O perigo se
esconde onde menos esperamos.
Comentei
sobre um texto com me camarada de assuntos correntes que já faz parte do meu
cotidiano há bem uma década, insistindo, como sempre, mais como uma provocação,
para que tomasse cuidado, pois o texto que lhe havia indicado era perigoso. No
dia seguinte voltou comentando que leu, porém não encontrou ali o perigo
previamente anotado.
E realmente
as coisas são assim; somos nós que damos o peso a elas. Tenho a mania de
provocar uma ação, carregar nas tintas, provocar uma reação e adoro quando
fazem isso comigo – isso vem da convivência com minha esposa, digo isso no
melhor sentido que possa existir, ela é minha maior incentivadora á Vontade, ao
Querer -, embora, devo confessar que às vezes sou pego desprevenido – muitas
vezes - e revido com descortesia, que, é claro, logo me arrependo – como se isso
resolvesse.
Tentando não
fazer uma digressão ao responder, falei, sob a minha ótica, que entendo que a
coisa é perigosa quando ela nos torna um caminhante – o assunto que gerou isso
era justamente sobre as pessoas caminharem aleatórias ou coisa que o valha. Ela
se torna perigosa quando nos traz o sossego; uma paz negociada; uma
tranquilidade amarrada a rédeas. E consequentemente, leva à inércia descuidada
e, finalmente, a zona de conforto do caminhante expectador, isto é, o
coadjuvante; jamais o protagonista. Acredito que isso nos enreda e nos mantém
preso àquele caminho, daí: o abandono ao ímpeto da vontade e consequentemente o
afastamento ou o não acordar da nossa essência de buscador; ai está o perigo.
030.p cqe