Após ler o livro A utopia de Edgar Morin pensei em montar um texto buscando exprimir em meio a expressões distintas tanto a essência de sua voz quanto sua ânsia sã na correção um tanto quanto utópica somado a forma bastante singular, comum aos grandes ícones, com a qual busca jogar luz sobre a educação e consequentemente corrigir alguns rumos a tempo de o que assistimos não consumar-se na mais absurda das realidades em relação à educação e consequentemente o que daí será gestado.
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Inicío com
uma questão; o que é a política e o que significa político-pedagógico? A
política, genealogicamente falando, é uma entidade maravilhosa, essencial ao
bom entendimento do processo, no entanto ela, aqui, é praticada pelo homem — homem que denomino como “homo-obtensis” — esta espécie tem como único objetivo amealhar, enredar, sufragar, articular,
granjear partidários para aumentar seu espólio, seu poder de barganha. Em suma,
é o homo-egóico. Este não tem como
valor primeiro valorizar o entorno — antes valorá-lo —, se este não estiver de
acordo com as SUAS necessidades. Aí nos perguntamos que política-pedagógica
está entrelaçada com o processo de habilitação regional, inter/nacional há
séculos?
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Existe o
construto e o computo, nem tudo o que construímos — se passado por crivos sérios — deverá ser estimado, principalmente quando se observa e consegue se alinhar a
Adorno, assim que decifrado “a totalidade é não-verdade”. Saber distinguir o
possível do impossível em meio ao meio inextricável de uma Máquina Mundo que se
tornou pesada quando as ferramentas a disposição esbarram na fragilidade do Homo Sapies/Demens e na burocracia
tendenciosa do homo-obtensis não pode
jamais, ser dado como uma vontade posta.
Não é mais possível criar uma situação positiva através de um processo de simbiose buscando resultados simultâneos e únicos. Braços, tentáculos, canais, ramificações, intersecções, bifurcações, links e conexões de toda ordem criaram uma concepção, ou melhor; conceberam uma antropologia biocultural que funde e ultrapassa tudo o que podemos imaginar; daí é correto ousadamente assinalar que não há solução no velho. Tanto no campo epistemológico quanto no biológico antropológico baseado no cientificismo perenemente atuante atualizante — mais a força das necessidades que urgem. O programa; o algoritmo originado ultrapassa os planos parcamente ou totalmente não dominados e adentra desconhecidos. Era preciso desenvolver ferramentas para acessar o estado meta, o qual não é possível distinguir sem encarar que estamos impossibilitados. Nos tornamos retrógados para o que existe. A construção por si só advinda da revelia do negligenciar humano tomou forma — a mais funesta — por não ter sido gerada da vontade do ser puro, consciente, lúcido; antes, ou tão somente: de seres que buscaram figurar na história; serem venerados, embora o que não poderiam prever é que não haverá hiato — ao menos as distâncias entre o ignorante, o ignorado e o que ignora, nos parece, tem se encurtado, e ainda que possa assim ser configurado; isso não é boa notícia - entre eles e seus depauperados conterrâneos. É muito provável que teremos mais bustos, estátuas e monumentos trazidos de volta ao chão.
Teremos coragem? A aptidão geral terá que suplantar a vontade mercantilista ou viverá eternamente se valendo da velha aptidão para se adaptar a um plano historicamente fadado a servidão!?!
Há que se
esquecer dos grandes movimentos pedagógicos “Paidéia Grega; “Humanitas” Romana
e tantas outras; muito pouco poder-se-á aproveitar do que foi. O mestre Morin
em sua utopia sempre bem vinda; afinal enche de esperanças um universo
combalido, talvez agora, alguns anos depois de ter nos apresentado as mais do
que válidas “metas-fins” talvez repense que “uma aptidão geral para colocar e tratar os problemas” justamente com
“princípios apaziguadores que permitam ligar os saberes e lhes dar sentido” não
é suficiente e precisa ser reavaliada porque esta faculdade apenas fará com que
o indivíduo sobreviva em um meio que precisará de coragem para ser
desobstruído.
Inspirado no livro
A utopia de Edgar Morin
Da complexidade à concidadania planetária.
De Celso José Martinazzo
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