Lançando
mão da humildade que a nós queremos rogar, por conta da impossibilidade do
gênero, sem fugir da prepotência normal e desconhecida ao sempre impaciente entusiasta
e tornada instrumento de posse arrasadora ao ladino que conhece e respeita
ainda que se aproveite também da conexão natureza e esperteza humana. Este
texto não busca demolir coisa alguma, muito menos construir novos adendos ao
secular cânone edificado; pronto e exato. Mesmo porque todo o expectador
tornado homem da ciência didática lógica possui sabedoria suficiente a disposição
de tal domínio. Principalmente por entender que o mendigar atenção é falta
pré-eliminatória a qualquer demanda séria, tanto quanto regatear ou desrespeitar,
ao brincar com expressões que a nada levam a não ser a digressão vaziamente floreada, tipificada a quem pouco sabe, ou seja, tendo em mente, sempre prestar o reverência
devida a referência do icônico vórtice energético constituído da erudição em
torno de nomes e histórias agregadas ao plano/organismo há tanto definitivamente
instalado.
Permanecerá
para sempre aqui traçado juntamente com a importância deste processo de
contenda que antes: norteará, evidentemente, a reputação do dito, desde a
história Antiga a Idade Média, de Sócrates a Schopenhauer, de Zenão de Eleia a Teofrasto; a necessidade que carrega e que fez
com que a Dialética aflorasse acima de todas as artes, até merecidamente volitar
sobre a alcunha de fonte do saber científico “profundae fons decens scientiae” como proferiu divinamente Palas no “De
nuptiis”; menos por insistirem ao longo de toda uma existência de manifestações
no fato de também constituir-se uma usina geradora de enigmas, e mais por sua
força nata, construída por conta não apenas sua, mas por superlativas gestações
ininterruptas, vindas à luz após o contato com clássicos homens de pensamentos
e ações. O que é certo e o que é errado, o que é verdadeiro e o que é falso, o
que é necessário e o que é inexato quando se põem em marcha nova pesquisa a
este respeito!
Se por um
instante é depositada toda a fé e entendimento em detrimento de determinado aforismo, no seguinte, a certeza de
outro que o refuta faz cair por terra toda uma defesa ilibada que até então se
creditava por si só ou por conta do autor de inegociável beleza argumentativa ao
causar o mesmo furor entusiasta tanto ao dizer quanto ao desdizer acertadas
orações, agora, peremptoriamente questionáveis.
E assim
persistirá para todo o sempre, afinal este é o espírito, a alma, o em si da
Dialética. E aquele que ainda não percebeu que a magia ou que a mágica está
representada justamente no espírito que comanda este embate, buscando decifrar
ou delinear argumentações que releguem todos os paradigmas até então alinhados
como mentirosos ou possuidores de uma verdade inventada, não apenas não sabe
jogar o jogo sério envolvendo doxa ou
endoxa, como é justo, não deva este
participar de comissão alguma onde o preceito máximo do respeito, ou a premissa
irrevogável da certeza no incerto é o que movimenta todo o processo dialético
criativo.
Comprovadamente
a Dialética tornou-se um corpo único, com identidade independente, portanto, é
difícil nomear sua extensão tentacular. Por conta de toda essa configurada
envergadura; assumida a partir de energias a nós desconhecidas, geradas em seu
entorno. Deve-se considerar, afora vãs convenções, que a elipse garantida daí; da imensurável aura herdada desse
inegável complexo existencial; ou melhor, é-nos, permitido afirmar, que isto foi construído observado por certo grau de importância não apenas do em si dialético, mas aqui,
contrariamente a tantos que tentam derrotar ou eliminar o que malgradamente
entendem como negativo, que acabam estes, não fazendo parte da elite dos
dialéticos - ainda que de alguma maneira o são -, até porque eles precisam existir, ou convencerem-se, quanto então, obrigatoriamente
e inequivocamente somam junto a tantos outros que defendem todo este incontestável
legado ricamente estabelecido exatamente como conhecem e respeitam aqueles que o
sabem – afinal tudo é muito maior que qualquer colegiado arredio a inatacável
certeza. Nunca é demais expor que foi da desimportância, de hoje tornados respeitáveis
detratores, superada em muito por importantes defensores seculares e até
epistolares eruditos que construíram; cercado de particular simbologia, um Monólito
Sagrado intocável, que compreende não de agora, todo o cabedal filológico linguista
deste período que contém fácil: uma dezena de milhares de anos – apenas no
tempo conhecido -; o conjunto formador do colosso designado Dialética.
Investir em
defender qualquer tese a favor de uma peça de densidade inegociável não é
tarefa fácil quanto é de extrema responsabilidade. A Escrita é a verdadeira
representante da pura democracia original. Em assim sendo, ao deparar-se com
esta terra de abundância e liberdade de significados, todos, ainda que o pior
dos analfabetos: pode dissertar sobre o que entende que entende, e em qualquer
momento da existência do indivíduo é possível que se depare com a necessidade
de fazê-lo em situações de defesa ou ataque. E ainda que tenha ele que
enfrentar alguém de técnica verdadeiramente argumentativa é certo que o espaço
aberto a partir da disputa jamais deixará de levar em consideração as
diferenças envolvidas, pretensões, necessidades e veracidades que nortearam o
culminar do embate, e por mais que um apurado profissional da retórica venha a
florear palavras experimentadas durante anos de exercícios, a diferença não
apenas é levada em consideração quanto mais (é) a pureza e a vontade de cada um
defender-se e atacar.