sábado, 26 de setembro de 2015

Ode a Nietzsche



"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música."

De posse do poço

“Posso hoje vangloriar-me, de posse de uma razão exclusivamente minha, e suportar a tortura quando meu altivo orgulho é apontado como louco, porém postumamente alguns de vocês que falando suas línguas irão defender a pureza de minhas ideias; verão então todos que apenas o que disse eu permaneceu”.*

Na verdade acho que Nietzsche não disse isso...

O Poço do Mestre Alemão - Ninguém jamais deverá pretender; ter a pretensão de secar a fonte, de iluminar - e em contrapartida o ser realmente -, até o último veio de água que se mantém eternamente desprendendo fios condutores para novos universos!

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*...na verdade acho que sonhei que Nietzsche o disse após escrever hoje enquanto o lia, porém, sem que mal entendam, pareceu-me que poderia muito bem tê-lo feito.


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Ode a Nietzsche II



“Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você."

Nietzsche, Heráclito, Parmênides...

(...) “Heráclito era orgulhoso: e quando, em um filósofo há orgulho, é um grande orgulho. Sua atuação nunca o aponta a um ‘público’, à aprovação das massas (...). Traçar solitariamente o caminho é próprio da Essência do filósofo” 

Continua Nietzsche: “(...) o mundo precisa eternamente da verdade, precisa portanto eternamente de Heráclito, embora ele não precise do mundo. Que lhe importa a sua glória: A glória dos ‘mortais em incessante fluxo!’. Como ele brada com desdém. A sua glória importa aos homens não a ele; a imortalidade da humanidade precisa dele, ele não precisa da imortalidade do homem Heráclito”.

Nietzsche destaca como uma das qualidades mais significativas da cultura helênica o reconhecimento do alto valor da sabedoria. O provo grego pode ser conhecido como aquele que mais valorizou a sabedoria, prova disso é a grande importância que davam aos Sete Sábios: “A consagração dos Sete Sábios é um dos grandes traços característicos dos Gregos: outros povos têm santos, os gregos têm sábios”.


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Ode a Nietzsche III




"Será o Homem um erro de Deus, ou Deus um erro dos Homens?"

...e Schopenhauer - Taumatzein

... sinal de espanto e admiração, diz Nietzsche: “eis aqui o verdadeiro sinal da aptidão filosófica:  a surpresa diante do que se encontra sob nossos olhos” 

Neste ponto, o filósofo alemão estava de acordo com Platão, Aristóteles e Schopenhauer que também ressaltavam a ideia de que a admiração é “o sentimento filosófico por excelência”.

O Mundo como Vontade e Representação - Schopenhauer cita Platão: “É pelo esforço de se livrar de qualquer dúvida que o homem se torna filósofo, verdade que Platão exprime dizendo que ‘o espanto – taumatzein – é o sentimento filosófico por excelência”. Já Aristóteles na célebre passagem da Metafísica – Livro A, afirma que o espanto é o que “leva e levou os primeiro homens à especulação filosófica. No início, sua admiração voltava-se para as primeiras dificuldades que se apresentavam ao espírito; depois, progredindo pouco a pouco, estenderam sua investigação a problemas mais importantes tais como os do fenômeno da lua, os do sol e das estrelas, e, enfim, á gênese do Universo. Ora, perceber uma dificuldade e admirar-se é reconhecer a própria ignorância”.


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Ode a Nietzsche IV



"É preciso muito caos interior para parir uma estrela que dança."

Ápeiron

Nietzsche apresenta uma definição grega de filosofia; a filosofia é “a arte de representar em conceitos a imagem de tudo o que existe. Tales foi o primeiro a satisfazer essa definição”. 

...para estes, “o Ápeiron e o mundo do devir estavam justapostos de maneira incompreensível, num dualismo brutal”.


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Ode a Nietzsche V




"O idealista é incorrigível: se é expulso do seu céu, faz um ideal do seu inferno."

