sábado, 30 de junho de 2012

Animal racional... !?!



Existem formas diferentes de a inteligência se nos revelar. Algumas pessoas assim se entendem por si só, outras defendem que todos o são, como um tipo de medo recalcado, ou em casos raros, sabendo em seu íntimo também o sê-lo por atavismo. Fato é que ser, ou declarar-se inteligente é uma tarefa bastante complexa, principalmente porque existe uma diversidade sem par de indivíduos, e na mesma ordem uma centena de derivações entre oficial e de defensiva própria, como o posto, sobre a questão, afinal somos rápidos em encontrar argumentos, quando as cartilhas não o fazem, que venham ao encontro de qualidades que buscamos vender como nata e individual.

A grosso modo é evidente que não é fácil qualificar o ser inteligente, a menos que apresente uma série de atributos que, somados a um certo vencer cultural regional o classifique junto a media menor da população, porém em um ponto, boa parte daqueles tidos como inteligentes concordam que é condição sine-qua-non que o indivíduo possua um entendimento tácito de aceitação ou seja, que comungue apenas humores com grau de discernimento moderado, equilibrado, não fazendo de seu julgar primeiro uma negativa gratuita, mesmo que (in)pensada; embora deixe claro que a não retalhação não significa uma aceitação incondicional, isto o torna singular, diferenciado e portanto, em primeira instância, inteligente.

Estão eles assim, entre aqueles que ao se deparar pela primeira vez com determinada questão opiniativa crítica contrária ao já posto, seja ela uma contestação a um tabu, a um dogma ou paradigma; não travam. Finalizam a leitura mostrando um semblante sereno, continuado e apreciativo, ponderado, mesmo que analítico; isto dificilmente acontece - comum é um não taxativo.

E mais, diante do novo que contesta ou contextualiza o velho, fazem o que se espera deles, acompanham a provocação contextualizando também, porém num primeiro momento é obvio que contextualizam a contextualização. Contextualizam o olhar, a visão contestadora do autor, sim porque antes de tudo, se o assunto é do seu interesse, claro, é extremamente importante que sejam observadas as novas nuances, as novas notícias; o que há, o que estão falando, que assuntos novos estão sendo levantados sobre o velho assunto, e menos devido a sua escassez no mundo e mais por sua avidez viciosa da pesquisa, o ser inteligente tem a disposição uma gama maior de assuntos, assim vive ele em meio a contextualizações, análises e críticas e isto por si só é condição corroborativa em direção à classe inteligente.

Partindo deste pressuposto a questão do título é direta e pura, “Animal irracional”, onde uma questão que acreditamos ainda deva estar em aberto diz respeito à contestação de alguns pensadores que afirmam não ser correta esta expressão que é obviamente designada ao homem, afinal se ele assim o fosse não existiria esta, no caso aqui, gritante diversidade cultural, ou a atual diferença de comportamento e costumes entre os povos, ou ainda a variedade de religiões que inundam o planeta desde sempre. Portanto, se o homem fosse racional, não deveria ele fazer uma contextualização inicial, mesmo há mil anos ou mais, e aglutinar; arrebanhar para todo o planeta apenas os costumes, ao menos os práticos, que levaria a raça humana a um entendimento uniforme de sobrevivência e harmonia e então, pensando racionalmente, abandonar qualquer outro pensar egoísta e de quase aniquilação e barbarismo que assistimos, até em massa, ainda agora, observado mesmo em povos tidos como de cultura avantajada?

Por que não é racional trabalhar apenas pensamentos e ações que qualifiquem o caminhar comum?

Da série: Nada de novo no front, ou nada que não tenha sido massivamente repetido até então.

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domingo, 24 de junho de 2012

Ah! Que força vem do suportar


Mesmo sem vontade, sabendo que isto pouco importava nesses tempos, tanto a ele próprio quanto ao professor, o velho erudito discorreu, valendo-se mais uma vez da polidez que pouco efeito tinha por entre o povo da cidade quando a via era contrária. Observou a si mesmo também, que o faria como uma forma de respeito, afinal o estudioso, apesar de noviço, demonstrava bastante interesse afora lhe parecesse que se tratasse de pesquisa obrigatória, entendia o velho turrão que revelaria gratuitamente, não devido à paga e sim ao seu entender particularíssimo de que as revelações sérias deveriam apenas ser feita àquele que a ela dedicasse uma vazão de excelência. Assim resmungou que não é fácil pagar o preço de aprender a vida vivendo entre aqueles que a encaram como uma dádiva que não deve ser valorizada, ou ao menos é isto que parece, porém ah! Que força há; que força se adquire depois de quitada a dívida. E arrematou, como se precisasse qualquer outro viés de argumento extra para reforçar palavras de precisos significados que poderiam ser pisoteados por séculos, mesmo na praça, que ainda assim não perderiam o viço, complementando, como adquiriria força no meu pensar se não enfrentasse os ventos ininterruptos das intempéries do cotidiano agitado, coexistindo, assim, por entre o ignorar passivo!

