Mentiras
derivando de outras mentiras ou de inverdades. Antes do que se nomeou por Fake
News não as tínhamos? Sim; e elas permanecem aí. Até onde o mundo faz parte de
uma mentira muito bem montada e até onde vamos ao desconfiar do enredo? Abandonando
o rigor, sempre tivemos as mentiras oficializadas, consideradas aqui: primeiras
mentiras ou mentiras clássicas. Depois temos a mentira propriamente dita, esta
do dia a dia que costura nossas formas mais ou menos mentirosas de vida – ou o
que os especialistas adotaram como “mentiras sociais” (branca, benéfica,
construtiva etc.); aquelas do eu sei que você sabe que eu sei que você sabe,
mas é assim que a banda toca – na linha da série Loki. Tudo levando a um
terreno escorregadio.
Aqui as
classificações tomam rumos inusitados incluindo aquelas, de ordem patológica.
No momento estamos oficializando e oportunizando o movimento Fake News; mentiras
que os próprios mentirosos não aceitam – e dizem abominar - e as “combatem” de
todas as maneiras. Então nos perguntamos; elas não surgiram justamente por
conta do estado mentiroso a que o mundo convencionou desde sempre? E quantos as
combatem tal qual negam ser a favor dos espetáculos de barbárie enquanto lucram
com eles?
A ideia de mentira aqui disposta pode ser ilustrada sob o aspecto do mito da celebridade chinfrim. Quando não se é nada quer o
estrelato, e quando, ainda nada, empenou o suficiente para voar acima da ralé;
não quer a presença desses, que as estimularam ao pedestal ilusório tão
desejado.
A mentira é a mola mestre, a base, o pilar de uma sociedade doente, patologicamente hipócrita, porém, por mais ambíguo que possa parecer; mesmo a um universo mentiroso, a mentira precisa ser controlada e mentirosamente, mais uma vez, usa-se o combate a mentira para camuflar como a mentira é tratada com seriedade.