Os crentes e sua necessidade de crença  

(...) A crença é sempre desejada com a máxima avidez, é mais urgentemente necessária onde falta vontade: pois é a vontade, como emoção do mundo, o sinal distintivo de autodomínio e força. Isto é, quanto menos alguém sabe mandar, mais avidamente deseja alguém que mande, que mande com rigor, um Deus, um príncipe, uma classe, um médico, um confessor, um dogma, uma consciência partidária. De onde talvez se pudesse concluir que as duas religiões universais, o budismo e o cristianismo, poderiam ter tido a razão de seu surgimento, sobretudo de sua súbita propagação, em um descomunal adoecimento da vontade. E assim foi na verdade: ambas as religiões encontraram um desejo que, pelo adoecimento da vontade, se acumular até a insensatez e chegava até o desespero, o desejo de um “tu deves”; ambas as religiões foram mestras de fanatismo em tempos de adormecimento da vontade e com isso ofereciam a inúmeros um amparo, uma nova possibilidade de querer, uma fruição do querer. O fanatismo é, com efeito, a única “força de vontade” a que também se podem levar os fracos e inseguros, como uma espécie de hipnotização de todo o sistema sensório-intelectual em favor da superabundante nutrição (hipertrofia) de um único ponto de vista e de sentimento, que doravante domina – o cristão chama-o sua crença. Onde o homem chega à convicção fundamental de que é preciso que mandem nele, ele se torna “crente”; inversamente, seria pensável um prazer e força da autodeterminação, uma liberdade da vontade, em que um espírito se despede de toda crença, de todo desejo de certeza, exercitado, como ele está, em poder manter-se sobre leves cordas e possibilidades, e mesmo diante de abismos dançar ainda. Um tal espírito seria o espírito livre par excellence.


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Ode a Nietzsche VI



"Não me roube a solidão sem antes me oferecer verdadeira companhia."

Da pretensão e do que é

(...) Pergunta: pode propriamente um filósofo, com boa consciência, comprometer-se a ter diariamente algo para ensinar? E a ensiná-lo diante de qualquer um que queira ouvir? Ele não tem de se dar a aparência de saber mais do que sabe? Não tem de falar, diante de um auditório desconhecido, sobre coisas das quais somente com o amigo mais próximo poderia falar sem perigo? E, em geral: não se despoja de sua mais esplêndida liberdade, a de seguir seu gênio, quando este chama e para onde este chama? – por estar comprometido a pensar publicamente, em horas determinadas, sobre algo pré-determinado. E isso diante de jovens! Um tal pensar não está de antemão como que emasculado? E se ele sentisse um dia: hoje não consigo pensar nada, não me ocorre nada que preste – e apesar disso teria de se apresentar e parece pensar!


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Ode a Nietzsche VII



"Cada pessoa tem que escolher quanta verdade consegue suportar"