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No princípio era a intuição


Velhos Mágicos, Alquimistas, Astrólogos, Feiticeiros e todo o tipo de Profetas do Povo; foi através da intuição destes proscritos primeiros que tivemos despertado o nosso interesse mais diverso pelo desconhecido, e a partir disso nasceu muito posteriormente a chamada ciência. No mais das vezes é preciso entender que ainda hoje a ciência lógica só encontra o que ou onde procurar porque ainda existem aqueles que intuem ali haver algo. Os cientistas não possuem essa capacidade, eles possuem sim, ou melhor, o que eles conquistaram foi a autoridade não apenas por mérito próprio, porém muito por permanecer próximo da governança - devido a um misto de interesse e necessidade, somado a uma boa pitada de oportunismo – e então proclamar e manter assim a lógica, superior a intuição.

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2 em 1 II


Mesmo que sejam levadas em consideração as diversas situações a que nos deparamos cotidianamente, deve existir uma idade limite – e ela varia bastante de indivíduo para indivíduo como também de questionador para questionado - para que algumas questões de cunho pessoal continuem a ser respondidas. A partir do ponto em que isto não se dê; para alguns de pouco trato, as respostas tem que ser dada de forma inteligente por aqueles que detestam todo este estado de coisas, dando a impressão que as ignorâncias se compararam; disso, que nada mais é que uma forma polida de falsamente responder ao questionador, onde dois objetivos serão atendidos, ou ao menos dar-se-ão duas respostas em uma, mesmo que uma delas jamais venha a ser revelada.

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Permitindo ser predado


Nietzsche usa a expressão, “predadora”, para a mulher, de uma forma veemente e até, - é permitido considerar isso - generalizada. Diante dessa observação temos, obviamente, aqui, - ao contrário do que escreve o histórico do reino animal - que o macho é o alvo a ser predado, por outro lado entendemos que não pode ele jamais cobrar a mulher por tê-lo abatido, pois antes de um animal ceder ao jugo de outro superior existe o que conhecemos por digladiamento, ao menos é isso quando a presa – mesmo a irracional - entende que sairá perdendo do embate, – ou mesmo poderá não sair - e o resultado desse encontro é outro parecer óbvio: que o homem é superior em força física à mulher, então no mais das vezes não o pode ou, é impossível que culpe a mulher, pois foi a própria presa a permitir-se a condição humilhante de ser predada.

Em tempo: É importante considera que ele já – há tempos - não pode mais usar a desculpa: “Como eu poderia saber”

(Quem é que permitiu a edição desse livro: Quando Nietzsche Chorou”?)

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domingo, 17 de junho de 2012

Influência nociva


Se uma vírgula sequer de teu esforçado trabalho tiver que em algum ponto do escrutínio ser apresentado entre aspas devido ao fato de ter você por este breve lapso negligenciado suas convicções em detrimento de um capricho gratuito alheio, devemos entender que, se esta mísera vírgula não  puder ser explicitada, todo o texto poderá figurar nos escaninhos tidos como comprometido.

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De que vale tudo isso?


Uma vez mais:

  De que vale tudo isso ao mundo, ou:
  existirá algum beneficiado maior que o próprio
 indivíduo que tentou com suas pesquisas,
 com suas análises qualificar o existir humano;
 ou ainda, qual é a porcentagem, a massa
 humana realmente assistida após seus
 rascunhos terem sido decifrados?

Homero, Dionísio, Confúcio, Sun Tzu, Lao Tze, Pascal, Nietsche, Platão, Sócrates, Rousseau, Helena Blavatsky, Schopenhauer, Sartre, Morin, e tantos outros; o que significa tudo isso no frigir dos ovos? Ou melhor, o que realmente – ou efetivamente - significa o legado destes senhores a todo o humano nascido desde então? Se afinal muito pouco do que estes poucos fizeram, - e devemos entender que não foi pouco – tem uma aplicação prática, ou é aplicado na prática com eficácia. Partindo deste único e tosco pressuposto é importante que façamos uma análise simples e rápida e tão tosca quanto, até porque o aprofundamento aqui irá novamente distanciar-nos do ponto, dada a espiral, ou devido à formação sempre obrigatória de outras tantas espirais sem precedentes, tão comuns a assuntos da metafísica, ainda que consideremos apenas aqueles a ela pertinentes.

