sábado, 19 de dezembro de 2020

Cacos de caos

 


Cacos de caos

Camuflados na matéria escura

Projéteis invisíveis atingem o planeta

Chuva ácida de particulados indistinguíveis

Sem norte não são respeitados os pontos cardeais

 


Cacos de caos

A imatéria assume a atmosfera

Visível apenas ao que enxerga o invisível

Vejo lágrimas artificiais penetrando olhos cegos

Direções opostas jamais trarão as respostas aguardadas

 


Cacos de caos

Ares de respirar insuportável

A miopia cegou qualquer visão além

Agora o choro vinga velhos mártires esfolados

Caminhos outrora invejados não apontam saídas fáceis



 
Cacos de caos

Ecos de caos a dizimar vontades

Na distopia despida a poesia agride o homem

Consuma-se repete o ávido enquanto rezam os fiéis

Campos enfim tomados não mais refletem o verde preterido

E na morte iminente também a certeza do cinza eterno

Por entre os escombros de sepulturas caiadas

Ouço o lastimar das súplicas antecedentes

Resultado medonho e inequívoco

Fragmentos de todos os caos

 


 A membrana quebradiça como um véu envolve o planeta qual corpo sem vida sempre negligenciado ocorre agora abandonado à sorte de leis outras que ditaram os versos finalizados em pó.

 



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