Conversando
com um colega de trabalho sobre a questão das pequenas desavenças praticadas
cotidianamente, onde uma que outra demanda mais ou menos tempo para ser
resolvida; decidi mais tarde aprofundar o assunto. Imaginei o fato de que, se pensarmos
considerando uma perspectiva de evolução infinita; onde fazemos parte de uma
continuidade; é fácil aceitar que, em um determinado tempo da nossa existência,
partindo do princípio inegociável de que o mundo tende ao equilíbrio, o ajuste
acabará retornando naturalmente à calha do entendimento.
Porém
aqui, ao pontuar esse pensamento, ainda utilizo o fator espaço/tempo. Parto
então da premissa que, uma vez cientes da mecânica perfeita do processo quando
ajustado, e de seu objetivo: esse período pode ser encurtado ou mesmo
extinguido. Suprimindo justamente o período negativo, ou não prático; não
positivo que, invariavelmente em algum momento futuro – levando em consideração
o tempo material – juntará novamente as pontas soltas.
De
alguma maneira hoje fazemos isso. Mecânica e imperceptivelmente mantemos ajustados
nossos movimentos diários dentro ou fora de casa quando, ato contínuo a
qualquer movimento contrário; entendemos ser conveniente deixar pra lá, mas
apenas quando levamos em consideração um interesse, um desejo, uma paixão, uma
dívida ou uma necessidade; o que chamo isso de estar refém da situação. Então,
se possuímos a consciência da necessidade livre, podemos perfeitamente
eliminá-la se a imaginarmos contraproducente ou engessante, elegendo,
definitivamente, o equilíbrio positivo em seu lugar.
Seria
então natural admitir que uma vez envolvidos em desentendimento algures,
procurássemos rever o assunto – acionar o alerta - caso o tom tendesse ao desequilíbrio.
Se uma vez conscientes, levássemos automaticamente – primeiramente como um
exercício - a ameaça que, inequivocamente tenderia ao desequilibrar da balança
particular do bom senso, quando, ou um ou o outro não conseguiu assimilar, por
algum motivo, o que foi dito. Assim, uma vez cônscio do estado da
transcendência, ambos, não mais precisam recorrer a esse expediente, pois seus
entendimentos têm assimilado que isso – qualquer contenda - cedo ou tarde caminhará
inexoravelmente a obrigatoriedade da resolução. De posse disso, porque não
fazê-lo já, voltando atrás em colocações prematuras, ou menos acertadas energicamente.
E
porque isso não acontece com frequência entre nós humanos; afinal se à grande
maioria o entendimento da existência de um depois não é totalmente descartada?
Na mesma conversa chegamos a um acordo de que nem sempre observamos a questão
do ponto de vista dos envolvidos. Geralmente o que acontece, é que tentamos
impor a nossa vontade sem observar o grau de entendimento do nosso colega.
Decorrido
algum tempo, pensando com meus botões; imaginei um quadro onde, ainda que haja
as controvérsias, passe a existir também uma possível disputa entre nós em
busca de deixar a porta aberta ao diálogo, ou seja, aceitar consciente a falta
de conhecimento, ou respeitar o momento de desequilíbrio por que passa nosso
detrator; nosso controverso opinioso contrário até que ele erga a cabeça e
perceba quanto mais estamos aqui para aprender.
019.j cqe