado.
Ainda que
não pareça, somos uma aranha alerta ao movimento mais sutil. Estranho a nossa
rede de interesses; porém, o que realmente queremos com tudo isso? Qual é o
objetivo final, afinal?
Vencer o
que? Para que? Ou para quem? Somos individuais ou coletivos?
Quem anda
ganhando com nossos esforços?
Durante a
leitura trabalho meu pensamento sobre as colocações do autor e finalizo com uma
ideia constrangedoramente díspar à inicial.
E o mais
incrível é que não foram as palavras lidas que me convenceram, descubro agora
que a ideia é minha; aliás, concluo: ninguém nos convence.
Somos nós
que pensamos nossos direcionamentos, os eventos em nosso entorno tão somente
desperta para o que já sabemos. Por isso o orgulho em não mudar de opinião é o
mais absurdo equívoco. Na verdade, quando nos mantemos turrões – sem trabalhar
o que realmente está em jogo - não estamos indo contra uma tese alheia, e sim,
contra nós mesmos.
O alheio;
venho tentando assimilar, todo ele, é tão somente um espelho, um andaime, um
instrumento, uma referência para a construção do que é mais importante a cada
um; sua individualidade. Sim, é também um muro, mas somos nós quem define sua
dureza.
No entanto,
a partir de uma busca demorada e diligente, acordei em meu estado dormente a
certeza de que o foco não deve ser o interesse particular, jamais. O foco,
sempre; o que nos move, sempre; deve levar em consideração o coletivo; o Todo,
aqui mais uma vez apreendido, que tudo é uma troca. Há a individualidade; há a
particularidade; há a personalidade; e quanto mais esse singular é construído;
forjado; maior sua contribuição para o Uno Heterogêneo.
A resenha altruísta
do: “somos todos um” é, definitivamente, uma realidade e nossas atitudes
precisam ser observadas se inicialmente a tomada de ação é, sem sombra de
dúvidas baseada no aqui agora momentâneo, isto é, se aquele movimento parece
ser individual, embora, não mesquinho a ponto de ser imaginado unicamente em
causa própria. Se a ação específica é consciente a ponto de o benefício ser
apenas instantaneamente uma necessidade particular, no entanto, o foco a longo
prazo, o planejamento maior esta diretamente linkado, focado na Onisciência, ou
seja, voltado à adquirir uma Consciência Coletiva Única!
A princípio
o individual é necessário, mas em nenhum momento este pensamento “pensado
momentaneamente” com um viés bastante particular está desvinculado, enquanto é arquitetado,
do Coletivo Universal. Assim, se eu faço – minha ação pessoal, na minha (nada)
insignificante particularidade - o faço em prol de todos, e através de
mecanismos que nem mesmo conseguimos ainda imaginar, de alguma forma o universo
recebe, e, se ele recebe, eu também, especialmente, sou beneficiado.
Apossados
desta ciência substituímos o frio interesse por uma expressão igual, no entanto
mais abrangente; a relevância que leva a utilidade e a importância, eliminando
de uma vez por todas a mesquinhes individualista, substituindo-a agora, por um
propósito focado no benefício comum ao Ilimitado Todo.
Partindo desse princípio, se como
sabemos a palavra é transformada em matéria, o que é possível fazer a partir da
vontade, do querer?
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