domingo, 23 de setembro de 2012

Quanto a definições

 
 
 

Somos dados às definições. Até mesmo grandes personagens buscaram deixar as suas opiniões com relação às definições. Definir os grandes momentos da humanidade ou do humano e embora elas sejam de muita importância para o entendimento comum, para a escola que ensina alunos, no sentido genealógico do aprendizado, entendo que diferentemente tudo o que é, tudo o que adquiriu um estado conquistado de superioridade de existir, ou seja, já o é; não precisa mais que especulações de pessoas totalmente formadas existam no sentido de lucubrar desajuizadamente, digredir, aventar sobre o seu verdadeiro significado, ou sobre se este opinador concorda ou não ou mesmo o que pensa ou como pensa o assunto.

Definir arte, amor, família, sentimento, grandes nomes ou clássicos da humanidade ou da história humana em geral no mais das vezes não passa de especulação e portanto perda de tempo, a menos, é claro, que seja para figura em livros de bancos escolares.

Quanto mais insistirmos com as definições, – impensadas ou pensadas apenas no fator vaidade do autor – em encontrar aquele que diga maravilhas sobre o já estabelecido, estará enclausurando a águia, quanto mais se insistir em definições baratas mais remetemos o que nasceu livre à clausura.

Enquanto não entendermos que a mera definição, que a insistência na definição que se busca acertada não passa de uma forma tola na tentativa de possuí-la, esta sempre será a mais clara evidência de que não a possui.

De alguma maneira básica o que se busca com as definições são somente duas situações, primeiro, tentar com que alguém de grande opinião, ao emitir a sua, mastigue-a, como a ama-de-leite assim o fazia na infância, para que aquele que não aprendeu a pensar, cole, uma resposta ao seu pensamento colcha-de-retalhos-alheios, (não seus) e com isto, enclausure aquilo que é de natureza livre.

Prova aí está que, por conta disto, encontramos uma série de nomenclaturas aprisionando ideias originais aos mal fadados registros que arquivam-nos sob os mais variados títulos ou a famígeros rótulos.

Já em um segundo momento e de maneira intrínseca, o que se busca ao “apertar” alguém – já de natureza fraca por ceder à armadilha, ou à capitular falta humana de atenção, por exemplo – de opinião impar, para que defina o indefinível, é a busca de igualá-lo aos demais. Afinal, embora estes que buscam as definições não saibam, o que se fez indefinível, é superior, e muito, a qualquer um que ouse o exercício da exatificação objetiva, - não por acaso “exatificar” encontra-se muito próximo a “fixar” ou mesmo “limitar”, nos dicionários - porém, devido as razões humanas que nenhuma razão real desconhece, é sabido de o porque o humano assim age, prostrando-se como opinador, “o definidor” (talvez porque alguns de nós nos posicionemos superiores a todos os movimentos possíveis do universo), e com isto este seja mais um a acabar também preso a armadilha lançada a exaustão por todos àqueles que apenas a isto se prestam ao longo de toda a história, e assim, onde tínhamos os primeiros que pareciam ser bons homens, ao fazerem o que os maus buscavam, temos o que decepciona; devido a este comportar-se, a estes então também, acabaram se emparelhando.


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