domingo, 24 de abril de 2011

Continuidade destrutiva


Auto alimentando-se

Ao passar, o rapaz falava todo animado no ponto do ônibus para o colega. Curioso com os movimentos, fingindo que olhava a vitrine; ouvi:

“. . . O que sobra, o que teremos, na realidade, é uma continuidade destrutiva indestrutível e que não aniquila, como se o sistema fosse um predador consciente, ou seja, destrói mas o faz aos poucos, formando, ou melhor, dando tempo para que novas levas, novos grupos, novos lotes sejam formados, melhores adaptados fisicamente embora cerebralmente pouco tenha se ajustado; uma carcaça nova em uma consciência antiga.

Ajustes adequados as novas dificuldades presentes, ou prováveis, ou seja, trazendo para a nossa realidade atual, atualizando... sabe o que é isso!

Cara isto não é incrível, triste sob um aspecto, mas por outro, totalmente auto sustentável.”

Em tempo:
"Consciência", grafado propositalmente, é palavra do autor do texto.

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