domingo, 25 de agosto de 2013

Como o mestre funciona – parte XXVII


 

Perguntou-me então, alguém muito ingênuo, como funcionava esse lance de mestre.

Disse que o mestre funciona mais ou menos como um médico.

Se o respeita, não o consulte se queres manter sua vida de folgas e não restrições quando algo o incomoda, pois, provavelmente, se o questionar sobre o que pode ou não pode, podes estar certo, se há a dúvida, com certeza aquele caminho está prestes a ser tolhido.

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Ainda o caos




O caos deve ser observado como as explosões no interior das pedreiras; das minas. Sem elas o trabalho avançaria muito lentamente, e às vezes nem mesmo isto.

Sem elas nem sempre seria possível extrair as joias ali encontradas decorrente das detonações.

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Das Verdades Pétreas


Eu acredito no que acredito

Existe uma grande diferença em acreditar em alguém ou algo e, quando parar para pensar com seriedade para avaliar ou firmar estas crenças – situação rara essa depois de alguns anos entendendo-se convicto de suas escolhas. Manter-se firme e convencido de que acredita piamente no questionamento que insistente se apresenta sem um mínimo volteio de olhar em busca de certezas que não existem.

E mais, que seu acreditar é baseado em propriedades inalienáveis; de tal ordem, que nada ou ninguém, - venha de onde vier; dos céus ou de fora deles - fará com que arrede um pé, ou reforçando a questão: sua segurança se faz tamanha, que não existe força capaz de demovê-lo de seu cônscio acreditar; aqui ou em qualquer outro estado consciente.

Assim: acreditas então no que acreditas?

Em alguns momentos de nossa caminhada era importante propor-nos esta questão, porém quando? Quando se tem maturidade, conhecimento, sabedoria, lucidez para tanto?

No momento, observando-me mais como um fanático por mim mesmo entendendo que acredito no que acredito. Talvez ainda não tenha todas ou nenhuma qualidade para fazê-lo, mas já estou exercitando.

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domingo, 18 de agosto de 2013

Quando aplicado com inteligência;...



“Todos os limites são pactos a espera de serem quebrados ou ultrapassados.

Qualquer pacto pode ser quebrado desde que primeiro se idealize a sua quebra.”

Cloud Atlas

...daí, dá-se a evolução.


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A mágica do êxtase comum



Perguntei ao Mestre, como é possível definir uma sensação inexplicável ao experimentar o néctar volátil e doce da essência, ao sentir o êxtase; a mágica de esta-la absorvendo sem jamais poder compartilha-la?

"Não o faça," sentenciou. "Simplesmente sinta, isto é raro, único e seu. Agradeça, fique em êxtase, permaneça neste brevíssimo encantamento o mais possível e principalmente, entenda que: se isto por existir, assim num lapso de tempo; e mais, a você, e aqui; é possível e existe em um tempo além ou aquém da forma material grotesca... em um outro estado de existir, tão puro, que poderá então ser observado por todos - essa peculiaridade que apenas você teve a felicidade de vivê-la."

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Não, eu não sei o que você está passando



Com certeza, ainda, e por toda a eternidade, uma vez que nossa condição de raciocínio padece dos revezes de incontáveis notas de comando externo, seremos alvo de sofrimentos indescritíveis, porque, aqueles que sabem; ou quando somos nós mesmos atacados por provas e expiações infernais, não conseguimos passar a mínima parte a alguém próximo que seja; ficando todos então a mercê de suas próprias ações negligentes, lançados a própria sorte. Jamais imaginando que nosso desdém a este capítulo que pode ser tão nefasto durante nossa passagem terrena, nos prepara, a duras penas, para que finalmente entendamos que também nós, no devido tempo, seremos (ou fomos) capazes de suportar o insuportável. É esperar pra ver (ou sentir).

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Limites



É bastante difícil nos valorizarmos sem que ultrapassemos a barreira do esnobe.

Todos aqueles que cresceram antes da gente e procuraram insistentemente com seus valorosos conselhos de desprendimento fazer com que buscássemos também a nossa superioridade altruísta, indicavam; ensinavam; que aprendêssemos a nos valorizar. Que fossemos autoconfiantes; porém não é fácil sê-lo - fazer esta passagem; conseguir esta transformação - e manter-se humilde ou sem que adquiramos o câncer nocivo do orgulho que tanto prejudica a caminhada rumo a excelência como pessoa.

        Tão difícil quanto superar uma deficiência genética que faz o homem sentir-se inferiorizado é suplantar esta montanha sem que, uma vez ensimesmado, depare-se no topo de outra ainda maior, que agora, diz respeito à montanha que o mantém blindado para a humildade, encimado de uma torre que por certo, é bastante diferente do estado anterior de inferioridade. Este, agora, travestido da vã superioridade, deveria sim; envergonhá-lo.

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domingo, 11 de agosto de 2013

Feito é fato...



