sábado, 29 de novembro de 2014

Representações autorizadas




Sou mais a pureza do velho circo, o teatro me enoja, é muito difícil assistir a uma peça onde o ator se quer superior, ou sobressair-se ao personagem. Ainda que entenda a complexidade de desvestir-se de si mesmo, essa dificuldade é potencializada quando no palco.

No cotidiano somos obrigados a assistir a representações amadoras, mentirosas ou não, ou melhor, puras ou nocivas, do que se convencionou sociedade aceitável, quando temos então - se, ou quando atentos; à espinhosa tarefa de suportar o que nos impõe, portanto, toda uma série de personagens bem ou mal intencionadas.

Já nas artes oficiais, onde as máscaras, onde a mentira é o mote de sua existência, envolto em magias e truques a nós ocultos, está à trupe de representantes oficiais em uma espécie de pleitear servil, aos quais, deliberadamente pagamos para escutar anedotas e toda espécie de idiotices que possa fazer-nos esquecer, mesmo que um pouco, da trupe real que nos cerca, porém, para completar o quadro, ao final das contas, seria bastante interessante compreender todas as peças ou minimamente ater-se apenas a pureza do que foi proposto, e então, quando disposto a pagar para ser enganado, o fazer com um mínimo de conhecimento de causa.

    Quando isso não ocorre, não se cumpre também a oficialização desse ofício quando sério, que é qualificado como entretenimento cultural, pois, a falta de entendimento miscigena os grupos numa espécie de patacoada geral que, observada de fora dá a entender que tudo é parte de uma peça única. (“é? Ou não é?”) 


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