sábado, 29 de outubro de 2016

III - Das bodas de Mercúrio... Um Filósofo e sua paixão



Em outro tempo, um filósofo alemão de nome Arthur Schopenhauer trabalhava o que chamaria de “Dialética Erística”, com a mais perfeita consciência crítica também de, inicialmente, nomear, e trazer a tona as batalhas épicas de eruditos palestrantes. Situar ao seu “agora” o embate, os famosos debates (disputatio sollemnis publica), contextualizando-os, para uma dezena de alunos sob seu comando.

Pesquisador nato, filólogo de nascença, não media esforços, buscando deixar um legado sério para uma discussão que, ainda que respeitadíssima e avalizada principalmente por Platão tanto em textos como nas famosas reuniões comensais ou não, carregava a energia do histórico, de muito além e de novas nomenclaturas, derivações e definições como do Antigo Mediterrâneo por exemplo. Um tempo secular anterior aos icônicos gregos pré-socráticos, havia carregado o processo que agora Schopenhauer tentava traduzir para o seu estado contemporâneo. E, por conta dessa força, consciente da responsabilidade, sem nem mesmo, ou, tão pouco conjeturar quanto mais existiria que não figurava nos compêndios e hieróglifos que lhes chegaram às mãos, fazia o possível para não macular seu inigualável currículo, justamente em um tema que lhe era tão caro a ponto de sofrer com a imaginação, caso falhasse: da continuação da história execrá-lo por conta de tamanha ousadia. Um sábio; entendia a dificuldade de postular entre teses e ferrenhas defesas cuja mitologia erigida em densas representações, aludia ao não tornado em si.


Parte do que se pode ter acesso hoje, não por qualquer um, diz respeito à honra dada ao personagem que se destaca na Dialética, e, desde sempre, a “Erística” como iremos definir aqui, mais uma homenagem a parte ao Grande Schopenhauer, afinal ele fez história, e jamais um combate filológico que preste se permitiu a partir de então sem prestar a justa reverência a este que também figura no Panteão da Dialética; vem causando debates extra campo, rigorosos a ponto de fazer frente às discussões oficializadas de vitória ou derrota dos jogos reais em nome da Dialética, secularmente praticado.