...por toda a eternidade; até mesmo à ainda desconhecida.

         Descobri somente agora que eternamente significa realmente eternamente – de uma maneira ruim isto me aconteceu. E apesar de tudo, estou melhor por estigmatizar isto através de algo que muito me entristece, e o fará para sempre... enquanto me lembrar, e quando já não mais, também assim o desejo.

Tentei em vão desviar-me até hoje desta sina que muitas vezes pode ser desonrosa, mas não, não e possível que o eterno se esvai no nada, isto não existe; feito é fato.

        Uma vez executado o ato, ele ficará impresso para sempre; a exemplo da impressão digital para a matéria. Mesmo que raspada, volta e persiste tal qual era antes de apagada. Se isto é alcançado através da matéria bruta, o que não descobriremos ser possível quando as leis manejam elementos muito mais sutis!?! Assim, o que fizermos hoje ficará também, como um estigma em nossa Akasha, nossa alma, nosso espírito e o que mais existir que possa manter nossos arquivos para toda a eternidade não conhecida.

Não há escapatória.

Se para o bem é ótimo, para o mal é péssimo, ou mesmo desastroso. Neste momento me faltam argumentos para definir como algo terrível que marcou nossa existência, inexoravelmente, perpetuar-se-á para todo o sempre. E pouco há que se fazer que possa ao menos, em algum quê de nada, relegar um mísero ato de desalinho qualquer, de desequilíbrio; ao esquecimento.

Há que se tirar ao menos desse enredo, desse sentimento que desanima até mesmo o mais dedicado dos catecúmenos, algo de positivo; que, em determinado momento aprendemos, que são de ações de natureza até nefasta; que nos acompanharão e envergonharão por tanto tempo, que acabam, muitas vezes, determinando o fortalecimento da humildade na Alma.

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Entretenimento útil


 
Talvez não seja eu referência, mas ainda assim me folgo em registrar que ao voltar em pensamento a alguns poucos livros que li, é fato notar que em muitos com o esforço de seus criadores, e em poucos sobrando em dons, ou devido ao acesso destes à conhecimentos que ultrapassam o muito além do crível, que seus perseguidores – menos afortunados - buscam também o deslizar fácil de suas penas. Destes outorgados privilegiados: escritores do segundo grupo; que andam as voltas a se deleitarem então em aura de facilidade plena, quando narram as mais diversas ações do cotidiano ou o maior número de itens: de um quarto ou de uma praia; de um encontro ou de uma ação qualquer, com riquezas de detalhes que agrada e encanta.
 
Por sua vez não sou em nada diferente neste tentar, (entendendo que nem de longe tenha alcançado, sob meu ponto de vista, um mínimo necessário dessa particularidade da escrita; acreditando pertencer mais ao grupo primeiro quando o assunto é dissertar) a divergência da minha busca do grupo maior anterior, se iguala mais as tentativas e menos ao gênero quando da insistência em atingir um texto matematicamente harmônico quando procuro levar em consideração não o relato sobre o que faz a diferença material entre a apresentação do homem, de um objeto, ou um conjunto deles.
 
Minha ousadia cava no nada e procura desvendar o invisível, e é ao olhar para o que não se vê que procuro trazer à luz alguns pontos que entendo hoje deveriam ser enxergados.
 
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Ainda a esperança


 Ao longo de vários séculos, filósofos e pensadores que com seriedade preocupavam-se com os rumos da humanidade frente aos descalabros de sua existência, ao envilecimento exponencial e inflexível de suas respectivas épocas, ou já amontoadas de tempos anteriores, onde em muitas delas, quando acompanhada a pontuação na linha do tempo, é possível anotar situações que podem descansar sobre um histórico que as denomine; as qualifique como: momentos capitais acumulados e de proporções diversas para este que se tem como proprietário do planeta caso nada fosse procurado.

E, diga-se de passagem; seriamente? Não foi. Não houve uma preocupação séria, muitos menos foi pensado um plano “b”, assim mesmo, minúsculo, nem isso. Não foi; não está sendo, e aqui, não será.

Os momentos capitais foram barganhados paulatinamente, um a um, por um prato qualquer de comida, uma saída evasiva e condizendo com a inteligência dos administradores à época. Negociatas de aceite mutuo; acertos que beiraram a insanidade. Executados por gerenciadores de uma sociedade que precisava permanecer esfolando, explorando, coexistindo, tentando sobreviver a qualquer custo no planeta, por desconhecer – em alguns casos fingidamente; e por não ter certeza de que algum futuro ainda pior poderia (se é que isto fosse Possível) bater à porta.

Ainda assim, homens verdadeiramente preocupados tentaram a todo custo, uma saída que fosse, para que ao menos uma parte civilizada pudesse ser salva. Como se daquela parte, em algum momento futuro renascesse uma raça, acreditamos: como a idealizada por Deus. Mas nada, não salvaram aquela e o que assistimos foi uma derrocada ainda maior do humano como humano não somente na sua essência, mas na sua decência, ou nos despojos do que um dia foi imaginado um projeto promissor.

