Cacos de caos
Camuflados na matéria escura
Projéteis invisíveis atingem o
planeta
Chuva ácida de particulados
indistinguíveis
Sem norte não são respeitados os
pontos cardeais
Cacos de caos
A imatéria assume a atmosfera
Visível apenas ao que enxerga o
invisível
Vejo lágrimas artificiais penetrando
olhos cegos
Direções opostas jamais trarão as
respostas aguardadas
Cacos de caos
Ares de respirar insuportável
A miopia cegou qualquer visão além
Agora o choro vinga velhos mártires
esfolados
Caminhos outrora invejados não
apontam saídas fáceis
Ecos de caos a dizimar vontades
Na distopia despida a poesia agride
o homem
Consuma-se repete o ávido enquanto
rezam os fiéis
Campos enfim tomados não mais
refletem o verde preterido
E na morte iminente também a certeza
do cinza eterno
Por entre os escombros de sepulturas
caiadas
Ouço o lastimar das súplicas
antecedentes
Resultado medonho e inequívoco
Fragmentos de todos os caos
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