Igreja - Na
prática o instrumento igreja serve muito para incorporar ou acordarmos nossa
fé, e então esta deveria, paulatinamente, mesclar-se ao estado metafísico e
transcender a liturgia didática da palavra, – em um processo tornado
extremamente difícil ao longo da história - afinal é certo que o físico remete
ao tão velado quanto obrigatório sacerdócio enquanto este nos entretém; porém
aqui: pertence ao projeto episcopal. Este, como não poderia deixar de ser,
impregnado da visceralidade humana; conquanto tendente a todo e qualquer viés
temporal.
Governo - A
igreja comum pode ser comparada ao governo. A governança é necessária para que
haja um ajuste social mínimo, no entanto ele é impregnado de homens e
independentemente do sistema governista, em algum momento o cidadão consciente
descobre que não podemos depositar confiança plena em nenhuma estratégia
orquestrada a qual os homens são autores exclusivos, portanto se os governos
são administrados por homens caímos na máxima: se os homens não são de
confiança todos os governos por eles comandados obviamente estão contaminados.
Vida - A vida
é você com você mesmo. Acordamos governados e em algum momento decidimos
entrar, continuar ou abandonar a igreja. É possível viver sem igreja, porém é
mais difícil viver a margem da sociedade governada; não impossível. Mais
difícil é compreender toda essa dinâmica uma vez vencida a didática da igreja ao entender que a essência original do que ela prega é muito superior ao que ela
faz seus fiéis acreditar estar pregando e então acordar para a verdadeira
realidade ao enxergar que todo o processo é tão somente um meio; uma ponte. Com
relação ao governo até é possível engoli-lo como um mal eterno, uma espécie de
ataque de Paralisia Infantil cujas sequelas são visíveis; legado aterrador, presença
constante e incômoda ao longo do resto de nossas vidas que não pode ser
remediado nem mesmo com a melhor das garrafadas.
Sofrer esta
constatação em se sendo consciente é assistir ao horrendo espetáculo humano sem
poder deixar de participar do pesadelo.
054.u cqe