Da pretensão e do que é II

Mas, objetarão, ele não deve ser um pensador, mas no máximo um repensador e pós-pensador, e antes de tudo um conhecedor erudito de todos os pensadores anteriores; dos quais sempre poderá contar algo que seus alunos não sabiam. – Está é precisamente a terceira concessão altamente perigosa da filosofia ao Estado, quando ela se compromete com ele a fazer, em primeiro lugar e principalmente, o papel de erudição. Antes de tudo, como conhecimento da história de filosofia: enquanto para o gênio que olha para as coisas puramente e com amor, semelhante ao poeta, e quer sempre penetrar nelas mais e mais profundamente, resolver inúmeras opiniões alheias e pervertidas está a ponto de ser a ocupação mais repelente e inoportuna. A história erudita do passado nunca foi a ocupação de um filósofo verdadeiro, nem na Índia nem na Grécia; e um professor de filosofia, se se ocupa com trabalho dessa espécie, tem de aceitar que se diga dele, no melhor dos casos: é um competente filólogo, antiquário, conhecedor de línguas, historiador – mas nunca: é um filósofo. E isso apenas no melhor dos casos, como foi observado; pois, diante da maioria dos trabalhos de erudição feitos por filósofos universitários, um filólogo tem o sentimento de que são mal feitos por rigor científico e o mais das vezes detestavelmente fastidiosos. Quem, por exemplo, salvará a história da filosofia grega do vapor soporífero que os trabalhos eruditos, mas não muito científicos e infelizmente muito fastidiosos, de Ritter, Brandi e Zeller espalharam sobre ela? Eu, pelo menos, prefiro ler Diógenes Laércio do que Zeller, porque naquele, pelo menos, o espírito dos filósofos antigos está vivo, mas neste, nem esse nem qualquer outro espírito. E, por fim, em que nesse mundo importa a nossos jovens a história da filosofia? Será que eles devem, pela confusão das opiniões, ser desencorajados de terem opiniões? Será que devem ser ensinados a participar do coro de júbilo: como chegamos tão esplendidamente longe?  Será que, porventura, devem aprender a odiar ou desprezar a filosofia? Quase se poderia pensar esse último, quando se sabe como os estudantes têm de se martirizar por conta de suas provas de filosofia, para imprimir as ideias mais malucas e de captar, em seu pobre cérebro. A única crítica de uma filosofia que é possível e que além disso demonstra algo, ou seja, ensaiar se se pode viver segundo ela, nunca foi ensinada em universidades: mas sempre a crítica de palavras com palavras. E agora pense-se em uma cabeça juvenil, sem muita experiência da vida, em que cinquenta sistemas em palavras e cinquenta críticas desses sistemas são guardados juntos e misturados – que aridez, que selvageria, que escárnio, quando se trata de uma educação para a filosofia! Mas, de fato, todos reconhecem que não se educa para ela, mas para uma prova de filosofia: cujo resultado, sabidamente e de hábito, é que quem sai dessa prova – ai, dessa provação! – confessa a si mesmo com um profundo suspiro: “Graças a Deus que não sou filósofo, mas cristão e cidadão do meu Estado!”.

E se esse suspiro profundo fosse justamente o propósito do Estado, e a “educação para a filosofia”, em vez de conduzir a ela, servisse somente para afastar da filosofia?


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sábado, 19 de setembro de 2015

Há quanto estamos de não valorar valores?



Em geral, no meu cotidiano particularíssimo, do que percebo, penso sobre o peso da moral, dos valores em geral e que se arrasta até então, e do que será por um sempre indizível por residir no fato de termos alimentado a existência de tal fardo, todos nós, na obrigação de estar, através de nossas atitudes contidas, mendigando opiniões favoráveis ou que favoreçam nossos votos de pessoas de bem, quando, basta que em apenas um instante sejamos visto em atitude onde uma única pessoa, em seu particularíssimo mundo individual o leia como suspeita, para abrir-se um abismo entre todas as atitudes até então aprovadas e o resto de nossa vida, ao despertar a dúvida sobre aquele único ato; e o pior; isso está correto, sim, mas apenas porque somos todos iguais na falta de firmeza de nossas ações, de nossas convicções.

*

Os valores, ou possuem, ou devem ser classificados – como, e uma vez apreendidos - no mesmo conjunto da discriminação, pois ao passo que a diferença é própria da natureza humana e o que permite, o que condiciona nosso comportamento pluralizado: só é possível assumir que existe tal diferença para aqueles que assim enxergam – nós, e ainda. Parto desse princípio, assumindo o pensamento de que ao nos igualarmos no não ignorar, todos os valores perderão o sentido por tornarem-se parte natural; ou, naturalmente intrínsecos a nossas ações – desaparecerão pelo simples fato da não mais necessidade de serem evidenciados.

Quando a nossa sociedade passar da invisível hipocrisia da segregação; ao como deveria ser para alcançarmos a verdadeira existência social ainda não imaginada, então, a moral e a honra, por exemplo, não terão peso - por ser desnecessário tal apontamento. Transformar-se-ão do peso da necessidade de o homem mantê-los, à leveza do desabrochar na existência por si só.

