sábado, 29 de novembro de 2014

Ovos fertilizados



Dentro do pesar depositado em registros, o homem novo, ao procurar com vontade, eventualmente encontra o que podemos considerar como uma ninhada de ovos galados que, explorados com atenção, revela a oportunidade de conferir sua devida fertilidade; quando, até ali pareciam inertes, na verdade estavam esperando que alguém os fizesse eclodir, dando assim sobrevida ao que aparentemente “dormia”. Devemos entender isso como a continuidade da decodificação sem termo.

O legado que nos transmitiu o homem honesto que procurou pensar a existência humana e seu desenvolvimento com generosa seriedade; ao decifrar os comos e porquês de nossa passagem por esta Estação Planeta, está agora consignado em livros ou anotações, e, devido a minha insistência; ao fascínio especial que possuo por nosso pensar, entendo que até mesmo esse que aquele o fez, não foi perdido, ainda que não tenha sido registrado pelas vias normais conhecidas, ou seja, acredito que ainda que apenas tenha ele captado suas idéias em pensamentos e assim as mantido, não é demais imaginarmos que em breve descubramos a possibilidade de acessá-las também, embora eu não duvide de qualquer notícia confirmando já o estarmos fazendo.

Considero tais registros como ovos devidamente encubados, onde a cada instante, a cada época, a cada século que algum indivíduo verdadeiramente interessado e fazendo par ao querer do autor, e que possua a chave tão única quanto própria para acessar os caminhos que conduzam a esses registros, merecidamente o faz. Conseguindo então, a sua maneira, obter sua eclosão. É possível sim, que ele, manuseando com cuidado essa peça frágil, possa gerar também, ainda um novo rebento a mais do velho pensamento, repaginando agora, de posse de novos arquétipos, velhos códices, prosseguindo na continuidade de uma espécie que jamais esteve ameaçada; apenas esperava.

Ainda que seja perigoso afirmar isso, a espécie jamais esteve ameaçada. O que assistimos em verdade é a sua destruição/transformação paulatina frente ao descaso ou falta de conhecimento e, ainda que alguns sofram, ela apenas deixará de existir como a conhecemos, e aqui então entra o que os mais sensibilizados entendem por pena e acabam sofrendo, alguns verdadeiramente, então por desconhecer os meandros das leis infinitas, uma parte outra por conhecê-la e entender a decrepitude em que se transforma o planeta devido às ingerências que se intercalam, mas ainda assim é fato que teremos a disposição mecanismos, ferramentas para, se não salvar o que restou, nos fornecer instrumentos para sobreviver em meio ao mundo novo que surge a cada era; justamente por conta de homens que espalharam pensamentos em forma de sementes fertilizadas ao longo da história.


094.h cqe

Paleta



O que é um planeta frente ao universo?

O que é uma vida frente à vida do planeta?


O que é um dia frente à vida?

A vida não é mais que uma pincelada no tempo

Mas, assim como o construir de uma casa se desenha ao sobrepor-se um tijolo por vez, de colherada em colherada de argamassa. Como a pintura mais perfeita formou-se de uma pincelada somada a milhares a cada imaginação do artista; assim como o mais belo tapete foi urdido ponto a ponto, também a obra da nossa vida está sendo construída a partir da quimera de apenas um dia após outro; você consegue pensar esta proporção frente ao seu existir infinito?

Ainda que isso pareça insignificante; é da atenção em cada pincelada que seu criador - você – terá a obra a apresentar.

Da série; pieguice negligenciada. . .

               ou...

para quando deixar de ser piegas.

093.h cqe

Apenas representando...







...ou, 
porque você não escolheu nascer um pé de alface.



*



Quando o não ser não basta e mergulha-se então no ser inferior, em suma, a resposta de o porque podemos ser tão medíocres, ou ainda,
porque pode nossa mediocridade atingir níveis inconcebíveis frente a outros que tanto os consideram.

