Em outro
tempo, um filósofo alemão de nome Arthur Schopenhauer trabalhava o que chamaria
de “Dialética Erística”, com a mais perfeita consciência crítica também de,
inicialmente, nomear, e trazer a tona as batalhas épicas de eruditos
palestrantes. Situar ao seu “agora” o embate, os famosos debates (disputatio sollemnis publica),
contextualizando-os, para uma dezena de alunos sob seu comando.
Pesquisador
nato, filólogo de nascença, não media esforços, buscando deixar um legado sério para uma discussão que, ainda que
respeitadíssima e avalizada principalmente por Platão tanto em textos como nas
famosas reuniões comensais ou não, carregava a energia do histórico, de muito
além e de novas nomenclaturas, derivações e definições como do Antigo Mediterrâneo
por exemplo. Um tempo secular anterior aos icônicos gregos pré-socráticos, havia
carregado o processo que agora Schopenhauer tentava traduzir para o seu estado
contemporâneo. E, por conta dessa força, consciente da responsabilidade, sem
nem mesmo, ou, tão pouco conjeturar quanto mais existiria que não figurava nos
compêndios e hieróglifos que lhes chegaram às mãos, fazia o possível para não
macular seu inigualável currículo, justamente em um tema que lhe era tão caro a
ponto de sofrer com a imaginação, caso falhasse: da continuação da história
execrá-lo por conta de tamanha ousadia. Um sábio; entendia a dificuldade de
postular entre teses e ferrenhas defesas cuja mitologia erigida em densas
representações, aludia ao não tornado em si.
Parte do
que se pode ter acesso hoje, não por qualquer um, diz respeito à honra dada ao
personagem que se destaca na Dialética, e, desde sempre, a “Erística” como
iremos definir aqui, mais uma homenagem a parte ao Grande Schopenhauer, afinal
ele fez história, e jamais um combate filológico que preste se permitiu a
partir de então sem prestar a justa reverência a este que também figura no
Panteão da Dialética; vem causando debates extra campo, rigorosos a ponto de
fazer frente às discussões oficializadas de vitória ou derrota dos jogos reais
em nome da Dialética, secularmente praticado.