Os valores tornaram-se, ates mesmo de serem assimilados, mais um item a ser defendido com exclusividade individual, porém assumidos em uma escala imaginária – que nasce na inexistência desses ao valor máximo adquirido, alguns, infelizmente, comprados ao serem entendidos como “necessários” - quando não passam de filhos outros da vaidade e do orgulho, - fruto de leis sociais mal observadas - ou, no pior dos mundos; quando se resumem a um foco enobrecido tornando-se objeto ou objetivo em uma sociedade que, pronta a coisificar tudo através da alquimia da vã necessidade o faz se o resultante alquímico se traduza em créditos materiais.

*

Apenas quando o homem entender-se num determinado grau exato de orgulho e responsabilidade (auto orgulho/auto responsabilidade) será possível que ele seja largado a própria sorte – é óbvio que aqui temos uma licença poética, por ser claro que não será então largado a própria sorte, porque então ele terá uma direção de acordo com um discernimento razoável ou coisa que o valha. E assim todos haverão de se respeitar como tal sem entender que um dia isso possa ter sido diferente. Havendo, portanto, finalmente, o que poderemos, ou haveremos de classificar como a sociedade perfeita, ou rumo a um entendimento verdadeiramente ou próximo do equânime. 


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Refil Terra - Estado de transição






Jamais, nem mesmo sobre o domínio dos piores ditadores, serviu tanto à Terra, o epíteto que à aludisse a um estado; um mero ponto de transição do homem; uma área de testes para o “como comportar-se” do homem.

É agora aqui tão somente um estado de transição. Adentramos as portas do início do fim. Aqui nascemos. Onde nos foi dada a oportunidade de reavivar parte de um estado particular esquecido, um estado adormecido de sabe-se lá, eras, éons, ou qualquer outra medida de não tempo, de não mais tempo, e sim mensurado em dores, males e doenças e sintomas do recanto mais profundo de nossos espíritos a ser espiada. Assim, uma outra nova oportunidade fantástica em uma terra maravilhosa e abundante acontece; porém o que aqui encontramos? Contrariamente, outras formas engenhosas de provocar dor e fazer sofrer, transformando novamente em carga, em peso, em sacrifício ainda maior, tudo o que poderia ser acordado.

Parafraseando o poeta que auto intitulou-se original, e o foi; todo o ser humano em toda a extensão do planeta inventou seu próprio pecado e agora agonizará a sua maneira com o antídoto que nada mais é também que o próprio veneno retirado, premido, excretado de suas presas peçonhentas através das mandíbulas ainda ávidas e vorazes - sempre incansáveis para o que não agrega -, num epilogo mórbido e continuado da autodestruição quando, enquanto se flagelam mordendo e auto injetando o líquido que contém a cepa maligna somatizada por anos, para então; nos últimos estertores entender o que é a dor da tristeza infinda enquanto em meio a todo este perturbador atordoamento, aloucado descobre que a vida invalidada aos poucos dá lugar a uma morte de dor eterna quando finalmente, através de uma lucidez que é mais um castigo, percebe que jamais morremos, ao acordar para a derradeira verdade ao relembrar que é na morte agora viva que poderá afinal viver para sempre. Por certo que faltarão cérebros para inventar orações a apagar o mal feito.

Quem sabe, o fogo que o profeta aludiu, demorou mais a propósito de os elementos combinarem também formas outras de derreter em chamas, não de forma rápida as moléculas que se combinam em sangue; porém o contrário: igualando a dor à vontade humana de machucar.

Vocês míseros miseráveis que acreditam em um porvir além do tempo, continuem acreditando. Sim é possível, algo mais, algo maior, algo enormemente inimaginável existe além desses muros invisíveis que nos enclausuram em uma pseudo liberdade há muito crível e jamais palpável. Não aqui, não agora; agora não mais. Foi perdido o fio condutor do respeito mútuo. Agora sim é possível avistar o resultado dos estragos cumulados. Não é mais possível voltar atrás e reconquistar o retorno; não há volta. Nosso espaço/terra foi transformado só e unicamente em um estado de transição, onde somos todos, colocados, posicionados frente a frente com uma série de situações cujo único objetivo, a única serventia é que em algum momento muito distante enfrentemos ainda com mais rigor ou com o rigor maior do que finalmente entenderemos como: os próprios injustiçados observando agora sim, sob a ótica da justiça as injustiças praticadas por eles mesmos - em algum grau; é isso que nos espera.

