sábado, 24 de julho de 2021

4.O ÚLTIMO SONHO

 




Todas as ruas atravessei

Avenidas, ladeiras, atalhos, inúmeros cruzei

Horizontes, para muitos olhei

Mas um só consegui ver


E de todos os meus passos, corridas, tropeços,

Um só caminho pude percorrer

O homem, mesmo em sua sabedoria ou sobrevivência

Dentro de si eu o vi carregando

O verdadeiro valor da vida

Em cada um senti, a mais poderosa força que o Universo já criou

O amor possuí

De todo e para todos os povos, raças, gerações

Vi o brilho eterno do último preâmbulo de paz

Encontrei reis, escravos, brancos e negros

Poderosos e humildes

Na igualdade e na justiça

Me acompanhando, me seguindo

Vi interminável esse tempo, diante de mim

Até chegar o meu fim




E agora,

Mesmo tropeçando e com as pedras rolando

Olho para aquele que procura seu caminho

Que pisa em espinhos e incansavelmente continua,

Enquanto houver horizonte.




Rosângela Stononga








(Textos da década de 80 da Minha Esposa, ainda muito jovem; artesanalmente ordenados como um pequeno livreto, recentemente resgatado, que resolvi transcrever para este espaço divididos em posts semanais)




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