sábado, 29 de outubro de 2011

"É muito simples" II



No filme “O Show de Truman”, o apresentador de TV, Mike Michaelson, entrevista Christof, o criador do programa “O Show de Truman”.


Michaelson
- Christof, quero perguntar...
- Por que acha que Truman nunca chegou perto de descobrir
a natureza real do seu mundo até agora?


Christof
- Aceitamos a realidade do mundo que nos é mostrada.
- É muito simples.


-0-


Como gostava de se referir Millôr

"Desce o pano."

wake up, wake up

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Cativeiro auto imposto


Fato é que a maioria de nós vive em um cativeiro auto imposto, e mesmo sabendo que não passamos de prisioneiros de nossas escolhas, jamais paramos verdadeiramente para pensar nisso, - não é conveniente por demandar uma série de mudanças – e quando o fazemos e ficamos por algum tempo deprimido, logo nos vem um amigo, irmão, pai, filhos, cônjuge, padre, sócio, amante, nos aconselhar de que somos abençoados e que todos eles estão maravilhados com a nossa presença e que todos também invejam a vida fantástica que temos à mão; relaxemos, pois; e cantemos.

Da série: e-mails a serem deletados mesmo antes do seu final.

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Seria possível negligenciar minimamente a história!





... Misturou-se tudo, nada hoje pode ser realmente alinhavado, concatenado, e, se em algumas representações históricas eruditas, consideradas acertadamente como sagradas, mesmo que seus textos tenham sido tocados por homens, quem sabe, em busca de acordar alguns outros para o Verdadeiro Sentido da Vida, porém, tenham também, embora bem intencionados, deixado impresso nestes (agora) velhos manuscritos, sinais que aludiam a significados outros que não apenas aqueles tidos como revelações extremamente necessárias, mais por ignorar o que viria depois; que rumo alguns destes sinais tomariam; por ignorar que sua ignorância continuaria perpetuando-se por milhares de anos em seus descendentes, muito mais forte ainda que suas intenções, por melhor que tenham sido, de colocar força nas idéias e relatos a serem eternizados, e mais, se algumas destas vontades não vingaram positivamente, dando clara mostra de que fazer parte de um grupo de escolhidos não significa desvendar o que se esconde, ou do que é capaz o ser humano quando oculto, envolto pelo véu do desconhecimento, não temos outra opção a não ser assumir que sempre acreditamos e continuamos considerando todo o tipo diverso de interpretação externa sem que um único pensar particular inteligente pudesse nos mostrar ou fizesse com que imaginássemos exatamente onde afinal darão estas crenças ou nosso pensar escusado.

Por exemplo, aqueles que nos primórdios, vamos colocar assim, registraram visões ou assistiram preleções de seres agora nominados de Enviados, Mensageiros, Messias ou Avatares, e, inadvertidamente então, usaram a expressão “matar” em seus registros posteriores; hoje, seguidores de homens que muito pouco ou nada possuem com relação ao Verdadeiro Sentido da Vida, usam estes símbolos, esta simbologia extremamente forte como um aval para que seus irmãos de grupo, para que sua irmandade, seus seguidores compreendam-se absolvidos, ou até, entendam  estar sendo abençoados durante o ato de tirar a vida daquele que foi arbitrariamente sentenciado inimigo, porém que, se utilizassem por um único instante a razão, ou refletissem minimamente, talvez entendessem, chegando finalmente a única conclusão possível de que este não o é, ou mesmo, jamais fora seu inimigo. O ato de matar por si só é extremamente condenável, o que dizer então quando o assassinato atinge aquele que não passa de um inocente ignorante que pouco ou nada sabe também da existência.

Como conviver então em meio a isto!

Como fazer com que milhares de anos de cultura sejam ou comece a ser finalmente e conscientemente negligenciada, ou no mínimo revisitada e reinterpretada agora, com inteligência, mostrando que, ou ao menos, a fim de mostrar que: comandar impérios; sejam eles familiares, comerciais, do estado ou do mundo, aqui, baseado nas leis por nós erradamente interpretadas, não passa de afundar ainda mais não somente sua própria existência, mas a de todos aqueles que o temem ou que o tem inadvertidamente em veneração.




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Em tempos de egos aflorados



À medida que evoluímos, evolui também nossa estupidez.

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domingo, 23 de outubro de 2011

Mesmice


Quando foi a última vez que você fez uma coisa pela primeira vez?

Contribuição



. . .um “dedinho” do Bhonachinho

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Haverá um dia ainda os enviados que comandarão um povo?





É certo que o mundo hoje é um lugar muito melhor de se viver, como é certo também, que a ciência tem muito a ver com isso. Que suas descobertas somaram-se como uma cadeia de moléculas e praticamente todos os segredos mais importantes para o desenvolvimento do povo, obscuros há dois, três séculos, por exemplo, para os melhores cientistas, não mais existem; de certa forma foram todos esquadrinhados.



