domingo, 12 de agosto de 2012

Não às provas II


Não às provas e não à metafísica.

Assim como as provas estão todas aí, basta que não as impeçamos de florescer, de gerar frutos por conta do nosso humanismo egoísta; à nossa existência orgulhosa baseada em vãos sentidos ilusórios. Fazem-se também sem sentido, definitivamente, e de uma vez por todas, as discussões metafísicas.



Esses debates acalorados e desarrazoados que ao final se passam, findam sem creditar razão a ninguém, decididamente perderam o sentido lógico e devem existir somente como um jogo prazeroso entre os intelectuais (somente a eles) que por entender tudo saber podem ainda desperdiçar tempo com reuniões cujo resultado é ao menos superior a uma leitura sob o velho ponto de observação que os mantém arredios para a contextualização única que sempre ali esteve, perambulando entre linhas e entrelinhas, ou seja, aguçar a curiosidade de todos para uma realidade que remeta-os, que remeta o leitor ao próximo passo; isto ainda parece não ser possível.  

Como um disco arranhado cujo acorde repetitivo não só não agrada a ninguém como nada acresce, continua o insistente encalhado voltando a estaca zero de uma metafísica que sem perceber, em alguns casos, com o passar dos anos, restou-lhes como o único prazer na vida.
Quantos entenderão que aqui não temos condições de discutir além do que já nos foi apresentado! Somo absurdamente limitados, e mais, somos falhos, nos tornamos estupidamente parciais, como já foi dito em alguma situação: já há tempos não somos parte do que se entende por uma gema pura, e se em algum momento tivermos uma ideia original não saberemos o que fazer com ela. A partir de então, qualquer discussão maior é especulação, e discussão sem uma contextualização de qualidade não é metafísica, é apenas algo um pouco além de conversa de botequim.
Mais uma vez. Tudo então já foi dito, pessoas que ao final se mostraram como verdadeiras entidades, de decência ilibada, já levantaram todas as provas. Guias e Gênios, e Santos, e Visionários, e Estudiosos de religiões, seitas e credos das mais diversas por aqui já estiveram – talvez uma questão caiba neste instante; por que não os mais vemos? Porque nos parece que isto foi? – estes, que foram considerados: grandes humanos; grandes vultos da humanidade já vão longe, pertencem a um distante passado.
E a resposta é simplesmente porque não mais precisamos disto, ou deles, eles deram o recado e cabe aos seus herdeiros decodificá-lo, não há mais nada de novo a ser dito, outra prova de que não precisamos mais de prova alguma.
Talvez, possamos entender até, que se espalharam por associações; sob bandeiras diferentes como algum tipo de estratégia, quem sabe com a intenção de que não fosse tudo creditado a uma única corrente, ou seja, todos os detratores, - é deselegante assim expressar-se, mas assim é que é - têm, possuem em seu partido um ao menos destes Grandes que ajudaram na construção da ideia maior que todos conhecemos - ou ao menos foi formatada como verdadeira - e aceitamos.
Porém ainda, o que temos, o que realizamos a partir destes Estudos, Ditos, Descobertas, Profetizações, Verdades ou Visões carregadas de sentido que há milênios vem sendo Anunciadas por Seres Especiais, é o fato de que somente uma parte delas é costurada para manter um mínimo de ordem, ou mesmo um tipo de ordem aparente, mais por conta de energias invisíveis, provavelmente porque seus anunciantes continuem presentes, e sabem a respeito de nossa vileza – talvez a capacidade que, contrariamente ao que busca o exposto, procuramos explorar na sua totalidade quando falamos em ajuntamentos ou agremiações.
Estes verdadeiros presentes, que nos foi dado para estabelecer relação, unir, no sentido de concatenar nossas ideias e opiniões historicamente limitadas; que nos foram legados na forma de ensinamentos, vem sendo então distorcidos como carniça em boca de cães famintos. Cada um querendo saber mais que o outro, inclusive porque em sua exclusividade mesquinha, ousa entender-se superior até mesmo ao próprio objeto do espólio.
Este embate culmina na boa e velha metafísica, principalmente porque o motivo maior desta eterna e secular discussão é um só: são todos sem importância alguma estes metafísicos que na verdade é somente isto que eles conseguem: discutir. Mesmo aqueles que discutem baseados na seriedade acabam não levando em consideração a não-seriedade dos demais, não entendendo o grau vaidoso da motivação, isto acaba por descreditá-los também, pois em sua maioria não passam eles de sujeitos dado ao jacto – em uma discussão arrazoada não basta conhecer realmente o assunto, é preciso saber à quem se está a falar, é preciso conhecer a assistência; desta feita, suas opiniões são cooptadas, todas, baseadas na parte segregada e contaminada pelo homem das Verdadeiras Leis a que foram expostos, ou seja, poucos deles defenderam opiniões com veemência, balizados ao que dita o Conjunto Sagrado das Verdadeiras Escrituras, simplesmente porque este Combate Real os alijaria de continuar suas vazias discussões metafísicas.
Pouco podem eles então, porque o que legaram é muitíssimo maior, na medida em que ultrapasse até mesmo seus egos megalômanos, pois este, o máximo que lhes permite é a discussão vã por não saber como lidar realmente, não saber transformar - por pura falta de humildade ou ao menos por falta de interesse ou não entender da importância em trabalhar com ela - o Conhecimento deixado, em material de uso comum, sem que antes seja por eles contaminado por ideias que não a Reais à que foram concebidas.
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