“Adoro quando a Xexinha caminha pra minha caminha”
Acordamos sem
você hoje. O despertar não é leve nem pesado, comum a todos os dias ordinários
aqui – ainda mais sem graça a partir de hoje – e, antes que a razão ataque para
o afazer cotidiano, o peso instintivo se apresenta como uma carga insuportável:
de agora em diante você não estará mais entre nós. O choro da noite anterior
junto ao seu corpinho na caminha que a mãe preparou com tanta dedicação, ecoará
como um monumento não apenas a você, mas a todos os teus amiguinhos que jazem
nesse plano, fruto da maldade e descaso com os seres inocentes.
Na cama um
capítulo especial. Quantas vezes acordei com você me encarando frente a frente;
a mãe ralhava, mas no dia seguinte estava ali, novamente. Em algumas situações
a gente enganava a mãe, ficando quieto até que a mãe acordasse e a tirava do
nariz do pai. Mas nada se comparava ao seu lugar preferido para dormir: entre
as pernas do pai. Mesmo nas noites mais sufocantes ela aí permanecia por toda a
noite, o pai que se exploda para encontrar uma forma de dormir com aquele “carvãozinho”
entre as pernas; “pegajosa com esse pai”, dizia a mãe.
Durante seus
quase vinte anos fazendo parte da nossa família, escrever com ela por perto era
um sacrifício, até que encontrasse um canto da mesa para ficar; subia no
teclado ou ia se chegando devagarinho, e quando via, algumas teclas precisavam
ser encontradas embaixo dela, até que o texto fosse preenchido por uma letra
só, então era preciso intervir; “pai insensível que não para pra brincar com a
‘xinha’”.
Se roçava toda quando o texto era escrito no papel. Adorava que forçasse a ponta da caneta contra seu queixo e pescoço para coçar, acredito que era mais para chamar atenção enquanto o pai dava um tempo na escrita – adeus ao pensamento que passava urgente a mente; seria preciso revisar o texto. Passava tudo na cara e barba do pai, cabeça, tronco e rabo... pra cá e pra lá, até que após um par de vezes tentando a acalmar no colo, não havia saída, seria como ela quisesse e então ao coloca-la em um canto da mesa, finalmente desistia do pai “insensível” àquele instante. Que maravilha e com que tristeza lembrar que isso foi.
Nos raros
dias de churrasco estavam todos ali, já na hora que me posicionava para
organizar a churrasqueira. Jabulinho, Xão, Xexinha e a Milza. Disfarçados, como
quem não queriam ser notados, entendiam o que iria acontecer: a mãe os trataria
um a um com pedacinhos de carne levemente mastigados. Nos últimos anos, a mãe,
caprichosamente vem preparando um pedaço especial, sem sal, para dividir entre
todos, fora a Milza que sempre ficava com um osso cheio de carne em volta; como
serão nossos churrascos agora? Como será tudo?
Nunca, jamais
falarei para alguém que entendo o que ou a tristeza que está sentindo; é
mentira. Ninguém sabe a falta que a Xexinha faz para nós dois.
Xexinha. Nosso “biscuizinho”; “carvãozinho do pai”; “baguinho preto do pai”; “pentelhino branco do pai”; “mascotinha da Turma da Escrita”; ontem à noite, durante uma chuvinha providencial, você partiu para o Universo dos Seres Amados. Durante uma semana a mãe lutou com todas as forças para que você reagisse, mas tenho certeza, você só ficou por mais uma semana para se despedir; um Mantra de preparação, uma Meditação em Família. Acredito que já há alguns meses você sabia que nos deixaria. Você, inteligentemente nos preparou; ao se manter mais reservada e nos deixar pensar que era você se tornando mais adulta. Nada. Você só estava arquitetando. Você foi linda até o final. Mas não adiantou nada, nós estamos desolados aos mesmo tempo que muitíssimos felizes por toda a alegria que predominou entre nós enquanto você reinou e reinará para sempre como a “Deusinha” da casa.
