sábado, 24 de maio de 2014

Pode-se entender como cobrança...



...mas a nomenclatura é o que menos importa.

*

Ok, ok, digamos que és um daqueles que entende como natural que a conta venha; que a providência lhe apresente o ônus de desmandos inconseqüentes (de toda uma vida? Uma existência?), de resultados obtidos de humores desequilibrados, de estados de orgulhos exacerbados, poderes sobretaxados, mesquinharias e atitudes reles que há tempos vieram lhe corroendo o espírito e cobrando comportamentos contritos a todo o desavisado que lhe cruzasse os caminhos, e por aí vai; como diria estar seu preparo para a cobrança da fatura – “fiz coisas questionáveis”? 

Em analogias caseiras com Minha Parceira consensamos que não é tão pior excomungar contra um novo estado caótico que estraçalhe nossa pacata existência onde o tão cobrado direito de ir e vir é aviltado não por conta de um estado político inepto injusto e bastante comum, mas sim de uma retaliação inaudita e justiceira que parecia impossível a tanto esquecida  ser debulhada sobre nossa existência sossegadamente miserável e então, atravessada no caminho: desmonta todos os nossos defendidos, mesmo que lastimáveis, planos de continuidade sem fundamento sério – ainda que necessário ao meio ou simplesmente protegido devido ao estado ignoto - quanto darmos de ombros para alguns poucos princípios que, em horas de calmaria eram protegido apenas verbalmente sem o auxílio do coração, pois em tempos de provas voltamos às primitivas atitudes improcedentes; situação essa que em seu bojo carrega a negativa de enfrentar de uma vez por todas a acre cobrança, quando sempre fazendo par nosso ideal falho com nosso pensar que defende o indefensável, inadvertidamente, decidimos que somos superiores àquele que cobra e o resultado deste “virar as costas” é o continuísmo de uma vida distorcida em desvãos e imaturidade desarrazoada. 

 Destarte, cabe a questão; o que então será por nós expelido para o espaço, para esse universo que parece somente lembrar que existimos quando é para cobrar a conta; arrecadar o que nunca parece ser devido? Impropérios inauditos e brados de vingança ou resignação e recolhimento, demonstrando que nossa paga é justificável e a lição aprendida?

Independentemente do sem número que caminha preso às incontáveis algemas que aprisionam o espírito neste estado homem; e que, quando assim: será inominavelmente infeliz caso tenha revelado um mínimo de consciência moral se por ventura venha a sofrer um descaso mais pungente, antes, sendo ou não um comandante, repito o já dito em outros tempos, seja também um ser desprovido de discernimento crítico, apenas estes não sofrem ainda que descubram que seu existir não passou de um arrastar-se.

003.h cqe