*

Em sua representação nada consciente, o homem que pensa que a possui acaba tornando-se uma ainda inferior a representações menores; agregadas, afinal, nesse grupo se é o que é. É o em si. Enquanto o homem que apenas insiste ser jamais o será.


092.h cqe

Representações autorizadas




Sou mais a pureza do velho circo, o teatro me enoja, é muito difícil assistir a uma peça onde o ator se quer superior, ou sobressair-se ao personagem. Ainda que entenda a complexidade de desvestir-se de si mesmo, essa dificuldade é potencializada quando no palco.

No cotidiano somos obrigados a assistir a representações amadoras, mentirosas ou não, ou melhor, puras ou nocivas, do que se convencionou sociedade aceitável, quando temos então - se, ou quando atentos; à espinhosa tarefa de suportar o que nos impõe, portanto, toda uma série de personagens bem ou mal intencionadas.

Já nas artes oficiais, onde as máscaras, onde a mentira é o mote de sua existência, envolto em magias e truques a nós ocultos, está à trupe de representantes oficiais em uma espécie de pleitear servil, aos quais, deliberadamente pagamos para escutar anedotas e toda espécie de idiotices que possa fazer-nos esquecer, mesmo que um pouco, da trupe real que nos cerca, porém, para completar o quadro, ao final das contas, seria bastante interessante compreender todas as peças ou minimamente ater-se apenas a pureza do que foi proposto, e então, quando disposto a pagar para ser enganado, o fazer com um mínimo de conhecimento de causa.

    Quando isso não ocorre, não se cumpre também a oficialização desse ofício quando sério, que é qualificado como entretenimento cultural, pois, a falta de entendimento miscigena os grupos numa espécie de patacoada geral que, observada de fora dá a entender que tudo é parte de uma peça única. (“é? Ou não é?”) 


091.h cqe

"No contaban con mi astucia"


sábado, 22 de novembro de 2014

Outra pequena alavanca . . .



. . . para aqueles que já O têm em alta conta . . .

A despeito de todos os teóricos apocalípticos que apenas tumultuam com seus improdutivos recalques; se existe algo que não pode passar ao largo em relação ao mergulho de Cristo a Terra, é o fato de termos a segurança de que: por aqui não é possível que fiquemos eternamente... Ele não o faria se houvesse esse risco.

...para os outros, serve como mais um exemplo.


090.h cqe

Do sofrer ilibado



Quem disse que somos nós os responsáveis sobre nós mesmos?

Mas ai daquele que descansa no pensamento de não o ser.




089.h cqe

Alegria não é sinônimo de felicidade II



Diferentemente do estado feliz, o que praticas na alegria pode ser motivo de tristeza... passado o torpor.

Mas... isso não é motivo para tristeza.

Da série;
das colas que não deveríamos esquecer

088.h cqe

sábado, 15 de novembro de 2014

Próximos



Aproximas
Antes de os olhos umedecerem
Tornam-se cegos para tudo o mais
Sou completo quando estás próximo
Sua aproximação estremece
Droga alguma supera isso
Ninguém fica indiferente
Todas as minhas reações são vãs
O externo não sente o que sinto
O que eles sentem jamais sentimos
Tantas vezes vivemos esse ritual
Em todos sou o mesmo em reações
Jamais fui o primeiro
Não acredito que existirá o último
O momento derradeiro para nós
Você, outro elemento
Pareces pronta, imutável
A mesma de então até agora
Você transforma o que tocas
Nós, a matéria bruta
Ou nos deixamos
Ou temos que deixá-la
Sem negociação
Sem trocas
Ainda que digas o contrário
Compreendo eu minha dádiva
E silencio quando possível
Você o domina
Eu o venço e a culpa é sua
Essa minha ânsia
Você sabe tudo...
Mas não sabe o que é ter Você


087.h cqe

Passagens



Ao final, restam também, os alienistas

Podemos “afirmar” que superamos alguma deficiência ao tê-la assistido em outrem; mas isso sempre será uma mentira.

