Em geral, no meu cotidiano particularíssimo, do que
percebo, penso sobre o peso da moral, dos valores em geral e que se arrasta até
então, e do que será por um sempre indizível por residir no fato de termos alimentado
a existência de tal fardo, todos nós, na obrigação de estar, através de nossas
atitudes contidas, mendigando opiniões favoráveis ou que favoreçam nossos votos
de pessoas de bem, quando, basta que em apenas um instante sejamos visto em
atitude onde uma única pessoa, em seu particularíssimo mundo individual o leia
como suspeita, para abrir-se um abismo entre todas as atitudes até então
aprovadas e o resto de nossa vida, ao despertar a dúvida sobre aquele único
ato; e o pior; isso está correto, sim, mas apenas porque somos todos iguais na
falta de firmeza de nossas ações, de nossas convicções.
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Os valores,
ou possuem, ou devem ser classificados – como, e uma vez apreendidos - no mesmo
conjunto da discriminação, pois ao passo que a diferença é própria da natureza
humana e o que permite, o que condiciona nosso comportamento pluralizado: só é
possível assumir que existe tal diferença para aqueles que assim enxergam –
nós, e ainda. Parto desse princípio, assumindo o pensamento de que ao nos
igualarmos no não ignorar, todos os valores perderão o sentido por tornarem-se
parte natural; ou, naturalmente intrínsecos a nossas ações – desaparecerão pelo
simples fato da não mais necessidade de serem evidenciados.
Quando a
nossa sociedade passar da invisível hipocrisia da segregação; ao como deveria
ser para alcançarmos a verdadeira existência social ainda não imaginada, então,
a moral e a honra, por exemplo, não terão peso - por ser desnecessário tal
apontamento. Transformar-se-ão do peso da necessidade de o homem mantê-los, à
leveza do desabrochar na existência por si só.
Os valores tornaram-se,
ates mesmo de serem assimilados, mais um item a ser defendido com exclusividade
individual, porém assumidos em uma escala imaginária – que nasce na
inexistência desses ao valor máximo adquirido, alguns, infelizmente, comprados
ao serem entendidos como “necessários” - quando não passam de filhos outros da
vaidade e do orgulho, - fruto de leis sociais mal observadas - ou, no pior dos
mundos; quando se resumem a um foco enobrecido tornando-se objeto ou objetivo
em uma sociedade que, pronta a coisificar tudo através da alquimia da vã
necessidade o faz se o resultante alquímico se traduza em créditos materiais.
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Apenas
quando o homem entender-se num determinado grau exato de orgulho e
responsabilidade (auto orgulho/auto responsabilidade) será possível que ele
seja largado a própria sorte – é óbvio que aqui temos uma licença poética, por
ser claro que não será então largado a própria sorte, porque então ele terá uma
direção de acordo com um discernimento razoável ou coisa que o valha. E assim
todos haverão de se respeitar como tal sem entender que um dia isso possa ter
sido diferente. Havendo, portanto, finalmente, o que poderemos, ou haveremos de
classificar como a sociedade perfeita, ou rumo a um entendimento
verdadeiramente ou próximo do equânime.
036.j cqe