*

O hell é real - Chegará um tempo em que desejaremos a morte verdadeira e então aumentará ainda mais nossa dor ao saber que ela não virá por já estarmos nela, porém, vivos.

*

Há alguns dias venho direcionando e apurando meu pensar para um ponto de vista novo e sombrio após assistir o descaso generalizado com a vida. O descaso, o egoísmo que parece vem tornando concreta uma dimensão hipócrita sem precedentes, onde a cada dia mais e mais ações isoladas em todo o planeta demonstram ou corroboram esse meu pensar. Algumas escolas aludem que viemos para esse plano com tudo acertado para que tenhamos uma nova vida equilibrada com o objetivo de reparar causas anteriores, como carma e motivos de expiações; ao que aprendemos: tudo indica que esse ajuste fica claro com cada um de nós, porém, ainda que sejamos avisados dos riscos, pois há um interesse comum além do nosso compreender - além de pontos inimaginavelmente positivos para que nasçamos – é importantíssimo que o façamos. Uma vez desencadeado, todo o processo é irreversível, quando concordamos previamente em assumir ou continuar com a postura adquirida após esse tratamento intensivo em esferas superiores. Acontece que a maioria de nós falha, e aqui entra minha observação, quando percebo que direcionadamente ou não, nosso plano tornou-se, mais do que nunca, um plano descartável cujo único motivo de sua existência é agir como um refil, devido ao fato de que o egoísmo por aqui tomou uma tal dimensão que não será mais possível salvá-lo; e porque refil? Porque sabemos da existência de outros mais. Dessa forma, acredito que os Comandantes Superiores levaram esse plano até as fronteiras mais que possíveis das ações nascidas da presunção humana, porém a meu ver, esse limite é chegado. Saturamos o plano, entramos na reta de colapso. Não é possível que todos nós assistamos o que a um ser equilibrado pasma; e faz arrepiar até mesmo o ordinário humano ainda conivente com ações prejudiciais tanto ao próprio quanto ao planeta. Onde assistimos e ficamos indiferentes, agarrados a uma passividade que resulta numa cumplicidade continuada vergonhosamente assumida, no que se refere a indignação, a omissão, a tomada de ação, a revolta, a uma ação mais digna em relação ao assistido. Nada; continuamos todos como se nosso mundo particular fosse apartado do todo universo. Isso não é possível. Somo um, mas somos o todo, e vice versa.

Se alguém, por exemplo, como um esteio da família caí doente, todos param para resolver o problema ou vivem suas ações cotidianas em função de tomar novas resoluções, sempre observando, levando em consideração o mal maior que assola a família; ou, no mínimo, partidários de um pensar mais contido, mais reflexivo, mais pesaroso. Isso vem acontecendo já há muito com nosso planeta; com nosso universo Terra, não digo com o planeta físico, digo com o planeta como um todo, o conjunto Terra como um todo e nosso pensamento não é tocado.

Ele está indo a pique e nada estamos fazendo, não nos conscientizamos da necessidade da mudança, até porque, quando estamos em vias de morrer, é natural que repensemos nossos atos, porém nossa inconsciência sobre nosso entorno é tão inexistente que, ainda que nos proclamemos pessoas de família ou religiosos, ainda que estejamos na eminência dos últimos suspiros, continuamos odiando, maltratando, desejando, invejando, apaixonados por sonhos que jamais aqui se realizarão, quando o correto seria nos voltarmos para um pensamento sempre natural nos estertores da morte; a paz da passagem.


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sábado, 12 de setembro de 2015

Seja frio





Todo dia é um novo dia, 

porém, 

pare de aproveitar-se 

disso 

e aproveite isso.