Muitos outros apareceram; isto é verdade, motivando ainda mais o já aguçado querer dos bons profissionais, porém algo ainda está pior do que antes, mesmo que o povo continue a ignorar o beco sem saída em que vive, a despeito de toda a melhora anunciada e comprovada, as paredes não foram alargadas na mesma proporção em que pessoas foram ali se afunilando, e o que assistimos é uma distorção ainda maior e digo, pior, da existência humana, porque há duzentos anos o que tínhamos era um contingente totalmente ignorante e agora esta ignorância tem conhecimento e algum tipo de estudo, porém o que lhes foi ministrado, não passou de algumas gotas contadas; apenas para que este conhecimento atingisse um ponto suficiente de necessidade de existir, consumindo e girando o mundo daqueles que mantém o bloqueio a finos ajustes.



Para o futuro; resta saber até onde as forças que nos primórdios comandavam ou emanavam o poder entenderão como possível ou benéfico todo este estado de coisas e continuarão apenas a observar o que está aqui a se dar.



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sábado, 15 de outubro de 2011

Prazeres limitados


Partindo do princípio que em algumas situações a vida não passa de um lapso, é possível afirmar que diante da impossibilidade de viver uma vida abastada, de prazeres e sensações únicas proporcionadas àqueles detentores de posses e comendas, vale muito mais; tira-se muito mais o suprassumo de tais regalos, ou pelo menos de alguns, apenas imaginando como é a vida e como vivem estes que foram premiados com a tão sonhada celebridade, com o tão ambicionado toque de midas, com o tão sonhado prazer de figurar como um destaque, e, por sua vez, como seria viver um momento apenas com suas posses e poder tomar um café em Paris em uma manhã ensolarada, ou um sorvete em Milão, ou ainda um passeio ao final de tarde em Palma de Mallorca.

Imaginar, quando se sabe o valor do prazer e se é capaz de construí-lo, mesmo que seja de modo empírico, devido a algum tipo de experiência, e não simplesmente pelo ato gratuito da inveja de não estar a fazê-lo, embora muito o deseje; em alguns casos raros então, a experiência das sensações vividas apenas em mente, imaginando como seria vivê-las em lugar daqueles abastados, é mais rica do que o próprio ato em si, se levado em conta, também, alguns dos autores beneficiados.

Da série: Outras formas de acomodar-se na pobreza.

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Engambelar - Da eterna arte de reinventar interpretações


(Vou esquecer por um momento, - valendo-me de uma escusa temporária - da ausência aparente daqueles que defendem realmente o conjunto de Leis Verdadeiras a que todos estamos submetidos.)



É certo que existe uma diversidade de mentes muito superior ao que o sociólogo mais estudioso possa supor; é então, ou por conta disso, que tantas seitas e religiões se proliferam entre nós ou seria por seus mandamentos não atenderem, ou não corresponderem a força das disposições defendidas!?!



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domingo, 9 de outubro de 2011

Explicando-se


(Explicando-se sem que a confusão se desfaça.)

A arte de explicar sem desfazer confusão alguma.

É possível que façamos uma alusão no caso em que: assim como não escolher é uma escolha, explicar que não é dado a explicar-se é uma forma de explicação.

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Quando buscamos convencer a outrem de alguma situação que está a acometer-nos negativamente, no mais das vezes caímos em descrédito ainda maior.
A única solução existente para a questão é a boa e velha paciência. Esperar até que alguém descente, por si só, entenda o porquê do mal entendido, ao compreender de quem realmente se trata, do caráter do até então, amoral, e sair em sua defesa; esta é a única explicação válida e eficaz em semelhantes casos.

(Inspirado nas explicações do velho Liev sobre sua excomunhão)

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Air Supply


Nossa convivência extremamente voltada para o social faz com que desde cedo criemos uma dependência do meio externo, esse estado de dependência varia de uma pessoa para outra logicamente, bem como dos humores de cada um, quanto mais estes humores nos tornam arredios mais restringimos nosso círculo social, existe também uma situação de dependência pura que envolve outra série de situações particulares e singulares a cada individuo, desde problemas físicos e psíquicos a paixões ou mesmo preguiça; ou ainda, situações onde devido ao fato da baixa auto estima por exemplo, necessita-se de algum confortar alheio regular ou mesmo uma cota diária, ou também regular de elogio, caracterizando assim que se está sendo aprovado, bem quisto, querido, ou coisa que o valha.