A questão então é, analisando, mais uma vez de maneira muitíssimo simples, e trazendo para a forma mais fácil do pensar, e então, a partir daí, largar as rédeas da espiral iniciada, porém imaginando que o ponto principal, trata-se de um gatilho bastante leve, tanto o é, que deve nos induzir a uma resposta quase que imediata, - este é o ponto - e quando lançamos mão de “imediata”, mesmo fazendo alusão a milênios de pesquisas, buscamos que esta resposta à questão do título seja exposta ou ao menos conduza o questionador a um tipo de tranco linguístico que o retraia, obrigando-o a responder de imediato com um tipo de negativa, como se tudo, ou todo o esforço destes monstros passados de alguma maneira não qualificou em nada o existir humano, principalmente o ocidental, no que se refere aos valores principais que devem reger um caráter honrado e ético, afinal, entendemos, ou devemos entender que isto deveria ser o ponto, a questão, a busca, a luta para obtermos a qualificação, a excelência humana: ser uma pessoa de bem, - considerando os aspectos que formam tal indivíduo na sua totalidade - levando em consideração – em primeira instância - única e exclusivamente a sua existência em sociedade; em conjunto; em grupo.

Sobreviver em harmonia, e uma vez conquistada esta etapa, entender e aplicar o tempo livre para a evolução pessoal, porém jamais pensando apenas no eu, mas entendendo que, - ou como já foi dito – uma vez que todas as nossas atitudes são pensadas com seriedade, buscando a evolução comum do grupo, automaticamente, cada membro terá seu naco, sua cota particular de evolução pessoal única e intransferível.

É importante que um pequeno aparte aqui se faça. Voltando aos nomes negritados no início deste texto é possível fazer uma alusão que talvez não sirva para uma tese de valor acadêmico ou mesmo prático, porém ela é perfeitamente cabível em uma observação despretensiosa como é o caso aqui. Levando em consideração esta última observação a respeito de grupo é possível entender que existe um valor em tudo o que os verdadeiros representantes do gênio universal fizeram, e, mesmo que, pouco ou muito pouco tenha sido assimilado por aqueles que, comparado aos gênios, são tidos como comuns, - leia-se, todo o resto de nós - devemos entender que o enunciado acima se faz justo uma vez que todos eles ao agirem pensaram no humano como um todo indistinto, porém se o humano não conseguiu ainda uma forma – efetiva - de por em prática toda a riqueza descoberta por estes verdadeiros senhores, ao menos para eles ficou o estigma da decência e companheirismo, - nisto eles também são nossos representantes maiores - e premia o que dita o texto: se o grupo não foi beneficiado tanto quanto gostaria, eles como membros filósofos pesquisadores individuais - jamais individualistas - o foram.

É natural então, que seus esforços, ao menos no que diz respeito ao querer interno silencioso e único, porém pensado; projetado para o todo, foi recompensado, ou seja, ao menos eles evoluíram. E este conhecimento decodificado, por mais que se derrame para todo o sempre sobre a terra, é certo que os fortalecerá perpetuamente também perante os Senhores do Universo.

Desta pequena explanação, se perguntássemos a parca assistência presente, como é encarada esta questão título, quando se nos parece que a esmagadora maioria, apesar de entender que o mundo não acaba aqui, age exatamente ao contrário do exposto por nossos gênios, executando ações diárias de maneira alguma planejando quais reações futuras tais atitudes desencadearão. Portanto, e apenas como mais uma provocação sem sentido, da série, “Crônicas para o Nada": De que vale, na prática, dentro, ou melhor, analisando o comportamento contemporâneo, todos os aforismos que como tapa na cara do humano tiveram o mesmo fim daqueles que proferem o tapa – mesmo que em suas razoes, ou seja, é melhor não vestir a carapuça e levar tudo para o lado pessoal.

