...sempre
há uma que nos sirva melhor a ser encontrada.
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Dia
desses, em um filme de ficção, o narrador colocou de uma maneira toda especial
a diferença entre ter e ser. Desatento, invariavelmente a situei somente entre
as lições religiosas espiritualistas, ainda que, para sempre, essa dupla
antagônica apenas ao espírito ainda bruto será utilizada por seus iguais que
insistem que a repetição é o melhor meio de manter adeptos atentos as suas
ilações e efeitos milagrosos envoltos em mágicas dominicais. Porém, ali, o
texto é apresentado de forma científica, e ainda que faça parte de um roteiro
comercial, foi maravilhosamente bem anexado. Dando conta que; em determinado
ponto o homem abandonou o conhecimento, a busca por seu conhecimento; o
conhecimento em si; e optou pelo externo: a sua evolução materialmente falando
e de suas maquinas e brinquedos. Mais ou menos como se, ao invés de tentar
entender o porquê de sua existência – ser -, ou arrastá-la em paralelo,
negligenciou este ramo, abortando-o. Dando vazão ao seu estado de deus criador,
ou seja, ao invés de continuar como uma espécie de criação, que busca as raízes
do seu criador; entendeu que descobrir-se; pesquisar sua gênese espiritual não
era mais importante que chafurdar em cavernas descobrindo pinturas rupestres e
fragmento de osso; a busca pela evolução mais acertada do corpo, por exemplo.
Sua essência não era mais importante que a sua constituição corpórea e, em
detrimento disso, a longevidade da matéria, apagando, rompendo com todos os
vastos e riquíssimos ensinamentos que sempre promulgaram a nossa infinidade; a
nossa eternidade como seres bem nascidos – e o mais interessante é que se
abandonou tão necessária ação não devido à certeza de sua existência, mas por
desistência. Imaginando-se, qual adolescente mimado, já estar apto a virar-se
sozinho, abandonando seus tutores – diante de um quadro muito mais grave;
quando não se conhece exatamente o poder destes muito menos a perversidade do
que terá por frente sem eles - e, de posse de alguns badulaques arranjados
resolveu soltar-se. É assim então, que o autor quer chamar a atenção; pois
abandonamos o “ser”, a conexão com o conhecimento que faria de nós homens
habilitados com nossa essência para optar, para pegar carona apenas no
claudicante conhecimento – e o aperfeiçoamento - da subsistência, a qual, o
máximo que nos tem dado é o avanço, a supremacia entre nós mesmos; entre os
povos no que diz respeito aos parcos domínios da matéria, e então, volto ao elo
perdido, quando houve essa divisão, essa ruptura à opção ao caminho do ainda
adolescente para o conhecimento completo, foi abortada da mente humana o
interesse ao retorno ou mesmo a continuidade da busca por suas origens.
Digo
agora que o mais importante não seria a busca ao retorno efetivo, ou a segura
proteção de entidades superiores, mas superado isso após a Verdadeira
Conscientização, então retomar o paralelo a isso: onde o andar continuado à
evolução material teria sido, ou estaria sendo muito menos traumática.
Vem-me
a mente agora o exemplo bem claro do aluno dedicado às artes marciais que, não
abandonando o ego, rompe com o mestre antes da importante conclusão da
disciplina, quando, uma vez devidamente instruído, lhe seria passada a
iniciação derradeira e mais importante; assim, sai esse despreparado ego
ambulante ensimesmado e entendendo-se superior a maioria que não participou do
seu, ou de aprendizado algum. No quadro exposto, todos sabem, reconhecem sua
superioridade, porém desconhecem o que omitiu; que o desfecho está muito além
de suas possibilidades; afinal o que ele realmente conhece sem o domínio total
da técnica?
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