Esta afirmativa se mostra muitíssimo difícil devido as nuances singulares do assunto. Primeiramente porque ao olharmos um terceiro cometendo o que entendemos ser suas condenáveis insanidades, é muito provável que em nossa auto-análise não acreditemos, ou não admitamos fazer nada parecido, quando quase sem exceção, ao agirmos, fazemos exatamente igual se não pior. Devemos ter em mente sempre, que apenas não tivemos a oportunidade de demonstrar nossa incapacidade de não fazer o que sempre acreditávamos não ser capazes – em se tratando de ações condenáveis que aleatoriamente assistimos.

E, se ao contrario, fazemos parte de algum grupo exclusivíssimo, daqueles onde os membros, como exercício: buscam enxergar-se na falha alheia; existe o crédito, mas ainda não é possível afirmá-lo, depois de anos de observações, que está curado.

Não é fácil admitir, na íntegra, o descrédito assistido. Mesmo para alguém que pratica a auto-vigilância. Curar-se através dessa hipótese não é para o vigilante comum, portanto, ao trilhar esse caminho a ponte é bastante frágil em direção ao caos da redenção, afinal, desanimem todos, por que, este processo de superação acaba se mostrando praticamente impossível.

Existem os especialistas, mas isso é um capítulo delicado e de expectativas sombrias e muitas vezes espetaculosas, onde os pecados permanecerão escondidos e intocáveis no que se refere ao doutor. 

Generalizando e aprofundando o tema; temos também àquele que vivencia as experiências sem se dar conta, - que sofre a esmo (o réu, o carrasco, a vítima, ou seja; todos) - sem prestar atenção, sem saber ou entender as razões de experiências tidas como negativas; acredite: também assim não se aprende nada, - está apenas pagando, como diria certo colega.

Finalmente,  sem a mínima intenção de assustar, existe uma constatação mais complexa e perversa que traz escondida seguramente o motivo de todo sofrimento intocável, e que está diretamente atrelada a nossa falta de coragem em prosseguir quando frente ao perigo eminente: somente é seguro afirmar que superaremos nossas fraquezas quando as vivenciarmos com consciência; é difícil admitir – ou antes –; acreditar, afinal é justamente este momento tão escuro e decisivo, quando todos os caminhantes que inequivocamente passarão por ele, e onde a maioria retorna ao ponto inicial por não entender o porquê dessa “desventura”, julgando-o manifestamente desnecessário, que permitirá, ou melhor, que será seu salvo-conduto ao degrau próximo.

Oxalá não nos enganemos jamais e conquistemos a coragem necessária para enfrentar nossos medos, entendendo que é somente a partir da escuridão atroz que vislumbraremos algo novo.


086.h cqe

Condomínio Terra



Dignidade, direitos, espertezas, mas, de arrasto e inegociável, o atraso

*

Obrigatoriamente e automaticamente a caminhada social deve aparelhar todos os membros indistintamente e independentemente a que tribo pertençam, sobre seus direitos e deveres; isso é água morro abaixo. No máximo, o que o comando maior pode fazer por conta de seu caminhar desajustado para continuar negando-lhes alguns dos primeiros, é engastar medidas paliativas para que vontades ainda contrárias não atropelem o pensar macro, burocraticamente lento que veio sendo costurado há séculos por cabeças que instituíram cada qual a seu modo, muitas vezes a revelia, necessidades e interesses de sua época, se não particulares e indiferentes ao processo contínuo.

  Em contraparte, compreender agora, apenas uma fração do que significa dignidade e então falar apenas dela em refrões de protesto descuidados sem uma base de sustentação condigna, exigindo o que o grupo ouviu que lhes é de direito, sem também a preocupação de que nem toda a música lhes foi devidamente ensinada, não se torna apenas um ato falho como municia os síndicos na inevitável ação que mais uma vez negará, - com bases - dando-lhes o direito de proibir a execução da canção e até de rechaçar com truculência as propostas; fica então – ou continua – subentendido ou não para todos os grupos que uma parte de seus direitos seguem sendo negligenciados; mas, ainda assim, não é essa uma verdade incompleta?