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Lei universal de comando

O home sábio entende que o homem comum, que não sabe mandar, precisa de outro que o saiba. Portanto, um dos problemas corporativos mundial hoje, - e também fora dele - reside no fato de que um inimaginável número do primeiro grupo não assume que jamais poderiam ocupar o posto do segundo – em algum ponto distante do caminho agimos com desatenção para com essa ordem.

Da série; estrago irreversível.


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Não tem fim



Em algum lugar: 
“Cada um é para si próprio o mais distante”

Quanto mais te descascas, 
mais profundo entendes que é, 
tanto quanto ainda continua raso.

Da série Conhece-te a ti mesmo.


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quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Georg Christoph Lichtenberg




Nietzsche cita esse cara 

(Georg Christoph Lichtenberg) 

em um de seus livros...




“Quando os que mandam perdem a vergonha, os que obedecem perdem o respeito.”

“Não é estranho que as pessoas tenham tanto prazer em lutarem pela religião, e tão pouco em viverem pelos preceitos dela?”  

“A maior parte dos professores de religião defendem os dogmas dela não por estarem convencidos da sua verdade, mas por os terem enunciado como verdades uma vez.”    
  
“As pessoas que cedem e concordam com tudo são sempre as mais saudáveis, as mais belas, e de figura mais harmoniosa. Basta alguém ter um defeito para ter a sua própria opinião.”

“Um professor não educa indivíduos. Ele educa uma espécie.”

 “O sábio procura a sabedoria, o tolo encontrou-a.”    
  
“É impossível carregar através da multidão a tocha da verdade sem chamuscar aqui e ali uma barba ou uma peruca.”

“Pergunta: O que é fácil e o que é difícil? Resposta: Formular perguntas como esta é fácil; respondê-las é difícil.”

“A ocasião não faz apenas o ladrão, mas também grandes homens.”   

“Nenhuma invenção foi mais fácil para o homem do que a do céu.”

“Não se deve julgar os homens pelas suas opiniões, mas por aquilo que essas opiniões fazem deles.”

 “O sinal certo de um bom livro é que ele nos agrada cada vez mais à medida que envelhecemos.”

 “À glória dos mais famosos se junta sempre um pouco da miopia de seus admiradores.”

“Quanto menos necessidades, quanto mais felicidade.”

“Eu esqueço a maior parte do que li tal como não me lembro do que comi; mas tenho a certeza que ambas estas atividades contribuem para o sustento do meu espírito e do meu corpo.”

 “As pessoas que nunca têm tempo para nada são as que menos conseguem fazer.”  

“Se queres provar-nos que és competente em agricultura, não o proves semeando urtigas.” 

“Atualmente procura-se divulgar a sabedoria por toda a parte: quem sabe se daqui a poucos séculos não haverá universidades destinadas a restabelecer a antiga ignorância?”

 “Um homem de espírito não pode nem pensar que existe a palavra dificuldade.”

“Quando alguém faz algo de muito bem grado, quase sempre existe alguma coisa naquilo que faz que não é a coisa em si.”

“Usem as palavras como o dinheiro.”

 “Quando leres a biografia de um grande criminoso, antes de condená-lo, agradece ao céu bondoso por não ter-te colocado, com a tua cara honesta, no começo de uma série de circunstâncias semelhantes.”  

“As pessoas que nunca têm tempo não conseguem grandes coisas.”

 “Muitas vezes tenho uma opinião quando estou deitado e outra quando estou de pé.”

 “Um livro é como um espelho: quando é um macaco que se olha nele, não pode ver refletido nenhum apóstolo.”

“Duvida de tudo pelo menos uma vez, mesmo que seja da sentença: duas vezes dois são quatro.”

“Deus criou o homem à sua imagem. Isso provavelmente significa: o homem criou Deus à sua própria imagem.”

“O homem é uma obra-prima da criação também pelo fato de que, com todo o determinismo, ele acredita agir como um ser livre.”

