domingo, 17 de outubro de 2010

Cães acuados


Cães acuados
As leis são ainda mais severas com aqueles que atrevem-se a ousar
A vontade de ser mais cobra o preço
Mas ah! Como é longo o barbante invisível preso a coleira.
Erram por anos
Engana-se
Enganados aventuram-se imaginando que pensam
Agem com algo que imaginam ser audácia
É pura insolência.
Nada mais que desrespeito.
Atrevem-se erguendo a voz
Não produzem nada além de seus ouvidos
E continuam
Enganados nem mesmo justificam-se
Porém Autoabonam-se, sempre
“Tenha dó de seu despreparo”, aconselha Um
Compadecido e por enxergar além, Outro, insiste, “esqueça”
Mas estamos falando de Leis
Esqueço então; o Universo não
Tão violentos quanto covardes agigantam-se
Pouca coisa os diverte
Mas divertem-se com pouco
E reclamam
Mesmo enganado sobre seu poder
Não foi o suficiente
Como o acéfalo que nocauteia
Ainda um último coice não é perdido
Arrastar-se-ão, espojando-se em seus iguais na matilha
Abundam hienas que riem enquanto devoram fezes
Acoando para nada seguem num inflar mútuo
Nenhuma lágrima daqueles tidos como fracos ficará impune
Multiplicar-se-á em um cêntuplo por cada gota provocada
A dureza então finalmente será forjada
Muito tarde talvez
A dureza forjada é volátil
Apenas aquele que é fraco, força
Vira-se com acochambres oportunistas
Aquele que possui a força não usa os músculos
Usa o cérebro

001.c qe