domingo, 5 de junho de 2011

Mecanismo de sobrevivência


Quando o homem atinge um estado próximo do correto, do justo, ele alcança, acessa, ou mesmo retorna a um determinado nível de ingenuidade, isto se dá de alguma maneira inversa a da fera, onde esta, por sua vez, conquistou naturalmente um sentido instintivo de segurança, ele, no entanto, o faz por ter alcançado um estado de graça, e é esta felicidade que o - coloquemos assim - “trai”, por ela, inexplicavelmente para muitos, lhe permitir uma confiança natural no eterno; no insondável; na transcendência; no atemporal, situações bem adversas a vivida por todo aquele que se aproveita desta inocência. Alguns, porém, conseguem amenizar esta desatenção com inteligência, paciência e experiência de vida, muito embora sofram ainda os revezes por terem atingido uma noção mais complexa, (ou seria mais acertada), da correção e da justiça, lançando mão então desta tríade que atua conjuntamente como um mecanismo, mantendo-o blindado das mandíbulas sociais traiçoeiras, assim, - muitas vezes não com pouca tristeza - quando não em seu habitat natural, existe a necessidade de recorrer a este expediente a esta vivência para amenizar sua estada entre aqueles que ainda permanecem aferrados apenas ao instinto animalesco nato.

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