Por sua vez, isto nos dá ao menos uma lição; e é um tipo de lição esperança, porque ao analisarmos a que tipo de lodo pode o humano sobreviver, não digo apenas literalmente (ao que vemos em cidades e até países sem a mínima infra estrutura), mas também ao intrincado processo de aceitação das mais diversas vilanias que pode ele não apenas absorver, mas aplicar, assim que lhe é dada a chance, descobre-se do que é capaz, ou, quanto pode rastejar para manter-se no que entende como fazendo parte do que julga ainda uma sociedade.

É fato que as mentes pensantes de hoje já não tem mais motivos para se preocupar, elas se folgam na “inteligência” humana da adaptação, ou da aceitação promiscuamente barata de negociar um tipo de sobrevida para se ser aceito entre os seus.

Também é sabido que nos adaptaremos aos piores ataques da natureza, aos processos mais estéreis que formos apresentados. Nossos amigos intelectuais pensantes finalmente permanecem tranquilos, agora descansam em seus divagares prazerosos. É certo que é um tipo de tranquilidade de pais de adolescentes que ainda que pouco saibam da vida, se entendem pessoas grandes, livres e independentes.

Ou ainda, que mesmo frente às maiores barbaridades ou à eminência das maiores catástrofes, mesmo aquelas invisíveis que levam as famílias e até mesmo a instituição família, implacavelmente a extinção, bem como a extinção do caráter, do companheirismo, da amizade, do que é honra, do que é ética, nada; todas as cabeças inteligentes permanecem tão inertes quanto às massas no que diz respeito a tomarem medidas preventivas, não é preciso nada disso; já não é preciso que se faça mais nada. O homem finalmente provou; encimado, do ápice de sua insignificância; de sua ignorância, que está certo: encontrarão uma saída, se adaptarão. Este é o seu mundo. Foram e estão sendo talhados para aqui permanecer; debalde é anotar que fizeram por merecer.

O ser humano permanece intransigente, comandado por seus governos eleitos ou não, muito bem aconchavados ou que assim se mostram quando nada há a se fazer a não ser dar alguma demonstração de força de quem é que sabe; assim todos: comandantes e comandados sobrevivem no que podemos entender como uma paz arranjada e suportável, assim então, é certo que a capacidade total de adaptação a seja lá qual for o terreno fétido e inóspito que o habitante se auto proporcione, ainda assim podemos ter certeza: continuaremos chafurdando em frente, ou ao menos... chafurdando.

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domingo, 4 de agosto de 2013

Escrita hermética


 Penso minha escrita
hermética no que há de indecifrável,
quero-a também lível
                           no que há de provocativa.
Ou seja,
fechada para o decifrador apático;
                        ainda dormente em sua
 insciência
e aberta para a busca que desvenda
ou ainda,
se fosse pretendê-la a outro
quê-la-ia descoberta por uns poucos
que
      quando nela
nada do que é fornecido
                           encontram
porém,
  encontrem
prazer em lê-la.

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Sagrado sacerdócio


 
Que homem ao ter certeza das barbaridades, das selvagerias de outros homens não se sentiria compelido a também assim agir, não por esquecer seus votos, porém, porque não existe uma clausura capaz de abafar, muito menos curar o mal latente na alma de um animal quando esta se depara entre outras cúmplices, que comungam do mesmo querer abjeto até então apenas adormecido!?!

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Poderia estar aí uma resposta?


 
 
        Nada sabemos ainda – muito menos definitivamente - sobre tipo algum de fim

Nas redes sociais e afins, os fiéis de todas as bandas sob a mesma bandeira do Cristo ensinado, se digladiam; na mais clara demonstração de que a religião sem educação continua sua caminhada claudicante não rumo, mas sim, a fixação; ao caldeamento; ao cozido insosso do estado contínuo da estagnação por falta de uma decodificação tão corajosa quanto versada em um pensamento atualizado e inteligente. Porém como, se com educação e conhecimento o homem se perde, uma vez fora da religião, por se entender já superior ao padre. Quando na realidade, o máximo que o pretenso leigo que prematuramente entende-se senhor de si consegue com a sabedoria adquirida é igualar-se ao vigário, mas isto não é e jamais será suficiente; porque não é fácil aceitar que tanto o sacerdote, a educação, o conhecimento, Cristo ou mesmo Deus não são um fim, é aí que há a perda... desta descompensação resultante do humano entender-se sábio, quando de posse apenas de algum tipo de conhecimento miserável.

&

No Aurélio:

Descompensação

1.Qualquer situação onde se verifica um tipo de insuficiência funcional, inclusive mental;

2.Estado de um órgão cujo funcionamento está gravemente comprometido, sendo insuficiente o esforço que depende para dar resposta adequada ao que lhe é solicitado.

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