sábado, 16 de abril de 2011

Ondas inodoras


Na natureza poucas ações são comparáveis, em geração de energia, como força indomável, quanto às geradas de uma onda, assim também o somos, devemos ser, ou em determinado momento agimos. Sempre que possível, que a oportunidade aparece, provocamos uma onda.


Portanto, em condições propícias e favoráveis teremos o volume de energia contínua ou crescente atuando naturalmente, e enquanto na natureza selvagem como já posto: incontrolável, mas por sua vez tudo é nada quando contido em sua gamela lava-pés, ou seja: uma montanha d’água não gera mais energia que um bom roçado quando espremida entre muros indestrutíveis de pedra já presente no local a milhões de anos.


Por sua vez nós, dotados de mobilidade, portanto, ingovernáveis e detentores de uma petulância impar, iniciamos há milênios nossa caminhada rumo ao desenvolvimento, ao conhecer, ao descobrimento. Que espécies de caminhos, que formas, quais humores foram mais ou menos despertados, quais vontades tiveram suas chances premiadas, à que força de leis construídas, burladas e destruídas fomos expostos e finalmente, quais as ondas artificialmente criadas serviram, foram modificadas, desapareceram, perpetuaram-se, continuam auxiliando, ou permanecem ainda nocivas à nossa busca por sentidos que dão sentidos ao existir humano na terra ou ao menos despertam nossa atenção para algo mais, ou algo maior.


Sobrevivência, acasalamento, sociedade, desenvolvimento, perpetuação, conquista, evolução e em algum meio destes, arte. Em cada degrau, automaticamente, inicialmente imperceptíveis, porém em um ponto qualquer totalmente manipuláveis, - antes de sua formação – ou, diria melhor, totalmente premeditadas embora sem previsão alguma sobre onde (se é que) estaria depositada sua muralha natural que em um tempo sem definição a conteria: ondas e mais ondas foram sendo construídas e conseqüentemente trabalhando, alterando, burilando formas humanas totalmente distintas e jamais imaginadas.

Talvez deva-se apenas a uma onda (benfazeja) formada pela consciência cientista que tivemos a visita – e um pequeno vislumbre do que podemos ter se formos bonzinhos – de Einstein, mas as perguntas que explodem logo que esta porta é aberta fazem referência tanto a nomes pares com o Albert, como a outros tantos que emparelham sua força, suas ondas energéticas particulares, para seus interesses particulares ou restritos, a princípio, a um pequeno estado (modismos, bandeiras, confrarias, sociedades, etc), mesmo que tendo convencido uma série de membros externos a tomarem partido também.


Tomemos apenas como exemplo a onda nazista, que anunciada com uma data de validade de mil anos perdurou pouco mais que uma década.


Ainda é uma incógnita (estou a referir-me a um gênero que se diz evoluído da humanidade) de o porquê as organizações evoluem para picos jamais alcançados, seja através de uma única mente ou amealhando sumidades e simpatizantes, tornando a idéia inicial uma idéia “vencedora” e digna de apostas por muitos mais, agora não mais apenas simpatizantes, - o conceito vingou – abrem-se as portas a outros tantos oportunistas com seus interesses escusos ou não e então tudo foge ao controle.


Se esta nova moda é boa ou ruim para o todo já não é mais possível averiguar, tem-se apenas um fato gerador de polêmicas, afinal as dimensões extrapolaram qualquer medida de contenção, e portanto, se atingir a massa de maneira convincente, tanto, repito, não será possível contê-la quanto não é possível qualificá-la em boa ou má independente de saber ou não, de encontrar uma razão de o porque a espécie humana tem a necessidade de construir alguma idéia e perpetuá-la a qualquer custo, e minha tese vem daí, afinal este é o gene primordial da onda indestrutível, - cria-se, sem que exista uma preocupação, sem que a informação de como isto tudo irá terminar seja avaliada – precisamos no mínimo estarmos cientes – nem irei usar o termo consciente – de que preços terão que ser pago, a conta virá, e tão certo quanto a isto, porém menos catastrófico: é fato que nem sempre a energia gerada resultará apenas em estrago, em algumas situações encontraremos soluções para o problema, mesmo que sejam os famigerados e repetidíssimos – inclusive por mim – paliativos, e, o mais importante, algumas pessoas, - neste ínterim - aos poucos, irão perceber que entraram em um redemoinho que parece não está dando condições firmes de evolução, não os está conduzindo a um porto seguro, resta apenas entender a que tempo isto será feito; quando se chegará a esta percepção.


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Ao final é-se o pai da idéia; só.

Se isto é motivo de glória ou honra não cabe mais ao seu progenitor avaliar, esta atenção deve ser considerada ao iniciar-se a empreitada, por agora, ou ao final, resta regozijar-se ou lamentar a criação - não raro jacta-se de qualquer forma o criador.

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