Para se ter dignidade é preciso antes entender todo o processo, e geralmente quem é desrespeitado em seus direitos, de alguma forma falhou nesse aprendizado. Se não isso, é certo que algo capenga.

Queremos exigir o que entendemos ser nosso de direito sem nos preocupar que toda a sociedade em algum nível, não é realmente digna da convivência, creditadas com as vênias devidas, repito; toda. Portanto isso não se constitui, afinal, um direito pleno ou na sua totalidade. Está mais para um regatear exclusivo, que por desconhecimento ou esperteza volteia camuflado entre a mesquinhez e o desentendimento, exigindo respeitos que mais hoje protestam vestidos de valores novos, adequados a uma realidade não concretada, baseada nos velhos, quando ainda faziam sentido.

Novidade aqui? Nenhuma. Esse é apenas mais um registro da nossa visão do conjunto, ou seria nossa versão? Apenas mais um pouco do mesmo que ao final, em poucas palavras, resume o que alguns de nós sabemos, mas pouco se pode fazer. Em resumo: enquanto não nivelarmos o conhecimento em bases aceitáveis não será possível paz entre os condôminos.


085.h cqe

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Da volatilidade das certezas mal construídas



O homem inteligente está sempre questionando seus padrões e conceitos - consistem-se um fim em si mesmo ou fazem parte de uma continuidade ainda não possível...(!?!)

...a diferença reside no fato de que ele, incansável, jamais desiste de mudar... se necessário.

E onde todos entendem como volubilidade, sabe-o que professa algo ainda não atinado no vale... tudo, exatamente tudo é mutável.

Então, pode ele até alterar uma que outra posição por falta de evidências concretas, mas a fé auto construída nesse processo sustenta sua crença e mantém sua determinação inabalável, e, o seu silêncio, guarda também a espreita, pois, se suas suspeitas dificilmente não se confirmam... no mínimo, o lançam ao próximo degrau. 

- - -

 “ao próximo degrau”, lendo de pronto, pode entender-se que ainda assim as ações não totalmente acertadas podem conduzir a outro estado de evolução, porém, ainda que isso possa conter algo de verdade, este não é o ponto aqui, porque estamos falando de alguém com muita paciência ou consciência da longevidade de toda a existência, e que não está preocupado em galgar o conhecimento pelo conhecimento; atingindo a sabedoria pura e simplesmente, então, deixei este final por falta de uma palavra que remetesse – sem comprometer a minha forma de escrita - apenas a: “alinhar os passos rumo ao degrau*”, sem que existisse o alcance do degrau, isso significa, partindo de uma interpretação mais pobre que, galgar um degrau para alguém neste estado de compreensão não é lá tão difícil, afinal quando preparado salta-se além do degrau próximo, mas ainda assim é possível que nem todos se convençam, por isso é necessário que essas palavras finais sejam interpretadas lembrando que caminho algum ruma a um terminal estanque, quando sempre bifurcam-se para indizíveis outras portas, aí então o “no mínimo lançam...” fecha de acordo.  

* Em tempo: 
Degrau; não necessariamente. 
Esta palavra serve aqui também, 
mais como representação. 
Qualquer alusão a alcance, 
a atingir, desqualifica o que representa 
“longevidade”; citado anteriormente.  

Contribuição da Minha Sempre Bem Amada

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sábado, 1 de novembro de 2014

Traições



Oposição, até que . . .


É tão confortante o discurso do pós eleição; dá até esperança no leigo. Sofremos nós que não o somos, pois ao final o que se aplica é a máxima da política canalha: pior que o povo que esquece por ignorância é a oposição que esquece por interesse.

Com a contribuição da Minha Sempre Bem Amada


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