Você me
mostrou que existe um sentimento dentro de mim que não conhecia, e apesar de
toda a dor que estou sentido, estou feliz por tê-lo descoberto. Tê-lo despertado. O pai vai te
Amar pra sempre, Xexinha.
Descanse nos braços da mãe natureza. Que ela acolha o seu corpinho delicado e acalente sua alma nesse momento de morte, como em vida você foi acolhida e amada. Você passou por todas as estações da vida. Na primavera era uma filhotinha cheia de vida, energia e curiosidades e foi crescendo dia após dia. No verão chegou à juventude, explorando, brincando e aprendendo com todo um jeitinho de patricinha, princesinha. Aprendeu a amar a sua família humana e a se adaptar aos ritmos da vida.
Dos dias quentes de verão ao frescor do amadurecimento do outono, você foi nossa amada amiga, nossa “parça” e companheira fiel em seu amor verdadeiro em seu coração, leal em sua amizade, ofereceu a todos nós, amor incondicional e nos protegeu de todos os perigos visíveis e invisíveis.
Um dia o
inverno chegou. Os seus passos foram ficando mais lentos, sua energia ficando
mais fraca. Com a idade seu amor se sublimou e tornou-se mais puro, mais
maduro, mais precioso.
Precisamos libertá-la
para que encontre outra primavera. Que sua alma se eleve e encontre os braços
da Natureza.
Que os Espíritos
do Fogo iluminem o seu caminho nesta nova jornada.
Que os Espíritos do Ar a acompanhem com uma canção leve e alegre.
Que os
Espíritos da Terra a libertem das Areias do Tempo.
Que os
Espíritos da Água suavizem sua transição.
Que as Forças
das Divindades abrandem a dor do nosso coração e nos ajudem a nos adaptar à sua
ausência. Que sua alma possa voar livre e brilhar com as estrelas do céu. Se
você ainda sofre com o apego aos amores terrenos, saiba que estamos bem, pode
descansar o seu espírito. E quando sua alma estiver renovada você poderá voltar
e compartilhar o seu amor com sua nova família e irá amar e será amada, muito
amada, como foi aqui amada por nós nesses 17 anos – felizes anos, que vivemos
juntos.
Saiba que nossos corações e nossos espíritos estarão sempre esperançosos caso você queira nos visitar espiritualmente.
Abençoada
seja nossa amada e Eterna Xexinha.
Homenagem da sua Mãe e seu Pai
que tanto te amam
e vão Amá-la para Sempre.
*
Alguém muito consciente falou: “A
única verdade? Iremos morrer, e não nego que venho me preparando, mas, antes,
preciso passar pelo processo da vida”
À Xexinha, com Amor
Uma lenda élfica descoberta em papiros que remontam eras inexploradas conta que nos primórdios, durante a criação dos Três Reinos, o Reino Humano requereu uma atenção especial de Deus, por conta de suas peculiaridades; e os Seres do Reino Elemental que faziam parte desde o início dos tempos participaram diretamente da criação dos dois reinos seguintes.
Após deliberações
e concessões exaustivas o Reino Humano ficou pronto, então um pequenino ser,
lembrando um minúsculo Dragão Dourado Cintilante, que acompanhava os trabalhos e que trazia em sua
linhagem - apesar de apresentar uma fragilidade visível, mesmo frente a seres
tão belos -, poderes herdados dos elementos Fogo, Terra, Água e Ar, questionou
Deus sobre o caminho triste do ser humano que paradoxalmente seria mais melancólico
quanto mais sábio se tornasse.
Deus em sua
soberania ficou intrigado com a observação do serzinho que pouco se manifestara
durante a criação dos Reinos Angelicais e Humano e questionou; "o que Devo fazer?" Foi então que Deus, após as últimas deliberações permitiu ao homem que tivesse acesso aos Animaizinhos de Estimação que estão diretamente conectados e sob a regência deste Elemental Dourado que é o protetor deles desde sempre.
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