Do meu lado enfrento uma situação quase única no que diz respeito à dependência, onde comparo-me àqueles espécimes com respiração pulmonar, porém que desenvolveram a habilidade, ou adaptação, como preferir, de viver um período bastante longo, se comparado ao nosso, sem respirar, como é o caso das baleias, golfinhos e tartarugas por exemplo, embora ainda dependam de um suplemento extra de ar, uma lufada de ar da atmosfera que não do seu habitat natural para sobreviver; de forma análoga assim também acontece comigo. Dependo totalmente de um ser que há muito escolhi para sobreviver ao lado, sobrevivo se Ela vive, porque é somente Ela que pode suprir-me com seu estar presente e manter-me ativo. Longe de ser um acontecimento mecânico, é, porém, tão importante quanto o exemplo anexo, é um estado consciente de dependência, tão consciente quanto este momento em que construo, finalizo e arremato este pensar.

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Air supply II



O que todo o homem procura é um porto seguro, um mestre, ou alguém que lhe é muito superior para que dê vazão aos seus quereres e paixões, suas ânsias; alguém que o suporte e o apóie, que o console no momento em que ele parece ser o único contra o mundo, porém, aí daquele que aporta este porto, sua vida jamais será a mesma, e só o digo porque há mais de uma década que minha âncora insiste em servir de morada à mariscos submersos.

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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Esteve aqui, agora É. . . no Todo


"O homem ativo...
... seu mandamento lhe diz que aquele que foi outrora capaz de ampliar o conceito de “homem” e de realizar esse conceito com maior beleza deveria existir eternamente para ser eternamente capaz da mesma coisa."

F. W. Neitzsche

Da Utilidade e do Inconveniente da História para a Vida
Editora Escala
Col. Grandes Obras do Pensamento Universal - 88
p32

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A síntese destas palavras vale para todo aquele foi por nós escolhido digno de figurar neste marcador


sábado, 1 de outubro de 2011

Por entre os umbrais da Terra



Disse-me com naturalidade, como se fosse fácil entendê-lo.

- O não pensar aqui; aqui me condenou.

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Peccatum aeternum



Pecado Perpétuo




Quantas serpentes podem ter sido sentenciadas a morte por verdadeiros assassinos apenas pelo fato de que incautos acreditaram nas estórias que lhes contaram, considerando-as assim responsáveis maléficas, por levarem a mulher a pecar.

Quem poderia ser o maior pecador:

A serpente...

... aquele que mata um ser indefeso de sangue frio que dificilmente ataca o homem sem que seja provocado...

... ou aquele que criou a estória?




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- Senhor, disse Dona Raposa, naquele tempo que Deus expulsou Adão do Paraíso, Ele amaldiçoou a Serpente que havia aconselhado Eva a comer do fruto que Havia proibido a Adão. E daquele tempo até hoje todas as serpentes são horríveis de se ver, são venenosas, e através da serpente vieram todos os males que existem no mundo. Por isso, um sábio homem fez expulsar uma serpente do conselho do rei, serpente que o rei muito amava.




O Leão pediu à Dona Raposa que contasse esse exemplo.




- Senhor, disse dona Raposa, um rei tinha ouvido falar de um santo homem que tinha grande sabedoria, e mandou procurá-lo. Aquele Sato homem veio ao rei, e o rei pediu que ficasse e o aconselhasse a governar seu reino, repreendendo-o caso visse algum vício nele também percebido pelas gentes. O santo homem esteve com o rei com a intenção de aconselhá-lo a fazer boas obras e a esquivá-lo do mal.

Um dia aconteceu de o rei ter seu Conselho reunido para discutir um grande feito que havia acontecido em seu reino, Próximo daquele rei estava uma grande serpente, com a qual o rei se aconselhava mais fortemente que todos os outros. Quando viu a serpente, aquele santo homem perguntou ao rei o que significava ser rei nesse mundo, e o rei disse: “- O rei está estabelecido nesse mundo para significar Deus, isto é, o rei deve ter justiça na terra e governar o povo que Deus lhe deu para comandar.” “- Senhor”, disse o sábio, “qual besta foi mais contrária a Deus quando Ele criou o mundo?” O rei disse que foi a serpente. “-Senhor”, disse o sábio, “de acordo com essa resposta, vós deveis matar a serpente, pois cometeis grande pecado ao tê-la em vossa corte. Porque se vós representais a imagem de Deus enquanto sóis rei, deveis odiar tudo o que Deus odeia, quanto mais aquilo que ele odeia mais fortemente.”




Após as palavras do santo homem, o rei matou a serpente sem que ela pudesse se auxiliar com sua arte ou astúcia.



Retirado do livro: Lúlio, Livro das Bestas, p,57 Escala-SP


Que possa nos perdoar todo aquele que por ventura assim como nós quase não vê motivo louvável para representar uma vez mais esta horrível estória (nota nossa)

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Nos escaninhos da mente



O que não é escrito

Julga

Àquele que pensa

Ainda mais sem sentido

Daquelas linhas

Não decifradas.

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