Jamais, nem
mesmo sobre o domínio dos piores ditadores, serviu tanto à Terra, o epíteto que
à aludisse a um estado; um mero ponto de transição do homem; uma área de testes
para o “como comportar-se” do homem.
É agora aqui
tão somente um estado de transição. Adentramos as portas do início do fim. Aqui
nascemos. Onde nos foi dada a oportunidade de reavivar parte de um estado
particular esquecido, um estado adormecido de sabe-se lá, eras, éons, ou
qualquer outra medida de não tempo, de não mais tempo, e sim mensurado em
dores, males e doenças e sintomas do recanto mais profundo de nossos espíritos
a ser espiada. Assim, uma outra nova oportunidade fantástica em uma terra
maravilhosa e abundante acontece; porém o que aqui encontramos? Contrariamente,
outras formas engenhosas de provocar dor e fazer sofrer, transformando
novamente em carga, em peso, em sacrifício ainda maior, tudo o que poderia ser
acordado.
Parafraseando
o poeta que auto intitulou-se original, e o foi; todo o ser humano em toda a
extensão do planeta inventou seu próprio pecado e agora agonizará a sua maneira
com o antídoto que nada mais é também que o próprio veneno retirado, premido,
excretado de suas presas peçonhentas através das mandíbulas ainda ávidas e
vorazes - sempre incansáveis para o que não agrega -, num epilogo mórbido e
continuado da autodestruição quando, enquanto se flagelam mordendo e
auto injetando o líquido que contém a cepa maligna somatizada por anos, para então;
nos últimos estertores entender o que é a dor da tristeza infinda enquanto em
meio a todo este perturbador atordoamento, aloucado descobre que a vida
invalidada aos poucos dá lugar a uma morte de dor eterna quando finalmente,
através de uma lucidez que é mais um castigo, percebe que jamais morremos, ao
acordar para a derradeira verdade ao relembrar que é na morte agora viva que
poderá afinal viver para sempre. Por certo que faltarão cérebros para inventar
orações a apagar o mal feito.
Quem sabe,
o fogo que o profeta aludiu, demorou mais a propósito de os elementos combinarem
também formas outras de derreter em chamas, não de forma rápida as moléculas
que se combinam em sangue; porém o contrário: igualando a dor à vontade humana
de machucar.
Vocês
míseros miseráveis que acreditam em um porvir além do tempo, continuem acreditando.
Sim é possível, algo mais, algo maior, algo enormemente inimaginável existe
além desses muros invisíveis que nos enclausuram em uma pseudo liberdade há
muito crível e jamais palpável. Não aqui, não agora; agora não mais. Foi
perdido o fio condutor do respeito mútuo. Agora sim é possível avistar o
resultado dos estragos cumulados. Não é mais possível voltar atrás e
reconquistar o retorno; não há volta. Nosso espaço/terra foi transformado só e
unicamente em um estado de transição, onde somos todos, colocados, posicionados
frente a frente com uma série de situações cujo único objetivo, a única
serventia é que em algum momento muito distante enfrentemos ainda com mais
rigor ou com o rigor maior do que finalmente entenderemos como: os próprios injustiçados
observando agora sim, sob a ótica da justiça as injustiças praticadas por eles mesmos
- em algum grau; é isso que nos espera.
*
O hell é real - Chegará um tempo em que desejaremos a
morte verdadeira e então aumentará ainda mais nossa dor ao saber que ela não
virá por já estarmos nela, porém, vivos.
*
Há
alguns dias venho direcionando e apurando meu pensar para um ponto de vista
novo e sombrio após assistir o descaso generalizado com a vida. O descaso, o
egoísmo que parece vem tornando concreta uma dimensão hipócrita sem
precedentes, onde a cada dia mais e mais ações isoladas em todo o planeta
demonstram ou corroboram esse meu pensar. Algumas escolas aludem que viemos
para esse plano com tudo acertado para que tenhamos uma nova vida equilibrada com
o objetivo de reparar causas anteriores, como carma e motivos de expiações; ao
que aprendemos: tudo indica que esse ajuste fica claro com cada um de nós,
porém, ainda que sejamos avisados dos riscos, pois há um interesse comum além
do nosso compreender - além de pontos inimaginavelmente positivos para que
nasçamos – é importantíssimo que o façamos. Uma vez desencadeado, todo o processo
é irreversível, quando concordamos previamente em assumir ou continuar com a
postura adquirida após esse tratamento intensivo em esferas superiores.
Acontece que a maioria de nós falha, e aqui entra minha observação, quando
percebo que direcionadamente ou não, nosso plano tornou-se, mais do que nunca,
um plano descartável cujo único motivo de sua existência é agir como um refil,
devido ao fato de que o egoísmo por aqui tomou uma tal dimensão que não será
mais possível salvá-lo; e porque refil? Porque sabemos da existência de outros
mais. Dessa forma, acredito que os Comandantes Superiores levaram esse plano
até as fronteiras mais que possíveis das ações nascidas da presunção humana, porém
a meu ver, esse limite é chegado. Saturamos o plano, entramos na reta de
colapso. Não é possível que todos nós assistamos o que a um ser equilibrado pasma;
e faz arrepiar até mesmo o ordinário humano ainda conivente com ações
prejudiciais tanto ao próprio quanto ao planeta. Onde assistimos e ficamos
indiferentes, agarrados a uma passividade que resulta numa cumplicidade continuada
vergonhosamente assumida, no que se refere a indignação, a omissão, a tomada de
ação, a revolta, a uma ação mais digna em relação ao assistido. Nada;
continuamos todos como se nosso mundo particular fosse apartado do todo
universo. Isso não é possível. Somo um, mas somos o todo, e vice versa.
Se
alguém, por exemplo, como um esteio da família caí doente, todos param para
resolver o problema ou vivem suas ações cotidianas em função de tomar novas
resoluções, sempre observando, levando em consideração o mal maior que assola a
família; ou, no mínimo, partidários de um pensar mais contido, mais reflexivo,
mais pesaroso. Isso vem acontecendo já há muito com nosso planeta; com nosso
universo Terra, não digo com o planeta físico, digo com o planeta como um todo,
o conjunto Terra como um todo e nosso pensamento não é tocado.
Ele
está indo a pique e nada estamos fazendo, não nos conscientizamos da
necessidade da mudança, até porque, quando estamos em vias de morrer, é natural
que repensemos nossos atos, porém nossa inconsciência sobre nosso entorno é tão
inexistente que, ainda que nos proclamemos pessoas de família ou religiosos,
ainda que estejamos na eminência dos últimos suspiros, continuamos odiando,
maltratando, desejando, invejando, apaixonados por sonhos que jamais aqui se
realizarão, quando o correto seria nos voltarmos para um pensamento sempre
natural nos estertores da morte; a paz da passagem.
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