A verdade é que suas ideias foram sedimentadas apenas à primeira camada do caminho, aquela que é abafada imediatamente à chegada da próxima subsequente que aos poucos a esmagou sem deixar nada além de alguns vestígios que se parece mais a uma rebarba remanescente; que permanecera, como se a humanidade tivesse evoluindo nas coxas; onde, após uma seção de idas e vindas de homens e máquinas por sobre o caminho, surge assim o projeto trabalhado por aqueles considerados técnicos, os engenheiros, aqueles que verdadeiramente estudaram o assunto, este sim então é finalmente aceito como definitivo, o merecido a ser trilhado.

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Ainda sobre o sofrimento


Quem sofre não consegue passar o sofrimento àquele que irá sofrer.


Sofrer, e como forma de compaixão tentar passar ao próximo que corre em direção a alguma dor parecida a má experiência vivida; como um lenitivo, como se fosse o médico a prescrever uma fórmula balsâmica a ser manipulada imaginando desviá-lo da dor; é como participar de uma viagem fantástica e buscar através dos registros fotográficos fazer com que seus amigos revivam, uma vez em casa, todas as emoções vividas durante o passeio.

Sofrer é tão difícil, mas assistir o sofrimento de quem amamos sem nada poder fazer também é um sentimento atroz.
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Responsabilidade


Ensinando a velha cultura a novos camaradas
imaginando ser esta a coisa certa a fazer.

-0-

Olhe para o teu filho hoje, ainda se equilibrando entre os móveis.
Pare um pouco; registre este momento.
Veja a pureza, ou talvez, sinta.
Perceba o livro aberto e a página em branco.
São os pais que irão iniciar a escrita.

É através dos pais que se darão os primeiros passos em direção a tudo, cultura, educação, valores; chegará um dia em que o pai olhará a mesma foto e verá ainda a pureza, a página em branco, porém o sujeito, provavelmente, já terá sido transformado, e é somente o pai, são somente os pais que podem ou não assistir nos filhos outra cópia, de o que o mundo fez com eles próprios.
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domingo, 10 de junho de 2012

Lastro em valores




Qual o lastro dos meus alicerces? Nossa próxima viagem dependerá disso.

Que rastro teu barco deixará após ter singrado este vasto oceano do existir e então aportar em algum porto - ainda que provável, não passe de pequena escala dada a infinitude da alma!

Caminhares exclusivos deixam assim rastros de singularidade.

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domingo, 3 de junho de 2012

Trabalho Único

A Obra de Nietzsche deveria ser declarada a nona maravilha do mundo.

Nietzsche sozinho, apenas com sua poesia, é uma das maravilhas do mundo. Existem as pirâmides, sempre inexplicáveis e misteriosas; Machu Picchu também envolta em mistérios. Mesmo observando monumentos que não constam das memórias humanas quanto à importância, como as grandes civilizações que tanto contribuíram para o desenvolvimento tal como o conhecemos hoje, a própria Atlântida que ainda a muitos é apenas mitológica, aguça a curiosidade às pesquisas. Em meio a isto tudo o mundo teve um homem que sozinho o representa, - dentro do que devemos entender ou que remete a arte – Friedrich Nietzsche.

Por algum motivo, assim como tudo que aqui é anexado sem explicação, foi nos dado Nietzsche com sua poesia. O que fazer com ela: nada – qual os grandes mistérios deste planeta, o que se há de fazer é através das pesquisas, retirar algumas lascas do denso granito. Não é possível que ao menos consigamos desvendá-la minimamente, e é ainda pior se levarmos em conta o convencionalismo ao qual a sobrevivência está obrigatoriamente atrelada. Tornando então, a partir deste enredar, a trava principal da negativa singular de tentarmos aplicá-la na prática.

Sua poesia existe por si só, e tentar desvendar o que parece ser seus mistérios morre ou se desfaz diante da ferramenta ainda ancestral denominada mente humana, isto então apenas no primeiro momento. Vencida esta etapa, entramos em outro inextricável; outro emaranhado de observações maravilhosamente incompreensíveis ainda mais enigmático que o anterior, ainda mais denso, o da impossibilidade de aplicação de sua Vontade de potência por um cético homem comum, de o que as mentes primatas; agora, primatas diante e apenas a partir de toda a sua animalidade, construiu e denominou como cultura dos povos, eis aí a maior das impossibilidades. Primeiro de decifrar Nietzsche e depois de minimamente aplicá-lo.

Não, ele não existiu para isso, ele é para alguns poucos que o podem visitar e aprazeirar-se com sua volúpia verbal que nos serve como um balsamo diante de tão arcaizante cultura.

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