Todas as ruas
atravessei
Avenidas,
ladeiras, atalhos, inúmeros cruzei
Horizontes,
para muitos olhei
Mas um só
consegui ver
E de todos os meus passos, corridas, tropeços,
Um só caminho
pude percorrer
O homem,
mesmo em sua sabedoria ou sobrevivência
Dentro de si
eu o vi carregando
O verdadeiro
valor da vida
Em cada um
senti, a mais poderosa força que o Universo já criou
O amor possuí
De todo e
para todos os povos, raças, gerações
Vi o brilho
eterno do último preâmbulo de paz
Encontrei
reis, escravos, brancos e negros
Poderosos e
humildes
Na igualdade
e na justiça
Me
acompanhando, me seguindo
Vi
interminável esse tempo, diante de mim
Até chegar o
meu fim
E agora,
Mesmo
tropeçando e com as pedras rolando
Olho para
aquele que procura seu caminho
Que pisa em
espinhos e incansavelmente continua,
Enquanto
houver horizonte.
Rosângela Stononga
(Textos da
década de 80 da Minha Esposa, ainda muito jovem; artesanalmente ordenados como
um pequeno livreto, recentemente resgatado, que resolvi transcrever para este
espaço divididos em posts semanais)
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