sábado, 25 de fevereiro de 2023

Do valor da passagem

 






Ao se descobrir em meio a infinitude, desperta-se para a quimera do resultado morte quanto as ocorrências egoístas generalizadas, dada a automaticidade de entende-la como valor à vida.

 

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“A morte é nossa eterna companheira.

Está sempre à nossa esquerda, a um passo de distância.

Ela sempre esteve observando você.

Ela sempre observará você até que um dia o toque. Como alguém pode se sentir tão importante quando sabemos que a morte está atrás de nós?

A única coisa a fazer quando você está impaciente é virar à esquerda e pedir conselhos à sua morte.

Você se livra de uma quantidade enorme de mesquinhez se sua morte acenar para você, ou se você a vislumbrar, ou se apenas sentir que sua companheira está ali, cuidando de você.

A morte é o único conselheiro sábio que temos. Sempre que você sentir que tudo está dando errado e você está prestes a ser aniquilado, volte-se para a sua morte e pergunte se é verdade; sua morte lhe dirá que você está errado; que nada realmente importa fora de seu toque.

Sua morte lhe dirá: ‘Ainda não toquei em você.’

Você deve pedir conselho à morte e livrar-se da maldita mesquinhez dos homens que vivem como se a morte nunca os tocasse."

 

Carlos Castaneda, Viagem a Ixtlan








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