 “Estou convencido de que não apenas nos amamos nos outros, mas também nos odiamos neles.”

“O homem ama a companhia, mesmo que seja apenas a de uma vela que queima.”

“No mundo encontramos mais frequentemente lições que conforto.”

“Há quem não ouça até que lhe cortem as orelhas.”

“Para que a religião seja apreciada pela massa, deve necessariamente conservar algo do gosto «sublime» da superstição.”

“A dúvida não deve ser nada além da atenção, caso contrário pode tornar-se perigosa.”

“Nada contribui mais para a serenidade da alma do que não termos qualquer opinião.”

 “Quem leu muito, raramente faz grandes descobertas.”

 “Na medida em que se distinguem mais coisas numa língua pela razão, torna-se mais difícil falá-la.”

“É decerto medonho viver quando não se quer, mas seria ainda mais pavoroso ser imortal quando se quer morrer.”

Georg Christoph Lichtenberg

O homem disse tudo isso...

... e é isso que você encontra no Wikipédia ao procurá-lo.



segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Já ouço sussurros



Je Crois Entendre Encore

Je crois entendre encore
Caché sous les palmiers
Sa voix tendre et sonore
Comme un chant de ramiers.
Oh nuit enchanteresse
Divin ravissement
Oh souvenir charmant,
Folle ivresse, doux rêve!

Aux clartés des étoiles
Je crois encor la voir
Entr'ouvrir ses longs voiles
Aux vents tièdes du soir.
Oh nuit enchanteresse
Divin ravissement
Oh souvenir charmant
Folle ivresse, doux rêve!

Charmant Souvenir!

Charmant Souvenir!

Contribuição da Minha Sempre Bem Amada

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sábado, 5 de setembro de 2015

“Tragédia Grega”



Do gênio é aflorado o belo; porém ele, a todos nós, não vai além do que enxergamos; é impossível. Ele o faz apenas como instrumento que é para que saibamos como (em algum tempo) proceder – de sua existência. Podemos assistir isso reunindo, por exemplo, a beleza apolínea grega, onde esta representa o belo; Jesus: a consciência a ser buscada. E Nietzsche faz às vezes do despertar para essa diferença e só então, através dele, à obtenção da Verdadeira Posse.


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IndiGestão



Nas coxias sabe-se que é o que se tem; que é com o que se pode contar. Blinda-se o superior, o camisa 10, protegem-no como podem por saber-se da obrigatoriedade dele ali; ainda que nem de longe com essa peça possamos garantir que meia partida está ganha – mas o campeonato todo é duvidoso. Escamoteiam-se os humores; por mais biliáticos que sejam. A verdade dificilmente aparece, e, quando se é preciso mostrá-la se faz a um que outro, estrategicamente escolhido a dedo, pois tudo foi preparado para o momento. Ele também será pego – se inadiável – com o caldo insosso da ceva do que parece (aparece) ao externo - estar equilibrado. Será mais um a saber; a conhecer a tática que vem “dando certo”: ou se faz isso, ou é o colapso. Ninguém quer o colapso. Todos se ajeitaram como podiam até então para manter-se no escrete – ainda que saibam o que sabem – e, quando devidamente avaliado: também por isso. Então, mais uma vez foi decidido, tudo continuará sendo arranjado. Ou é isso, ou não tem isso. Ok! Entoem os hinos. 


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Valorizando o que tem valor




Assim como será com meus inimigos se um dia vierem, escolho minhas vitórias. Jamais deixo de me divertir, porém dou-lhes o peso devido. Uma vitória precisa ser valorizada e é na devida valorização que dimensiono como premio meu existir; já em relação aos inimigos, continuo entendendo que alguns deles definham por si só e se tratam dentro da própria malta com significativo desrespeito, que seria uma covardia ir além de inseri-los no meu escárnio que imita uma sanha quando não ultrapassa jamais um passatempo. Não os procuro, portanto, e por assim entender; todos até então também servem apenas para somar às piadas ao cair da tarde em volta da fogueira.


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